Amor e a Astrologia
Já passei uns dias de férias com três dos meus netos. São evidentemente giríssimos, lindos, mesmo os mais bonitos do mundo, desejo protegê-los, sou-lhes dedicada, enfim adoro-os. No ultimo post perguntei a mim própria se o amor de uma avó é tão incondicional como o de uma mãe. Definição de amor incondicional: aquele que não depende das acções nem das qualidades do outro.
Tenho a certeza de que o meu amor pelo pelo pai deles, meu filho, é incondicional, uma vez que ele já testou essa minha capacidade. Os meus netos são pequenos e ainda não se apresentaram situações que me esclarecessem.
Que me diz a astrologia, o prisma através do qual olho o mundo, sobre o amor?
O amor é um sentimento, uma energia, uma força que qualquer pessoa no mundo reconhece independentemente da cultura, idade e educação. Mas é tão difícil de definir, tão etéreo, tão sublime que não consigo vê-lo numa carta astral.
Porém, a astrologia ajuda a perceber as diferentes facetas do amor. Para uma melhor compreensão de energias, situações, personagens, nós, astrólogos, usamos uma combinação de símbolos representados por planetas, signos e casas.
Amor protector que aceita e ouve, que defini como incondicional, e do qual falei no ultimo post, é representado por Caranguejo, Lua e casa 4. Muito diferente do amor romântico e dramático da adolescência. Quem não se lembra dessa época e das emoções fortíssimas: “Estou apaixonadissima/o… não consigo viver sem ele/a... não respiro, não como, se ele/a não gostar de mim não sou ninguém” que é representado por Leão, Sol e casa 5.
Crescemos mais um pouco e nas nossas relações de casal procuramos um amor baseado em intimidade, harmonia, companhia, totalmente representado por Balança, Vénus e casa 7. Para complicar mais as coisas, tenho duas amigas que conheço há mais de 45 anos com as quais tenho uma grande intimidade, ajudamo-nos mutuamente e temos sido testemunhas dos nossos sucessos, falhanços. Apesar de nunca termos sido um “casal” tenho que classificar aqui a nossa relação de profunda amizade.
Porém, as relações de casal só são completas com amor paixão, sexo, vidas conjuntas, unidos até a morte. Este tipo de amor vê-se através de Escorpião, Marte, Plutão, casa 8.
E não me fico por aqui: o amor fraternal que é representado por Aquário, Urano e casa 11. Não se limita aos irmãos, estende-se aos amigos, aos membros dos nossos grupos ou, até, ao que sentimos pela humanidade em geral. Os gregos referiam-se a este tipo de amor com a palavra Philia. A cidade nos Estados Unidos conhecida como a cidade de “brotherly love” é Philadelphia.[1]
E finalmente temos o amor infinito, união total com o Divino simbolizado pelo signo de Peixe, o planeta Neptuno e a casa 12.
Não é por esta via que vou encontrar resposta à minha pergunta inicial, mas sim dentro de mim e da minha capacidade de amar. Os netos na carta do céu situam-se na casa 9, sendo o planeta e o signo menos fiáveis como elementos interpretativos. Na casa 9 tenho o planeta Neptuno que, tal como os oceanos do qual é rei, não tem limites, não tem fronteiras. Parece-me que tenho boas hipóteses de gostar dos meus netos incondicionalmente, mas talvez não tão absolutamente como dos meus filhos.
Gostaria de saber a opinião dos meus leitores, sobretudo os que são avós, sobre a questão do amor pelos netos ser ou não incondicional. Uma das minhas leitoras, com um coração de oiro, já se pronunciou na afirmativa.
Em qualquer relacionamento a comunicação é importantíssima. Mercúrio, fica para Agosto
Luiza Azancot,
[1] Este aparte não tem nada a ver com o resto do texto, mas eu sou Gémeos e por isso colecciono e partilho informações irrevelantes.
3 comentários:
Eu não sou avó, nem nada que se pareça, mas sei que a minha Mãe tem um amor incondicional pelas minhas sobrinhas. Nunca lhe perguntei, mas é óbvio pela sua atitude, dedicação e interesse. Muito interessante esta sua exposição. Obrigada. pcp (tenho a certeza que uma das irmãs da minha Mãe partilha exactamente dos mesmos sentimentos em relação aos seus 6 netos).
Incondicional, definitivamente. Aquilo que sinto, pelos os meus 4 netos, é um amor partilhado e deduzido da excessiva responsabilidade parental.
Sei que há sempre alguém que gosta tanto, ou mais, deles que eu. Isso sossega-me e permite-me estar em pleno, até a ensinar-lhes asneiras.
Que texto maravilhoso. Obrigada Luiza por estes novos olhares.
Pronuncio-me pelo que vejo, não pelo que sinto, porque ainda não cheguei à condição de avô. Tal como se diria nos inquéritos, tendo a concordar com a sua apreciação - talvez os possamos amar incondicionalmente, mas porventura não absolutamente. Acho mesmo, nunca tendo pensado muito sobre o assunto, que isso será saudável, para deixar aos pais essa dimensão absoluta que se distingue ligeiramente da dimensão incondicional. Em nome de uma qualquer hierarquia (expressão mal utilizada?) intuída de sentimentos.
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