Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc
9, 2-10)
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles. As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear. Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias». Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados. Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos. Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.
***
O monte da
transfiguração
Jesus, acompanhado pelos seus
amigos, subiu para um alto monte e transfigurou-se diante deles. Possivelmente,
este lugar retirado hoje, para muitos de nós, será sobretudo no nosso coração.
mesmo sem subir a um lado de uma serra, podemos entrar no nosso coração e aí aprofundar
a nossa convivência com Cristo, na convivência com Deus onde o vemos transfigurado.
Quando nós mantemos a relação com o Senhor no nosso coração, Cristo de algum
modo transfigura-Se e aparece-nos até com essa brancura resplandecente de que
nada na Terra se aproxima, ou seja, na sua verdade divina. É o mundo do céu, o
mundo de Deus que nos é comunicado na vida de Jesus. Quando nós mantemos viva a
sua memória em nós, quando nós mantemos de forma continuada este retiro com
Ele, neste alto monte da profundidade em nosso coração, Jesus transfigura-se;
deixa de ser apenas uma palavra ou uma mensagem do passado ou aquilo que nós
imaginamos e torna-se presença viva, transfigurada e também divina que, por
isso, nos diviniza a nós na comunhão com Ele.
D. Manuel Clemente (2014), O
Evangelho e a Vida. Conversas na radio no dia do Senhor. Ano B. Cascais:
Lucerna, 62-63
Sem comentários:
Enviar um comentário