the hidden, fotografia de JMAC, o homem de Azeitão |
de maneira que é assim
e assim também está bem,
não podendo estar melhor
que é e não é
um degrau acima,
antes uma forma de dizer
o que se quer
mas que não se consegue
dizer.
a poesia
é essa linguagem
de geometria variável
ao estar aí e aqui e ali
entre nós e dentro de nós
sem respeito por pontos cardeais
geometrias civis, coisas assim.
a poesia
está além e para além,
dentro e fora,
do avesso e no seu reverso,
antes de muito depois,
por cima e por debaixo,
na minha pele
e no céu da tua boca.
a poesia
são pássaros vindos de ontem
são pássaros vindos de amanhã
pássaros a falar
que ninguém ouve
mas que alguns de nós
escutamos,
e éramos capazes de jurar
sobre a memória mais sagrada
que essa língua íntima e crepuscular
existe
existe
existe.
pelo menos,
tanto quanto tu e eu
existimos, aqui e agora.
ou seja: para sempre.
gi.
Sem comentários:
Enviar um comentário