02 janeiro 2011

Solenidade da Epifania do Senhor

Hoje é Domingo, e eu não esqueço a minha condição de católico.
Talvez muitos de nós tenham crescido na tradição de perguntar às crianças: o que pediste ao Menino Jesus? O que te deu o Menino Jesus? Quanto ao Pai Natal, cada um gere a sua existência de forma própria. Aos meus filhos, porque numa dada altura trabalhava na logística de uma multinacional, dizia-lhes que era apenas o transportador. Outros afirmavam ser o ajudante ou o criado do Menino.
Os Reis Magos foram a Belém oferecer ouro, incenso e mirra. Quanto a mim, ainda não foi este ano que rompi com o consumismo; neste ano, ainda, a angústia da falta de criatividade venceu o gosto da dádiva. A maioria de nós vai aos centros comerciais, às lojas, às feiras; esquecemo-nos de comprar presentes para o Menino Jesus, porque crescemos na ideia de que é ele que nos oferece coisas. Esquecemo-nos de que já recebemos o maior presente de todos: o próprio Menino Jesus.
O Evangelho deveria ser um convite à reformulação da pergunta que fiz acima, sobretudo para aqueles que encontram o verdadeiro espírito do Natal no despojamento de uma manjedoura. Acima de tudo, a pergunta deveria ser: o que ofereci eu o Menino Jesus?
Bom Ano para quem me lê. Que a crise de 2011 seja uma oportunidade para nos recentrarmos no que é verdadeiramente importante: o presépio.

JdB

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia,
nos dias do rei Herodes,
quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente.
«Onde está – perguntaram eles –
o rei dos judeus que acaba de nascer?
Nós vimos a sua estrela no Oriente
e viemos adorá-l’O».
Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado
e, com ele, toda a cidade de Jerusalém.
Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo
e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias.
Eles responderam:
«Em Belém da Judeia,
porque assim está escrito pelo profeta:
‘Tu, Belém, terra de Judá,
não és de modo nenhum a menor
entre as principais cidades de Judá,
pois de ti sairá um chefe,
que será o Pastor de Israel, meu povo’».
Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos
e pediu-lhes informações precisas
sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela.
Depois enviou-os a Belém e disse-lhes:
«Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino;
e, quando O encontrardes, avisai-me,
para que também eu vá adorá-l’O».
Ouvido o rei, puseram-se a caminho.
E eis que a estrela que tinham visto no Oriente
seguia à sua frente
e parou sobre o lugar onde estava o Menino.
Ao ver a estrela, sentiram grande alegria.
Entraram na casa,
viram o Menino com Maria, sua Mãe,
e, caindo de joelhos,
prostraram-se e adoraram-n’O.
Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes:
ouro, incenso e mirra.
E, avisados em sonhos
para não voltarem à presença de Herodes,
regressaram à sua terra por outro caminho.

5 comentários:

Maf disse...

João, tem toda a razão! E mais do que:"que dei eu ao Menino Jesus?", deveriamos colocar como propósito de ano novo : "que vou eu dar ao menino jesus neste novo ano". Obrigado por lançar esta ideia maravilhosa.
Bom ano para si também.
Maf

Anónimo disse...

Como a Maf, concordo em absoluto com a questão posta ao contrário: o que vou dar eu ao Menino Jesus neste novo ano?. Bela e pertinente pergunta. Com o cenário conjuntural que nos envolve, devíamos oferecer-lhe muita calma, coragem, aceitação activa e Alegria. Tarefa nada, nada fácil, convenhamos. Mas não impossível. Um maravilhoso ano para si, JdB. pcp

Anónimo disse...

Desejo-lhe tb um Ano Muito Feliz e continuação de inspiração, com esta excelente ideia de um presente para os próximos 365. MZ

Anónimo disse...

Desejo-lhe tb um Ano Muito Feliz e continuação de inspiração, com esta excelente ideia de um presente para os próximos 365. MZ

arit netoj disse...

Querido João,
Obrigada pelo propósito. Vamos então tentar desinstalarmo-nos tal como os Reis Magos.
Beijinhos

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