30 janeiro 2013

Diário de uma astróloga – [44] – 30 de Janeiro de 2013


O trio Aquário, Urano e Prometeu 

Quando perguntam à astróloga “o meu signo é bom ou mau?”, respondo que todos os signos podem ser expressos de forma positiva ou negativa, e não há um melhor do que outro. Mas eu, Luiza, tenho preferências: gosto imenso do Aquário. Ainda bem, porque o Sol está nesse signo desde 19 de Janeiro e até 18 de Fevereiro.

A necessidade arquetípica do Aquário é de liberdade e de obter novas perspectivas com mudanças e progresso. Está ligado às invenções e à tecnologia. As personagens aquarianas são de uma certa forma rebeldes, revolucionários, têm espírito aberto e poucos preconceitos. Tanto podem ser altruístas e humanitários como originais e excêntricos ou acumulando ambas facetas.

O símbolo de Aquário parece uma corrente eléctrica e a imagem clássica ligada à constelação representa uma figura humana canalizando a sabedoria do céu para a Terra



O planeta Urano regente de Aquário foi descoberto em 1781 por Sir William Herschel. Foi o primeiro planeta descoberto através da tecnologia de ponta da altura – o telescópio. Há milénios que não se baptizava um planeta e dar-lhe nome foi um processo complicado. Herschel quis baptizá-lo com o nome do rei George III, Georgium Sidus, ou com o seu próprio nome. Os outros astrónomos não acharam bem. O astrónomo alemão que estudou a órbita deste novo planeta, Johann Bode (um Aquário nascido a 19 de Janeiro) sensatamente sugeriu Urano, nome do deus que na mitologia reinava sobre o céu e era pai do deus Saturno. Em 1789 foi descoberto um novo elemento baptizado “urânio” e a partir daí, Urano foi a denominação mais usada por astrónomos e astrólogos e, desde 1850, a única. 



Em termos físicos, o planeta Urano revela excentricidade (característica de aquário) porque a sua inclinação é superior a 90°. Isto é, gira sobre si mesmo na horizontal e não na vertical, como todos os outros. Em termos astrológicos começou a verificar-se também uma anomalia: ao contrário dos outros planetas, cuja energia se assemelha à mitologia do deus respectivo, a energia do planeta Urano, sincrónica com o comportamento humano e assuntos mundanos, nada tem a ver com a mitologia de deus do mesmo nome. 


Em 1978, Richard Tarnas, psicólogo, historiador, astrólogo e filósofo americano, tem uma inspiração e propõe a mitologia de Prometeu para a compreensão do Urano astrológico. Mais tarde escreve uma monografia “Prometheus, the Awakener”, que aconselho a todos os estudantes de astrologia.

O titã Prometeu era um herói que se rebelou contra os deuses e lhes roubou o segredo fogo para o dar à raça humana, permitindo assim o seu progresso e civilização. Foi o primeiro humanitário! Zeus, furioso, castigou Prometeu, aprisionando-o contra um rochedo onde todos os dias uma águia gigante lhe ia comer um bocadinho de fígado. Este martírio durou até que Hércules o libertou e matou a águia.

Tarnas não liga muito à parte sangrenta do mito, mas sim ao lado rebelde e humanitário e aponta, cheio de razão, que a energia de Urano também coincide com a do período em que foi descoberto: a primeira revolução industrial, a revolução francesa e a declaração da independência dos Estados Unidos.

Olhando para fenómeno cultural dessa época, o Romantismo (1770 – 1840), constato que o mito de Prometeu aparece na obra literária de expoentes do espírito romântico,  tendo alguns deles fortes qualidades aquarianas e/ou uranianas.

  •       Goethe com Urano em Aquário oposto a Mercúrio escreve o poema “Prometheus” em 1774 mas só publicado em 1789.
  •    Lord Byron nascido em 1788 com Sol, Vénus, Saturno e Plutão em Aquário escreve “Prometheus” em 1816.
  •     Mary Shelley nascida em 1797 com o Sol conjunto a Urano publica Frankenstein em 1818 com o subtítulo “The Modern Prometheus”.
  •    O seu marido, Percy Shelley, nascido em 1792 e também com Sol conjunto a Urano escreve “Prometheus Unbound” em 1820. Os seus escritos foram tão revolucionários que Gandhi afirmou ter sido influenciado por ele.

Estes sincronismos levam-me a acreditar que Richard Tarnas tem toda a razão, e que a mitologia de Prometeu é essencial na compreensão de Aquário e Urano.  



O mito e a sua ligação à energia aquariana estava bem vivo quando, um século mais tarde, John D. Rockefeller Jr., nascido a 29 de Janeiro de 1874 com Sol, Vénus, Mercúrio e Saturno em Aquário em oposição a Urano, escolheu, como símbolo de progresso para o seu moderníssimo Rockfeller Center em Nova Iorque, a escultura de Prometeu, que muitos dos meus leitores já admiraram.  Agora olharam com novos olhos!




No próximo post falarei dos meus Aquários favoritos.

Luiza Azancot
www.astrocape.com

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