Cruzei-me com Dick Farney há muitos anos, quando as minhas noites radiofónicas venciam as manhãs mentalmente frescas. Não havia ainda CD's e no meu quarto, o pick-up, como se chamava na altura, não fazia parte dos activos. Também nunca fui rapaz de comprar discos, pelo que me restava uma telefonia que, deitada na horizontal e apoiada na pega rebatível, dava um ar de tecnologia futurista.
Um dia mais tarde quis comprar um disco do cantor brasileiro. Não foi fácil, que o país de então rejeitava estas pérolas musicais como uma tripa humana rejeita uma couve estragada. Amizades fortes foram encontrar um CD perdido numa loja de Tomar. Afaguei o CD como quem tem nas mãos uma preciosidade antiga e rara. É assim que eu sou, apegado a estranhezas, fã de algum kitsch, radiante com aquilo que aos outros provoca espanto.
Deixo-vos com Dick Farney, nesta segunda-feira de começo de semana. Se gostarem oiçam mais. Se não gostarem oiçam mais, porque o gosto educa-se, por vezes pela insistência. E façam o favor de ser felizes.
JdB
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