19 novembro 2014

Diário de uma astróloga – [91] – 19 de Novembro de 2014

As agências de espionagem não sabem astrologia

No fim-de-semana passado assisti a um simpósio intitulado “Ficção e Realidade: para além do Big Brother”, que teve lugar no CCB e no Centro de Congressos do Estoril. Tinha suspeitas de que o cenário pintado por George Orwell em 1949 no livro “1984” era a realidade actual, mas saí de lá convicta de que vivemos numa sociedade em que os poderes institucionais, sob a capa da protecção, espiam todas as nossas comunicações telefónicas e internéticas .


Os grandes protagonistas deste tema, Julian Assange e Edward Snowden não podiam estar presentes, porque os seus movimentos estão muito limitados pela “justiça” internacional. Julian Assange, australiano, fundador e principal divulgador da WikiLeaks, está refugiado há dois anos na Embaixada do Equador em Londres, onde polícias, que custam 10.000 libras por dia aos cidadãos britânicos, patrulham a entrada para o deterem, caso saia à rua, e filmam quem entra. Mesmo assim, esteve no simpósio via vídeo conferência.  


A Edward Snowden, americano de nascimento, foi-lhe retirado o passaporte depois das revelações que fez sobre vigilância global, em que prova que qualquer pessoa que use a internet, que tenha um telefone portátil, que pague com cartão de crédito está sujeita a ser espiada, quer seja criminosa quer não. Se têm dúvidas, perguntem a Angela Merkel!  Como consequência, Snowden não pode sair da Rússia.

As agências de “vigilância” têm com certeza triliões de yobibytes de informação, sabem imensas coisas, presumivelmente sendo a maior parte irrelevante, mas de certeza que não sabem nada de astrologia.

Edward Snowden vem de uma família que sempre trabalhou para o governo dos EUA e seguiu os seus passos. Sendo um informático extraordinário, trabalhou na área das comunicações internéticas durante alguns anos inclusivamente para a CIA. Começou a não acreditar no sistema que julgava defender no seu trabalho diário, porém o clique final deu-se em Março de 2013, quando ouviu o Director of National Intelligence, James Clapper, mentir ao congresso sob juramento. Três meses depois todo o mundo sabia quem era Snowden e a extensão da “vigilância” norte americana.

Edward Snowden tem na sua carta natal dois planetas, Júpiter e Úrano, numa conjunção muito próxima. Este aspecto é resumido assim por Sue Tompkins no seu livro “Aspects in Astrology”:
Grandes ideias radicais - Integração da fé com a verdade - Mudança de convicções - Acreditar na liberdade - Viagens repentinas

As energias da carta do céu de qualquer pessoa têm expressões mais ou menos fortes consoante o lugar no mundo onde estamos.  A zona do mundo onde Edward Snowden tinha maior hipótese de exprimir a sua conjunção Júpiter Úrano em Sagitário, é ao longo do meridiano onde Júpiter e Úrano estão no meio do céu (MC).  Esse meridiano vem dos confins do Alasca e atravessa todo o Oceano Pacífico. Todo o Oceano Pacífico?



Não….  passa por uns pontinhos assinalados  por mim a vermelho e que são as Ilhas do Havai. E foi no Havai que Edward Snowden, teve uma grande mudança de convicções e sentiu a necessidade de mostrar ao mundo a verdade sobre as acções de espionagem que os EUA levam a cabo. As revelações aos meios de comunicação internacionais foram verdadeiros actos de rebelião pública contra o sistema e também foi forçado repentinamente a abandonar o Havai. Quem o mandou para lá sabe provavelmente quantas vezes vou ao cabeleireiro por ano, (são 6), mas não sabe nada da astrocartografia dos seus funcionários, senão não o teria mandado para lá.

Durante os três meses que mediaram o tempo em que se deu o click até à publicação das revelações feitas ao Guardian, Der Spiegel, etc… , Júpiter (por trânsito) fazia conjunções a Mercúrio, Ascendente, Marte, Cabeça do Dragão e ao Sol, retirando a Snowden qualquer hesitação no caminho que tinha escolhido.

Julian Assange tem o planeta Júpiter que representa fé, no sentido das coisas em que acreditamos, conjunto a Neptuno, por sua vez conjunto ao Ascendente. É uma combinação de um altruísta, de uma pessoa capaz de  ter grandes sonhos mas também capaz de se sacrificar pelo bem comum. Neptuno é o planeta que associamos aos oceanos e à água em geral. É a energia planetária que dissolve estruturas e, por isso, está simbolicamente relacionado com rupturas de canos.  Em português dizemos que o “cano pinga”. Em inglês, a expressão é “the pipe leaks”.  E foi em 4 de Outubro de 2006 que Julian Assange funda o website Wiki Leaks, justamente quando Júpiter por trânsito está sobre o seu Júpiter natal a abrir um ciclo de expansão de 12 anos das suas actividades de “hacker”. Quando a Wiki Leaks  publica o primeiro documento secreto,  Júpiter por trânsito faz uma conjunção ao Neptuno natal, e aí o cano do segredo rompe-se definitivamente. 

A astrologia tradicional designa Júpiter como o “grande benéfico”. Snowden e Assange, não foram beneficiados directamente, mas quem beneficiou sem dúvida foram os cidadãos do mundo livre.



Luiza Azancot

1 comentário:

Acc disse...

Que interessante. Qualquer evento/acontecimento/tendência pode ter uma explicação astrológica, mas tudo isso me parece, ao mesmo tempo, inibidor do livre arbítrio. Será que é válida a velha frase - o destino marca a hora - ou não será bem assim?

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