in memoriam dos meus rapazes
tínhamos todos aquela idade
em que podíamos ainda pensar
que o mundo se não iria
esquecer de nós.
em tua casa: o cheiro a granito,
a agulha do gira-discos,
bússola apontando
para nortes cheios de haze
e de eternos spleens,
a que, mais tarde, nos agarraríamos
na esperança - vã, sabemos agora -
de irmos a tempo de agarrarmos
aquilo a que soe chamar-se
a nossa espécie de vez.
tantos anos depois,
é disso que me recordo,
aos domingos à tarde,
enquanto, neste cortejo de fantasmas,
aguardo a dose de metadona
e não me chega a super-realidade
da minha tão triste vez.
gi.
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