Evangelho de Nosso Senhor de Jesus
Cristo segundo São João (Jo 20, 19-23)
Na
tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa
onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus,
apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto,
mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem
o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me
enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:
«Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão
perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos».
Sinais do Espírito
Ao
longo de dois mil anos de presença de Espírito no mundo, mas também na nossa
própria vida e na vida de muita gente próxima de nós, vemos como a presença de
Jesus Cristo, através daqueles que participam do seu Espírito, é uma presença
pacificadora e uma presença reconciliadora.
As
pessoas que estão reconciliadas, que vivem do Espírito de Jesus Cristo e da sua
Páscoa, essas pessoas pacificam. Nós gostamos de estar ao pé delas, sentimo-nos
acolhidos. O Espírito de Cristo é um factor universal de comunhão, de unidade,
de reconciliação, de aceitação mútua e, como eu dizia, de recriação. Porque o
perdão que o Espírito de Jesus Cristo realiza no mundo – ou tal como se realiza
em cad celebração do sacramento da Penitência, por exemplo – é sempre uma
recriação. Perdoar é recriar.
As
pessoas que acabam por ter os sentimentos de Jesus Cristo, induzidas pelo
Espírito, têm esta capacidade de recomeçar, de recriar, e é esse o sinal do
Espírito de Deus que Cristo nos comunicou.
D. Manuel Clemente (2014), O Evangelho e a Vida. Conversas na rádio no
Dia do Senhor. Ano B. Cascais: Lucerna.
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