27 julho 2011

Moleskine

Colecções. Nunca fui dado a essas coisas. Mas um dia vi em casa de um amigo, voltei a encontrar no Zimbabwe e agora comecei uma colecção. Há quem lhes chame - por ignorância - chaves, mas são cruzes ortodoxas etípoes. A colecção é reforçada bianualmente com exemplares vindas do país de Mugabe e nunca encontrei duas iguais, provavelmente porque são artesanato, que não se compadece com esses conceitos de produção em série. Felizmente.


Livros. Leio La Coca, de J. Rentes de Carvalho (Quetzal). Da contracapa: mais do que uma viagem nostálgica e autobiográfica, La Coca é uma investigação literária e um pequeno tratado sobre os mecanismos da memória. Um romance breve, profundamente irónico e terno. Particularmente interessante para quem quer conhecer os meandros do  contrabando no Minho, Galiza, e redondezas - ou para quem viveu ou veraneou por essas zonas.

Noruega. Pouco há a acrescentar ao que já se disse, redisse e voltou a dizer nos blogues ou comunicação social. O mundo - ou a Europa? - está a caminhar para onde? Relembro um escritor brasileiro, Guimarães Rosa, que pôs um personagem a repetir: viver é perigosíssimo... Vi a entrevista com o pai do assassino (poupo no presumível, porque o canalha confessou) e encho-me de pena. Como é que se olha para um filho destes? Na passada semana, a nossa astróloga, Luiza Azancot, falava do amor incondicional de mãe. E com um filho destes, que nos faz revolver as entranhas, como gerimos a incondicionalidade?

Citações. Do livro Manual do Dândi (tradução, para brasileiro..., de textos de Baudelaire, Balzac, d'Aurevilly):
O efeito mais essencial da elegância consiste em ocultar os meios.
Tudo o que revela uma economia é deselegante.

Links. Para quem quiser ler o que o autor do blogue considerou, e cito, as 100 best first lines from novels, favor dirigir-se aqui.  

Música. Já aqui foi postei esta música, mas o editor e dono do estabelecimento tem prerrogativas.


JdB

   

4 comentários:

Anónimo disse...

Giríssimos estes fait-divers cheios de sumo! pcp

Anónimo disse...

Tambem pensei na gestao desta incondicionabilidade... mas pai e filho ja' nao se falavam, por isso pergunto se tera' deixado de ser Pai?

Luiza A.

Anónimo disse...

Incondicionalidade - não concordo muito. Incondicional é incondicional e não muda com as circunstâncias. Podem ser momentos medonhos, sentimentos enormes e contraditórios, mas o amor está lá por baixo. Pode até achar-se que não. Mas está lá em baixo e vem ao de cima quando menos se espera. É o que eu acho que é um amor incondicional. Que acontece entre Pais e filhos. E que até acontece, ainda que talvez não toda a vida, entre homem-mulher e vice-versa. Pode amar-se alguém que não nos ama. Durante muito, muito tempo. Os romances, escritos por pessoas de carne e osso, por grandes escritores e não tontos, falam nisso constantemente. pcp

Philip disse...

Isn't life strange, indeed! In all its horror and beauty and everything in between. PO

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