11 julho 2010

Domingo... se fores à Missa!

O Evangelho de hoje fala-nos de MISERICORDIA.

Do hebraico "hesed " (misericórdia) designa todos os laços que ligam os membros de uma comunidade.

Do Latim, a palavra misericordia resulta da junção de dois termos “MISERI” e “CARDIS” que significa “colocar um miserável no coração”.

Em grego, misericórdia diz-se éléos, palavra que nos é familiar através da oração Kyrie Eleison, que é um apelo à misericórdia de Deus. Éléos também significa entranhas ou seio materno, ou seja o amor profundo, a afeição de uma mãe pelos seu filhos.

Em linguagem MAF, misericórdia significa COMPAIXÃO. Para mim, é a forma mais sublime de todas as formas de sentir amor. É ‘sentir o outro’ em face das suas dores e aflições. É, como diz o Latim, ‘colocar um miserável, um desconhecido no coração’. É chamar a mim as dores do outro. De facto, a compaixão pousa o olhar e o coração sobre as dores do outro, fazendo deste outro não um alheio, mas um próximo. E a partir daí, tudo muda; o outro deixa de ser um ilustre desconhecido, aquele que vemos na televisão, de quem temos pena, mas por quem não nos movemos. De repente, o outro é o vizinho do 3º Esq., é o colega de trabalho, aquele que nunca diz bom dia, que entra e sai carrancudo, é o bêbedo mal cheiroso que dorme à porta do nosso prédio, é o tipo do Toyota Corola que estaciona em frente da nossa porta, é a dona Adelaide do quiosque que não se cala quando lá vamos comprar o jornal. E o que faz, então, a compaixão ? A compaixão leva-nos a mover. A compaixão é o sentimento que move ao encontro de, que motiva efectivamente uma aproximação com, que afecta a motivação, no sentido original de moção ou movimento. A compaixão é tramada, digo-vos .....

Domingo se fores à Missa .......... enche-te de Compaixão !

MAF

Evangelho segundo S. Lucas 10,25-37.

Levantou-se, então, um doutor da Lei e perguntou-lhe, para o experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para possuir a vida eterna?

Disse-lhe Jesus: «Que está escrito na Lei? Como lês?» O outro respondeu: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.» Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem; faz isso e viverás.» Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?»
Tomando a palavra, Jesus respondeu: «Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando o meio morto. Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê-lo, passou ao largo.
Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão.
Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: 'Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.'
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?»
Respondeu: «O que usou de misericórdia para com ele.» Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo.»

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito Maf! Gostei muito do seu comentário! Obrigada. pcp

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