Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 22, 15-21)
Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse. Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes acepção de pessoas. Diz-nos o teu parecer: É lícito ou não pagar tributo a César?». Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu: «Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo». Eles apresentaram-Lhe um denário e Jesus perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César». Disse-Lhes Jesus: «Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».
***
O cristão e a política
“Dar
a Deus o que é de Deus e dar a César o que é de César” é estar diante de Deus e
diante do mundo com uma responsabilidade total, como uma resposta activa àquilo
que Deus pede e que me cabe dar a Deus, ao mundo e concretamente à sociedade
política. Por isso, este texto pode ser considerado um trecho político, mas no
sentido mais nobre da palavra, porque remete para aquilo que eu devo à
sociedade e aos meus concidadãos, como aplicação pessoal, como responsabilidade.
Para não deixar sem resposta uma pergunta que era um enredo, Jesus Cristo
responde aos fariseus com uma afirmação que é desafio para nós e que nunca
acabaremos de cumprir. Por isso mesmo, neste domingo como em todos os da nossa
vida, impõe-se perguntar: será que nós, cristãos, somos tão responsáveis diante
de Deus como somos diante do mundo e vice-versa? Porque Jesus, na afirmação que
faz, exige-nos exactamente isso. Ser cristão e viver segundo o espírito de
Jesus Cristo é ser tão responsável diante de Deus como diante do mundo…e
vice-versa!
D. Manuel Clemente, O Evangelho e a vida. Conversas na rádio no Dia do Senhor. Cascais: Lucerna, 277-278
Sem comentários:
Enviar um comentário