03 novembro 2014

Vai um gin do Peter’s?

Segue agora o penúltimo gin da série de casas e construções interessantes espalhadas pelo país, que se descobrem nos recantos mais imprevistos.
Como um segredo bem escondido, estes solares, pavilhões, mosteiros, etc. sobressaem pela traça arquitectónica marcante, cheia de personalidade, embora q.b. degradada por continuarem devolutos. Talvez um destes dias a situação se inverta e voltem aos bons velhos tempos, quando eram habitados e devidamente cuidados.

CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO DESTERRO – Monchique

Imagem encontrada em http://olhares.sapo.pt/GabrielClemente

Foi fundado uma década antes da Restauração, em 1631, por Pero da Silva, quando Monchique era um povoado importante, na província mais meridional do país. Nesse tempo, o litoral pouco contava, à parte das zonas portuárias e piscatórias. Estávamos longe do turismo de praia, que só a partir da década de 70 do século XX tornou conhecidos os encantos da costa algarvia.

PALÁCIO DO REI DO LIXO – Barreiro


Com uma traça enigmática, como que saída de um conto de Edgar Allan Poe, a casa de Manuel Martins Gomes Júnior teve várias alcunhas, todas elas mordazes: Palácio do Rei do Lixo, Torre do Inferno ou Palácio da Bruxa.
Altiva e invulgar, parece querer ostentar a grandiosidade da fortuna do comerciante de Sto.António da Charneca, que fez fortuna a gerir a recolha de lixo na cidade de Lisboa. Começara por comprar a quinta ao irmão do intendente de D.Maria I – Diogo Inácio Pina Manique, ainda no século XIX. Em 1910, mandou construir este casarão com uma torre muito esguia ao centro. Dizia-se que assim conseguia avistar a sua outra propriedade, em Alcácer do Sal. O facto é que se destaca na paisagem junto à EN10, em Coina.

HOTEL MONTE PALACE – Açores

Foi o primeiro hotel de 5 estrelas de S.Miguel, estrategicamente localizado nas Sete Cidades. Apesar da sua qualidade arquitectónica e de estar tão bem inserido na paisagem lindíssima e verdejante da ilha, pontuada por caramanchões de hortênsias azuis, teve vida curta: entre 1989 e 1991.

PAVILHÕES DO PARQUE DE D.CARLOS – Caldas da Rainha


Foram edificados em 1889 para apoio às termas, mas nunca cumpriram essa função, tendo antes albergado serviços públicos diferentes, ao longo dos anos. Começou por ser um quartel militar. Depois uma esquadra da polícia. Mais, recentemente, uma escola secundária, até ficar ao abandono.

PAVILHÃO CARLOS LOPES – Lisboa


Foi inaugurado, em 1932, para a Exposição Industrial Portuguesa, na pequena colina situada na periferia do Parque Eduardo VII. A partir de 1946, o pavilhão foi adaptado para acolher eventos desportivos. Em 1984, tomou a designação do maratonista português Carlos Lopes. Em 2003, foi encerrado aguardando-se a decisão camarária para uma próxima utilização.

QUINTA DO DUQUE – Vila Franca de Xira


Situado em Alpriat, vai buscar o nome aos Duques de Lafões, antigos proprietários daquela propriedade rural. O edifício principal, no tom rosa palácio característico dos solares do sul da Europa, que mais se assemelha à tonalidade salmão, foi das primeiras construções portuguesas de estilo neoclássico.

PALÁCIO DE FARROBO - Vila Franca de Xira


Imagem do site: www.skyscrapercity.com 

Datado do século XIX, o Palácio pertenceu ao 1º conde de Farrobo, de onde toma o nome. Além da parte habitacional, inclui ainda um pequeno teatro, onde actuaram companhias de ópera italianas. Um melómano convicto, o conde organizava concertos, teatros e óperas, que acolhia nas suas casas de Lisboa (Palácio das Laranjeiras) e de Vila Franca, onde se orgulhava de ter pequenos auditórios preparados para a realização destes espectáculos.

Maria Zarco

(a  preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)

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