Yin e Yang no quadro astrológico de Março / Abril
A primeira
referência a estas designações aparece no “I Ching” (Livro das Mutações) aproximadamente em 700
A.C. e determinava que todos os fenómenos podem ser reduzidos à dicotomia Yin –
Yang. A astrologia não é excepção.
Analisando as
características de cada um percebe-se que os signos de terra e água são yin e
os de fogo e ar são yang.
Yin – Terra /Água Yang – Fogo / Ar
Principio
passivo Principio activo
Feminino Masculino
Produz forma Produz
energia
Crescimento Génese
Noite / Sombra Dia / Luz
Lado direito Lado esquerdo
Norte e Oriente Sul e Ocidente
Ouvir /
Introversão Falar /
Extroversão
Contracção Expansão
Para os audiófilos, aqui estão duas peças, as mais
yin e yang que encontrei no meu repertório de música clássica:
Yin: Samuel
Barber Adagio for Strings:
Yang: Richard Strauss “Also Sprach Zarathustra” abertura de “2001 Odisseia no Espaço”
Há pessoas que, pela distribuição dos seus planetas por signos yin ou yang, estão mais à vontade
num mundo do que noutro. Existem também culturas que privilegiam fortemente um
dos lados. Por exemplo, é muito mais fácil ser yin no Japão do que nos EUA. As actividades caracteristicamente japonesas, tais
como o ritual do chá, passear em jardins zen destinados a facilitar a meditação,
pacientemente dobrar o origami até atingir a forma perfeita são, na sua
essência, yin. Nos EUA privilegia-se a acção, a rapidez, a agressividade, sendo
as características yin vistas como fraquezas.
Esta dicotomia
que reflecte a ordem do Universo tem uma beleza que consiste na sua interdependência,
não existem um sem o outro, e sucedem – se. Quando acaba a noite, começa o dia
e quando acaba o inverno começa a primavera. Traduzindo para signos
astrológicos, quer dizer que quando acaba Peixes começa Carneiro.
Não existem épocas
totalmente yin ou totalmente yang mas este ano a diferença de energias entre
Março e Abril merece referência sobre este aspecto. No meu diário nº 46 de 27
de Fevereiro falei sobre a excepcional concentração de planetas no signo de
Peixes nos dias 10 e 11 de Março. Sendo Peixes o signo yin por excelência aconselhei
como actividades meditar, rezar, ter empatia, sonhar, passear e boiar.
Hoje, dia de
Lua Nova em Carneiro a situação é muito diferente. A Lua Nova é o momento em
que o Sol e a Lua se encontram juntos no mesmo grau de longitude celeste. Estão
portanto ambos em Carneiro. Com eles estão também Vénus, Marte e Úrano.
Carneiro, por
ser o primeiro, é o mais yang de todos os signos. Se Peixes a nível simbólico
representa o líquido amniótico, Carneiro é o grito do recém-nascido. É o signo
que em voz bem alta diz “EU SOU!”, “EU VOU!”. Quem sou e para onde vou isso são
perguntas a fazer sob outros signos. Aqui trata-se da afirmação do ser no seu
modo mais absoluto, mais directo, sem hesitações. É o anúncio da Nike “Just do
it!”.
A esta energia de Carneiro junta-se a da Lua Nova que é o início de um ciclo que se repete cada 29 dias. Mas a Lua Nova em Carneiro é uma dupla dose de início, a nível solar e a nível lunar. É altura para olhar com confiança para o futuro, para as possibilidades à nossa frente. Estamos na faixa do “Principiante” e, apesar dos problemas serem os mesmos, o Universo convida-nos a olhar para eles com outros olhos, a procurar soluções novas. Nada de grandes planos a longo prazo, o imediatismo de Carneiro exige acção que possa ser implementada já.
Durante esta
semana o Sol e Marte vão andando lado a lado culminando no dia 17 de Abril dia em
que se juntam, dando a todos os nós força, auto-suficiência, coragem e vontade
de agir.
Sem esquecer
que a sabedoria é o equilíbrio entre yin e yang, vamos aproveitar este empurrão cósmico
para deixar de boiar e deitar as mãos à obra.
Luiza Azancot
4 comentários:
Cada vez gosto mais de te ler. Aprendo sempre e fica sempre uma pulguinha atrás da orelha a morder o meu inconsciente.
Querida ACC
Aprecio tanto os teus comentarios e tambem por teres de sido testemunha do inicio deste esparramar de pensamentos astro.
Há bastante tempo postei aqui o Samuel Barber, defendendo que ouvir este adágio para cordas é um exercício de introspecção, de paz, de serenidade, talvez de procura dos grandes espaços ou dos grandes silêncios. Grande parte disto sou eu – um yin dominante? Depois olho para a coluna do Yin e – olha a coincidência – lá me revejo eu nalgumas palavras: introversão, noite/sombra, outras. O yang não me é estranho, digo eu, mas sou menos eu. Ou acho que sou menos eu...
Pergunta: mudamos com a idade? Com acontecimentos marcantes da nossa vida?
Resposta a JdB, subtilmente mudamos com a idade e mudamos no sentido do que alimentamos. Se alimentarmos odios ficamos odiosos, se alimentarmos reflexao ficamos mas amantes do silencio. Os acontecimentos marcantes da vida fazem perceber de que alimento precisamos mesmo. Hoje tive uma experiencia do inverso, alguem que precisava e alimentar-se de yang.
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