10 janeiro 2011

Hiper-Espaços

Desde 2008 que, durante cinco dias, Nova Iorque é palco de uma série de palestras, conversas, discussões e exposições. Este certame tem o nome pomposo de World Science Festival.

Durante cinco dias as ciências, desde a física até à biologia, passando pela matemática e pela neuro-biologia, são o tema em foco. No site pode ler-se que a missão deste World Science Festival é to cultivate and sustain a general public informed by the content of science, inspired by its wonder, convinced of its value, and prepared to engage with its implications for the future.

O site disponibiliza alguns vídeos e até algumas palestras completas. Uma das que podemos ver do princípio ao fim tem como título Hidden Dimensions: Exploring Hyperspace. E sim, o conteúdo é tão complexo como o título sugere. Durante os primeiros vinte minutos senti-me um potencial Einstein, mas depois dessa sobrecarga o meu cérebro voltou ao normal, e o resto do tempo foi passado a abanar a cabeça e a fingir um ar entendido e convencido, como se os oradores convidados me pudessem ver do outro lado do ecrã.

Nesta palestra pretendia discutir-se a possibilidade (ou facto confirmado, fiquei sem perceber muito bem) de existirem mais dimensões do que as três a que estamos habituados. Já não basta a altura, largura e profundidade, ou x, y e z, numa notação mais matemática, temos ainda mais uma série de dimensões que estão escondidas e não conseguimos ver.

O orador comparou depois estas dimensões adicionais, estes hiper-espaços, a uma obra musical que, confesso, eu não conhecia. Disse que, tal como as notas desta obra, os hiper-espaços se tentam soltar da matemática para dar sentido às teorias propostas. Mexem-se de um lado para o outro, dão cotoveladas, saltam, fazem força, empurram. Tentam sair. Tentam fugir. E é muito fácil entender esta comparação se ouvirmos a obra em questão.



Muitos dos cientistas que iniciaram estas teorias são considerados visionários, pessoas que, com o pouco que se conhecia na altura, olharam e viram muitos anos à frente. Depois destes oito minutos, é seguro dizer que também Beethoven era um visionário na sua ciência.

SdB (III)

1 comentário:

marialemos disse...

SdB (III),
Gostei imenso do Hidden Dimensions: Exploring Hyperspace. É o que disse e também a Física do ponto de vista dos artistas. Para eles a 4ª dimensão será o espaço+tempo, portanto escultura e movimento. Apresentação com humor, com a ajuda da Tecnologia. A Física acessível.
Obrigada.

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