Sombreio com precisão tudo o que fica entre mim e o chão. A minha extensa verticalidade é suficiente para anoitecer uma considerável porção de terreno num magnífico eclipse profético, aos olhos dos bichos, pelo menos. A haver sol, é o que faço melhor, não havendo, faço pouco mais que providenciar um distinto abrigo para o vento e, no caso de uma franciscana falta de melhor, para a chuva que possa vir de empurrão com ele. Tudo isto sem recorrer à notável faculdade do movimento e, melhor ainda, sem qualquer esforço intelectual. Quieto, mudo e estúpido.
Tenho tido saudades das alturas do ano em que, luxo raro, me é permitido ficar quieto, mudo e estúpido.
Zdt
3 comentários:
Bela brincadeira com as palavras. Conseguir compor coisas vagas com tanta arte.
Não fique quieto, nem mudo e muito menos estúpido. Acharia um desperdício.
Ah:)))
ML
Ana, ML, ainda bem que gostaram! =)
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