Escrevo este pequeno texto quando faltam meia dúzia de
horas para 2012 ir à vida. Olho pela janela e vejo um final de tarde cinzento e
tristonho, a que uma chuva miudinha de última hora que resolveu comparecer acrescenta
uma atmosfera gélida, pouco habitual no clima ameno que Lisboa nos costuma
oferecer, mesmo no Inverno.
Talvez para lembrar que este ano que agora finda deixa, infelizmente, marcas e recordações tristes e cinzentas a muita gente,
confrontada com situações adversas que muitas não pensariam sequer que pudessem
existir. No meu caso particular, a bem da verdade, devo dizer que o ano correu
genericamente bem, assim possa o 2013 correr de forma semelhante. Diria que
actuámos com algum optimismo (eu, que sou um pessimista!) e que tivemos sorte,
remédios indispensáveis em épocas como a que vivemos.
As dificuldades esperadas para 2013 são por demais
conhecidas, não vale a pena bater mais no ceguinho. Muitas pessoas continuarão
a passar dificuldades, e o rol ainda vai engrossar. É por isso necessário
combater a indiferença que há em muitos em relação ao sofrimento alheio, e esse
combate começa por nós próprios. E coisas a fazer há muitas, é só preciso estar
atento aos que nos estão próximos ou às imensas propostas com que solicitam a
nossa ajuda. E querer participar, lutando para melhorar as coisas. Não deixemos
é que sejam os “afectos” próprios a dominar as nossas vidas.
Portugal, nação velha de quase nove séculos, já
ultrapassou muitos cabos das tormentas na sua longa história, transformando-os
em cabos da Boa Esperança. É essa a lição que devemos lembrar e tentar por em
prática. Se evitarmos derrotismos fáceis e desculpas mais que gastas, já não é
mau. Se cada um fizer bem o que pode fazer, já é muito.
Tiago Bettencourt é um músico que conheci melhor nos
últimos tempos. Do seu álbum “Acústico”, de 2012, aqui vão 2 músicas que espero
que apreciem.
Bom Ano de 2013 para todos!
fq
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