14 junho 2013

Efemérides dos dias que correm

Hoje, mas há 19 anos, morria Henry Mancini, o homem que todos poderíamos lembrar através do genérico da Pantera Cor de Rosa. Mas foi ele também que compôs Moon River, do filme Breakfast at Tiffany's. Deixo-vos com duas versões: a de Elton John e a de Audrey Hepburn, protagonista do filme e de uma versão mais interessante, porque mais desafiante.





Hoje também, mas há 27 anos, morria Jorge Luís Borges, o famoso escritor argentino.


Não é extraordinário pensar que dos três tempos em que dividimos o tempo - o passado, o presente e o futuro -, o mais difícil, o mais inapreensível, seja o presente? O presente é tão incompreensível como o ponto, pois, se o imaginarmos em extensão, não existe; temos que imaginar que o presente aparente viria a ser um pouco o passado e um pouco o futuro. Ou seja, sentimos a passagem do tempo. Quando me refiro à passagem do tempo, falo de uma coisa que todos nós sentimos. Se falo do presente, pelo contrário, estarei falando de uma entidade abstracta. O presente não é um dado imediato da consciência.

Sentimo-nos deslizar pelo tempo, isto é, podemos pensar que passamos do futuro para o passado, ou do passado para o futuro, mas não há um momento em que possamos dizer ao tempo: «Detém-te! És tão belo...!», como dizia Goethe. O presente não se detém. Não poderíamos imaginar um presente puro; seria nulo. O presente contém sempre uma partícula de passado e uma partícula de futuro, e parece que isso é necessário ao tempo.

Jorge Luís Borges, in 'Ensaio: O Tempo'


2 comentários:

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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