20 julho 2011

Diário de uma astróloga - 20 de Julho de 2011

Amor e a Astrologia

Já passei uns dias de férias com três dos meus netos. São evidentemente  giríssimos, lindos,  mesmo os mais bonitos do mundo, desejo protegê-los, sou-lhes dedicada, enfim adoro-os.  No ultimo post perguntei a mim própria se o amor de uma avó é tão incondicional como o de uma mãe.  Definição de amor incondicional: aquele que não depende das acções nem das qualidades do outro.

Tenho a certeza de que o meu amor pelo pelo pai deles, meu filho, é incondicional, uma vez que ele já testou essa minha capacidade.  Os meus netos são pequenos e ainda não se apresentaram situações que me esclarecessem.

Que me diz a astrologia, o prisma através do qual olho o mundo, sobre o amor? 

O amor é um sentimento, uma energia, uma força que qualquer pessoa no mundo reconhece independentemente da cultura, idade e educação. Mas é tão difícil de definir,  tão etéreo, tão sublime que não consigo vê-lo numa carta astral.

Porém, a astrologia ajuda a perceber as diferentes facetas do amor. Para uma melhor  compreensão de energias, situações, personagens, nós, astrólogos, usamos uma combinação de símbolos representados por planetas, signos e casas.

Amor protector que aceita e ouve, que defini como incondicional, e do qual falei no ultimo post, é representado por Caranguejo, Lua e casa 4. Muito diferente do amor romântico e dramático da adolescência. Quem não se lembra  dessa época e das emoções fortíssimas:  “Estou apaixonadissima/o… não consigo viver sem ele/a... não respiro, não como, se ele/a não gostar de mim não sou ninguém” que é representado por Leão, Sol e casa 5. 

Crescemos mais um pouco e nas nossas relações de casal procuramos um amor baseado em intimidade, harmonia, companhia, totalmente representado por Balança, Vénus e casa 7.  Para complicar mais as coisas, tenho duas amigas que conheço há mais de 45 anos com as quais tenho uma grande intimidade, ajudamo-nos mutuamente e temos sido testemunhas dos nossos sucessos, falhanços.  Apesar de nunca termos sido um “casal” tenho que classificar aqui a nossa relação de profunda amizade.

Porém, as relações de casal só são completas com amor paixão, sexo, vidas conjuntas, unidos até a morte.  Este tipo de amor vê-se através de Escorpião, Marte, Plutão, casa 8.

E não me fico por aqui: o amor fraternal que é representado por Aquário, Urano e casa 11.  Não se limita aos irmãos, estende-se aos amigos, aos membros dos nossos grupos ou, até, ao que sentimos pela humanidade em geral.  Os gregos referiam-se a este tipo de amor com a palavra Philia.  A cidade nos Estados Unidos conhecida como a cidade de “brotherly love” é Philadelphia.[1] 

E finalmente temos o amor infinito, união total com o Divino simbolizado pelo signo de Peixe, o planeta Neptuno e a casa 12. 

Não é por esta via que vou encontrar resposta  à minha pergunta inicial, mas sim dentro de mim e da minha capacidade de amar. Os netos na carta do céu situam-se na casa 9, sendo o planeta e o signo menos fiáveis como elementos interpretativos. Na casa 9 tenho o planeta Neptuno que, tal como os oceanos do qual é rei, não tem limites, não tem fronteiras. Parece-me que tenho boas hipóteses de gostar dos meus netos incondicionalmente, mas talvez não tão absolutamente como dos meus filhos.

Gostaria de saber a opinião dos meus leitores, sobretudo os que são avós, sobre a questão do amor pelos netos ser ou não incondicional. Uma das minhas leitoras, com um coração de oiro,  já se pronunciou na afirmativa.

Em qualquer relacionamento a comunicação é importantíssima.  Mercúrio, fica para Agosto
  
Luiza Azancot,


[1] Este  aparte não tem nada a ver com o resto do texto, mas eu sou Gémeos e por isso colecciono e partilho informações irrevelantes.

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu não sou avó, nem nada que se pareça, mas sei que a minha Mãe tem um amor incondicional pelas minhas sobrinhas. Nunca lhe perguntei, mas é óbvio pela sua atitude, dedicação e interesse. Muito interessante esta sua exposição. Obrigada. pcp (tenho a certeza que uma das irmãs da minha Mãe partilha exactamente dos mesmos sentimentos em relação aos seus 6 netos).

Ana LA disse...

Incondicional, definitivamente. Aquilo que sinto, pelos os meus 4 netos, é um amor partilhado e deduzido da excessiva responsabilidade parental.
Sei que há sempre alguém que gosta tanto, ou mais, deles que eu. Isso sossega-me e permite-me estar em pleno, até a ensinar-lhes asneiras.
Que texto maravilhoso. Obrigada Luiza por estes novos olhares.

JdB disse...

Pronuncio-me pelo que vejo, não pelo que sinto, porque ainda não cheguei à condição de avô. Tal como se diria nos inquéritos, tendo a concordar com a sua apreciação - talvez os possamos amar incondicionalmente, mas porventura não absolutamente. Acho mesmo, nunca tendo pensado muito sobre o assunto, que isso será saudável, para deixar aos pais essa dimensão absoluta que se distingue ligeiramente da dimensão incondicional. Em nome de uma qualquer hierarquia (expressão mal utilizada?) intuída de sentimentos.

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