Dando continuidade ao gin
de 15 de Setembro, sobre casas e quintas por todo o país, que são testemunhos
eloquentes de um património arquitectónico muito interessante, mas bastante
ignorado, aqui vão mais 4 exemplos de grandes edifícios a aguardar obras de
restauro urgentes:
CONVENTO DE S.FRANCISCO DO MONTE – Viana do Castelo
Este monumento fica
situado na freguesia de Santa Maria Maior, Viana do Castelo. Data dos finais do
séc. XIV, sendo um dos três primeiros conventos da Ordem dos Frades Menores a
ter sido erguido em Portugal.
Infelizmente, encontra-se
em estado de degradação avançada, embora mantendo o ambiente recatado e místico
de outras eras.
CASA DO RELÓGIO – Porto
Fotografia de: http://ruinarte.blogspot.pt/ |
Também
conhecida por casa Manuelina, pela profusão de elementos náuticos num neo-gótico
tardio e heterogéneo, tem uma localização privilegiada no Porto, junto à foz do
rio Douro.
Mandada
construir pelo republicano Arthur Jorge Guimarães e sua esposa, tem estado
abandonada, precisando de uma intervenção muito exigente e de fundo.
CONVENTO DE SANTA CLARA-A-VELHA – Vila do Conde
Fundado por D.Afonso
Sanches, o Mosteiro de Santa Clara está localizado no centro histórico da
cidade Vila do Conde. Não sendo fácil recuperá-lo, tem estado votado ao
abandono.
Pelas suas
características e dimensão, equacionou-se convertê-lo em pousada. E, até há
pouco tempo, aguardava luz verde para a implementação de um projecto camarário
de recuperação do edifício.
CONVENTO DE S.BERNARDO DE TABOSA – Sernancelhe
Fotografia em expressodalinha.blogspot.pt
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Este espantoso exemplar
da Ordem de Cister está localizado numa zona montanhosa e isolada, como era
comum aos grupos de religiosos que procuravam o silêncio. Assim serviam as
populações das redondezas, pela sua presença protectora (normalmente, com
capacidade de intervenção militar) e enquanto foco cultural e de
desenvolvimento económico das regiões. Curiosamente, era frequente a escolha
inicial de ermos evoluir depois para a constituição de povoados e, mais tarde, de
cidades, à medida que as comunidades se vinham abrigar nos contrafortes destes
polos de segurança.
Hoje, o vasto conjunto
encontra-se em estado muito debilitado, apenas conservando a Igreja, a
sacristia, o claustro e o mirante.
* * *
Apesar de todos estes
edifícios reclamarem obras de restauro hercúleas, são também a prova viva de
algum empreendedorismo e de uma diversidade patrimonial bem mais rica do que é
comum admitir-se. De facto, há ainda tanto por descobrir, em Portugal, que bem
merece ser revisitado.
Maria Zarco
(a preparar o próximo gin
tónico, para daqui a 2 semanas)
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