22 fevereiro 2015

I Domingo da Quaresma


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo,
o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto.
Jesus esteve no deserto quarenta dias
e era tentado por Satanás.
Vivia com os animais selvagens
e os Anjos serviam-n’O.
Depois de João ter sido preso,
Jesus partiu para a Galileia
e começou a pregar o Evangelho, dizendo:
«Cumpriu-se o tempo
e está próximo o reino de Deus.
Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».



***

 Quaresma: um caminho de harmonia com a criação


Nesta passagem evangélica, encontramos uma alusão muito interessante que não consta dos outros evangelhos. Diz São Marcos que Jesus, enquanto estava no deserto, enquanto vencia as tentações, enquanto persistia na fidelidade absoluta ao Pai, dizendo que não a tudo o resto, “vivia com os animais selvagens e os anjos serviam-no”. Jesus é-nos apresentado no deserto onde vence as tentações, onde nos abre o caminho da libertação com o Pai, nesta comunhão absoluta com todos os seres e até, neste caso, com os seres angélicos…com todas as criaturas! Jesus é-nos apresentado no deserto onde vence as tentações, onde nos abre o caminho de libertação com o Pai, nesta comunhão absoluta de todos os seres – quer com os animais, quer com os próprios anjos que o servem. Há aqui uma inclusão da criação inteira que corresponde muito às aspirações mais profundas do nosso coração. É essa ecologia total, diríamos, que só em Deus se restaura: foi-nos prometida no princípio, é ferida gravemente pelo nosso pecado (que nos põe não só contra Deus, mas também contra todas as criaturas) e é recuperada em Jesus Cristo.
Escolhemos Deus e acabamos por estar bem com todas as criaturas. É um horizonte magnífico, rasgadíssimo! É um grande anúncio para o princípio da Quaresma e um grande programa.


D. Manuel Clemente (2014), O Evangelho e a Vida. Conversas na rádio no Dia do Senhor. Ano B. Cascais: Lucerna, 56-58.

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