Sempre gostei do meu artista convidado de hoje. O nome talvez não diga muito (digo eu) … mas algumas das suas canções são seguramente conhecidas dos leitores deste blogue. Acho graça à sua voz anasalada, às suas letras satíricas ou, ao revés, muito humanas, à clareza com que as canta, ao seu ar descontraído, à leveza com que toca o piano, ao ritmo e cadência das músicas, às suas influências sulistas claríssimas … sei lá eu porque gosto dele? Gosto. Ponto. E por isso o trago hoje.
Randy Newman nasceu em New Orleans a 28 de Novembro de 1943. A sua grande referência e influência musical foi Ray Charles mas não só (Jerry Butler, pai de Jeff Buckley, já aqui referido, também o foi). Para além de cantor e compositor de música pop de carácter generalista, so to say, tem tido um enorme sucesso enquanto compositor para bandas sonoras de filmes. Uma área muito interessante, pensando bem. Lembro-me, aliás, de ter ouvido o maestro António Vitorino de Almeida, certa noite fria de Agosto, numa espécie de tertúlia/espectáculo no Clube de Moledo, debitar sobre a sua experiência e o seu gosto por compor música para filmes. Que interessante deve ser: olhar para imagens e em vez de nos ocorrerem palavras, lembrarmo-nos de associações de sons…
Randy Newman compõe para filmes (sobretudo) desde os anos 80: Ragtime (pelo qual recebeu um Óscar),Awakenings, The Natural, James and the Giant Peach, Meet the Parents, Meet the Fockers, Seabiscuit, Princess and the Frog e vários filmes da Disney (Toy Story, Toy Story 2, Monsters, Cars) são apenas alguns dos muitos filmes nos quais participou e pelos quais já foi nomeado para o Óscar de melhor banda sonora por 20 vezes! Por junto, ganhou um Óscar, 3 Emmys, 4 Grammys, pertence ao Songwriters Hall of Fame desde 2002 e foi considerado um Disney Legend no ano de 2007. Um curriculum impressionante, revelador duma criatividade, muito aplicada aos filmes, invulgar. Curiosamente, à semelhança de John Barry, artista convidado do PO na semana passada.
Espero que gostem.
pcp
5 comentários:
Dear PCP, interesting choice. He's a familiar artist to me but not one I've ever taken much time to explore. I find his nasal drawl a little off-putting and so prefer other people's versions of his songs. And shameful to say, I have tended to avoid the challenge of trying to understand his intelligent thought-provoking satirical lyrics, partly because they seem to speak more to his fellow Americans.... By the way, Jerry Butler was not Jeff Buckley's father!... thx, PO
Ooopss.... had this idea that he was Jeff Buckley's father! Thanks, P. Bjs. pcp
C,
Interessante. Se tivesse que escolher cores para este post seriam certamente o vermelho + azul + branco, as cores da bandeira dos Estados Unidos e também do Reino Unido. Ou seja, muito Anglo-saxónico o seu post hoje, e muito pouco Latino, na minha humilde opinião. Frontal, sem preconceitos, verdade nua e crua, é como uma reportagem com clips de temas actuais (imagem, catástrofes naturais, dinheiro, e também afecto – porque, vamos lá ver, também são humanos).
Pena o talentoso Randy ser tão pouco expressivo. Concordo com o Philip – acho que prefiro as interpretações das músicas dele por outros.
Mas gostei C (é diferente).
ML, vc é tão visual!! Dá sempre cores às coisas... e tem graça, acho graça ao facto do talentoso Randy ser pouco expressivo. Tal como acho graça, quando é bom, ao under-acting (no cinema...). O over-acting, ao invés, irrita-me. Obrigada pelos seus sempre simpáticos comentários. Bjs, pcp
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