O futuro talvez não o merecesse.
Não é fácil a realidade estar à altura das expectativas que temos para ela.
Na abundância das intenções, faltavam-lhe acontecimentos.
No seu caso, as coisas simplesmente não se proporcionavam.
Outras vezes era o instinto só, a poupar a acção, economizando o risco.
A verdade é que um ou outro drama alheio lhe confirmava às vezes, cedo ou tarde, as intuições.
E, depois do prognóstico negro, o “eu não tinha dito?” permitia então um moderado sucesso alternativo.
Os fundamentos sólidos da fama de prudente ganham-se, com frequência, nestes desencontros com a vida.
As circunstâncias do que tem de ser e vai acontecendo foram, de qualquer maneira, cumprindo o seu destino.
Quase sempre facilitando muito a vida aos outros.
Mas isso já tem a ver com a sorte.
JCN
As melhores viagens são, por vezes, aquelas em que partimos ontem e regressamos muitos anos antes
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3 comentários:
adeus ate ao meu regresso
...analítico, interessante...do ponto de vista de quem observa, de fora
talvez ensaie, essa perspectiva do lado de dentro, de quem (como eu ) sente na pele, já que me habituei a algum distanciamento - à posteriori, diga-se - em relação ao tema,
"estão verdes" diria o lobo,
uma frase do texto lembrou-me um poema magnífico de Ana Vidal ( a quem felicito ), "O que eu queria de ti":
..."O que esperei em vão?
Quem sabe um pouco menos de certezas…
Ver-te brilhar nos olhos, indefesas
invioladas fontes de ilusão"...
...se os desencontros com a vida proporcionarem encontros connosco próprios, não está tudo perdido...
à esquina de um encontro, um abraço por todos os perdidos
Obrigada, a.
Passamos a vida inteira à esquina de encontros. Às vezes, com sorte, dobramos a esquina e está lá alguém. E essas vezes valem por todas as outras em que a esquina, do outro lado, estava deserta.
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