09 fevereiro 2011

Moleskine

Inspecção. Decidi finalmente mudar o nome do titular do contrato do gás de minha casa. Depois de algumas peripécias (o meu "M" de Maria passou a ser "M" de Mendes...) lá tive a vistoria (o povo gosta de dizer véstoria...). Perfilam-se à porta dois cavalheiros que justificarão um pagamento que pode ir até 75 euros - tudo isto para que apareça o meu nome na facturazinha electrónica. Após 15 minutos, o técnico do ISQ diz que as emissões do meus esquentador estão estupendas. Não obstante, despede-se de mim desejando felicidades. Olho à volta e questiono-me se devo reformular a cozinha. Ou a casa toda, vá... Ou devo investir num lifting? Felicidades? Para si também, foi o que me ocorreu, mas talvez ele fosse mau profissional. Ou batesse na mulher, sei lá eu...

Livro que li. Luz do Mundo (conversas com Bento XVI). Volto a aconselhar - um primor de clareza e concisão sobre temas tão vastos como o celibato dos padres, a ordenação de mulheres, a pedofilia, o ecumenismo, sexualidade. Se me pedissem para fazer uma crítica diria sem grande convicção: talvez, aqui e ali, perguntas excessivamente longas.

Livro que leio. Disse-me um adivinho (Tiziano Terzani, Tinta da China 2010). Da contracapa:"Disse-me Um Adivinho" foi o livro com que Tiziano Terzani se reinventou. Depois de décadas a cobrir inúmeras guerras, tragédias e desgraças a Oriente, o escritor tomou o lugar do repórter. Terzani, voluntariamente impedido de viajar de avião durante um ano, restitui-nos um mundo infinitamente mais complexo do que o de uma modernidade em que nos deslocamos a grande velocidade, pensamos com enorme rapidez e morremos velozmente. Durante um ano percorreu o Extremo Oriente por terra, lentamente, em busca de um tempo perdido, numa viagem de sentido duplo: aquele que correspondia ao trajecto geográfico, ligando os pontos de um mapa, e o que o fez levar a cabo um percurso íntimo e de autodescoberta. Numa viagem assim, quem chega nunca é quem partiu.

Filmes. Fui ver ontem O Turista, com Johnny Depp e Angelina Jolie. Filme ideal para um fim de tarde que pede descanso da mente. A sessão foi particular, digamos, porque não havia mais ninguém na sala. Pipocas com sal, sans peur et sans reproche. Hora e meia de um thriller que também poderia ser comédia romântica, arrisco eu. O que se aproveita? Sobretudo a elegância dela, e as imagens bonitas de Veneza, se bem que não se pudesse aplicar o imortal de Aznavour: que c'est triste Venise / aux temp des amours mortes.

JdB

1 comentário:

Ana LA disse...

Bom dia JdB,
Até gostaria de ler o seu comentário sobre o livro de Tiziano, mas não consegui! Presumo que quase todos os leitores deste blog já precisam de óculos, por isso lhe peço um pouco de compaixão. AUMENTE O TAMANHO DA LETRA.
obrigadinha, sim.

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