Nada ligo ao Dia Internacional
da Mulher, tanto que não sei se é internacional ou mundial. Nem sequer percebo
a diferença entre uma designação e outra... No entanto, sou sensível à violência
sobre as mulheres. Talvez prefira dizer que sou sensível à violência,
independentemente de quem a pratica e sobre quem a pratica. Parece-me que este
raciocínio é do mais elementar bom senso. Também sei que, por via da
diferença de força humana, a violência física se exerce mais sobre as mulheres
do que sobre os homens. As estatísticas não mentem, e mesmo essas só revelarão a
violência que se exerce no corpo, não no espírito.
No final da semana passada mostraram-me o vídeo com o (novo) hino da APAV, intitulado “Cansada”. Não me debrucei sobre a letra, confesso, pois estava distraído a fazer outras coisas. Achei a música bonita e bem interpretada. Por isso, e também por um certo imperativo de consciência, a divulgo.
No final da semana passada mostraram-me o vídeo com o (novo) hino da APAV, intitulado “Cansada”. Não me debrucei sobre a letra, confesso, pois estava distraído a fazer outras coisas. Achei a música bonita e bem interpretada. Por isso, e também por um certo imperativo de consciência, a divulgo.
Depois lembrei-me de um fado
com que me cruzei há uns tempos. A letra, que reproduzo abaixo, é de Linhares Barbosa [1893 – 1965],
um torneiro mecânico que terá produzido, apesar de ter a instrução primária,
cerca de três mil letras. Vamos supor
que o letrista a escreveu no último ano de vida. Entre esse momento e o ano de
agora distam 50 anos. É muito ou pouco? Não sei. Mas há meio século ninguém se chocaria que uma mulher (penso que a Lucília do Carmo interpretou o fado) dissesse em
público bate naquilo que é seu / ninguém
tem nada com isso.
Curiosidades...
JdB
O meu (um homem a meu jeito)
Amo um homem a meu
jeito
Valente, como os que
o são
Tem tatuagem no peito
E lá dentro, um
coração
Com ciúmes, são de
lume
Seus olhos que me
consomem
Gosto de o ver com
ciúme
Acho-o mais belo,
mais homem
Com seus lábios de
veludo
Com que amor eu sou
beijada
Beija-me às vezes por
tudo
Bate-me às vezes por
nada
Dizem, porque me
bateu
Que o seu amor é
postiço
Bate naquilo que é
seu
Ninguém tem nada com
isso
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