Hoje não é Domingo, mas eu não quero esquecer a minha condição de católico.
Passámos o último fim-de-semana na Beira, e quisemos ir à Missa. Indagámos horas e locais e foi-nos dito, com o espanto de quem vê ignorância injustificada à sua frente, que a cerimónia se realizaria - pois está claro - no Clube de Golfe local, pelas 9 horas da manhã. À hora marcada lá estavamos, tendo realizado o porquê da missa campal: celebravam-se os 20 anos da visita de João Paulo II a Moçambique, em plena guerra civil.
Quem esteve em África, ou passou, mesmo em Portugal, por comunidades africanas, sabe o que é a missa deles: música alegre e ritmada ao som (também) de batuques, danças, cor, despretensão, fé. Já tinha assistido em Harare a uma missa celebrada em shona, o dialecto local maioritário, e apercebi-me disso mesmo, ainda que a cerimónia tivesse tido lugar dentro de uma igreja.
Aqui na Beira, debaixo de umas núvens que nos protegeriam de um sol potencialmente incomodativo, um coro de afinação irrepreensível entoava músicas no dialecto local, fáceis de interiorizar ao fim de alguns segundos - ainda que não percebessemos as palavras, apenas o sentido - agitando-se levemente numa simultaneidade sem desvios.
À frente dos fiéis, um corpo de baile composto por raparigas e senhoras (talvez fossem solteiras e casadas...), com panos tendo imagens alusivas à presença do Papa, ensaiava uma coregrafia perfeita, leve, elegante. Por alturas do Ofertório constituíram ainda um cortejo que levou bens de natureza vária ao altar, situado numa pequena elevação.
Compromissos inadiáveis obrigaram-nos a sair a meio da cerimónia que já ia longa, sobretudo devido à homilia lenta e demorada que se estendeu por mais de 45 minutos. Se todos aqueles que falam para público de qualquer género tivessem um dipositivo indicador do nível de atenção de quem os ouve, talvez algumas coisas fossem mais rápidas.
Passámos o último fim-de-semana na Beira, e quisemos ir à Missa. Indagámos horas e locais e foi-nos dito, com o espanto de quem vê ignorância injustificada à sua frente, que a cerimónia se realizaria - pois está claro - no Clube de Golfe local, pelas 9 horas da manhã. À hora marcada lá estavamos, tendo realizado o porquê da missa campal: celebravam-se os 20 anos da visita de João Paulo II a Moçambique, em plena guerra civil.
Quem esteve em África, ou passou, mesmo em Portugal, por comunidades africanas, sabe o que é a missa deles: música alegre e ritmada ao som (também) de batuques, danças, cor, despretensão, fé. Já tinha assistido em Harare a uma missa celebrada em shona, o dialecto local maioritário, e apercebi-me disso mesmo, ainda que a cerimónia tivesse tido lugar dentro de uma igreja.
Aqui na Beira, debaixo de umas núvens que nos protegeriam de um sol potencialmente incomodativo, um coro de afinação irrepreensível entoava músicas no dialecto local, fáceis de interiorizar ao fim de alguns segundos - ainda que não percebessemos as palavras, apenas o sentido - agitando-se levemente numa simultaneidade sem desvios.
À frente dos fiéis, um corpo de baile composto por raparigas e senhoras (talvez fossem solteiras e casadas...), com panos tendo imagens alusivas à presença do Papa, ensaiava uma coregrafia perfeita, leve, elegante. Por alturas do Ofertório constituíram ainda um cortejo que levou bens de natureza vária ao altar, situado numa pequena elevação.
Compromissos inadiáveis obrigaram-nos a sair a meio da cerimónia que já ia longa, sobretudo devido à homilia lenta e demorada que se estendeu por mais de 45 minutos. Se todos aqueles que falam para público de qualquer género tivessem um dipositivo indicador do nível de atenção de quem os ouve, talvez algumas coisas fossem mais rápidas.
Saímos do recinto, e eu ainda olhei para trás, para um último relance daquela cerimónia tão invulgar para mim. Um grupo de quatro amigos, semi-isolados da multidão, dançavam alegremente ao som de uma das músicas, enquanto as senhoras se dirigiam ao altar. Ligeiramente ao lado, uma rapaz novo agita-se com um frenesi que acharíamos estranho numa eucaristia.
As missas em Harare - sejam em shona, sejam em inglês - demoram mais de uma hora. Em Portugal, se ultrapassarem os 45 - 50 minutos há comentários menos agradados: homilías arrastadas, coros lentos... Ali já íamos nas duas horas e ninguém saiu. Só nós. Culturas...
2 comentários:
Pois é !!! saudades na nossa paroquia de Luanda com tijolos e tabuas como bancos e pandeiretas e tambores por alturas da eucaristia...Perante o nosso olhar aparvalhado habituadas a igrejas frias e cinzentas à nossa frente desfilavam verdadeiras manifestações de fé ..A ultima a que assisti foi em salvador da Bahia ha 2 anos...Bem Hajam Beijos sonoros
Rocha
Deve ter sido para ti uma experiência bem diferente mas bonita de se ver a simplicidade com que o povo africano expressa a sua fé, com muita alegria e sem pressas, como dizes e bem, tão diferente do que se passa aqui na nossa terra... Bjs e aproveita bem estes ultimos dias nesse continente fantástico! MiHl
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