10 novembro 2014

Mistérios dos dias que correm


Onde foi tirada esta fotografia? Não sei, mas arriscaria África. Depois vejo o que me parece um urso pendurado na parede, e admiro o trabalho do taxidermista. Talvez possa ser Rússia, se bem que não tenha a certeza de ser um urso. E se não for talvez possamos regressar a África, onde um casal de emigrantes recompôs a sua vida. 

(Em Lusaca conheci sul-africanos - que me ofereceram um cocktail de uísque e coca-cola, e salsichas de animais não europeus -  que haviam casado com russas. Bem, talvez não tivessem casado, e houvesse apenas uma forte intimidade física, pois o continente negro é propício a essas sensualidades.)

Retomo a fotografia. Um braço alaranjado cortado de forma inestética, uma alcatifa sem nódoas, uma mesa oval com um cesto de flores. O casal terá vindo das suas próprias bodas? Nada sei interpretar do que vejo. Talvez pudesse intuir e, se me dessem liberdade, não pararia e contaria histórias de infidelidades e heroísmos, de crianças bastardas filhas do pecado e do feudalismo, de noites quentes ao som do batuque, do beduíno que vela ao longe (uma frase mais desajustada, mas sempre almoço com um amigo hoje que saberá do que falo).

Acontece que recebi esta fotografia acompanhada de uma carta de que reproduzo parte abaixo. Talvez seja Kuwait, afinal, e desinteresso-me do assunto. Tenho a invocação do santo nome de deus em vão e questiono-me o porquê da fotografia. A internet está cheia de mistérios - sendo que, atentando na qualidade da redacção, deveriam repensar o google tradutor...

JdB 



1 comentário:

Anónimo disse...

Eu talvez, mais pragmaticamente, verificasse os meus filtros anti-spam (e, em todo o caso, seguramente abster-me-ia de abrir o conteúdo deste tipo de tralha).

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