Segue agora o penúltimo
gin da série de casas e construções interessantes espalhadas pelo país, que se
descobrem nos recantos mais imprevistos.
Como um segredo bem
escondido, estes solares, pavilhões, mosteiros, etc. sobressaem pela traça arquitectónica
marcante, cheia de personalidade, embora q.b. degradada por continuarem
devolutos. Talvez um destes dias a situação se inverta e voltem aos bons velhos
tempos, quando eram habitados e devidamente cuidados.
CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO DESTERRO –
Monchique
Imagem encontrada em
http://olhares.sapo.pt/GabrielClemente
|
Foi fundado uma década antes da Restauração, em 1631, por Pero da Silva,
quando Monchique era um povoado importante, na província mais meridional do
país. Nesse tempo, o litoral pouco contava, à parte das zonas portuárias e
piscatórias. Estávamos longe do turismo de praia, que só a partir da década de
70 do século XX tornou conhecidos os encantos da costa algarvia.
PALÁCIO DO REI DO
LIXO – Barreiro
Com uma traça enigmática,
como que saída de um conto de Edgar Allan Poe, a casa de Manuel Martins Gomes
Júnior teve várias alcunhas, todas elas mordazes: Palácio do Rei do Lixo, Torre
do Inferno ou Palácio da Bruxa.
Altiva e invulgar, parece
querer ostentar a grandiosidade da fortuna do comerciante de Sto.António da
Charneca, que fez fortuna a gerir a recolha de lixo na cidade de Lisboa.
Começara por comprar a quinta ao irmão do intendente de D.Maria I – Diogo
Inácio Pina Manique, ainda no século XIX. Em 1910, mandou construir este casarão
com uma torre muito esguia ao centro. Dizia-se que assim conseguia avistar a sua outra propriedade, em Alcácer do Sal. O
facto é que se destaca na paisagem junto à EN10, em Coina.
HOTEL MONTE PALACE – Açores
Foi o primeiro hotel de 5 estrelas de S.Miguel, estrategicamente
localizado nas Sete Cidades. Apesar da sua qualidade arquitectónica e de estar
tão bem inserido na paisagem lindíssima e verdejante da ilha, pontuada por
caramanchões de hortênsias azuis, teve vida curta: entre 1989 e 1991.
PAVILHÕES DO PARQUE DE
D.CARLOS – Caldas da Rainha
Foram edificados em 1889 para apoio às termas,
mas nunca cumpriram essa função, tendo antes albergado serviços públicos
diferentes, ao longo dos anos. Começou por ser um quartel militar. Depois uma esquadra
da polícia. Mais, recentemente, uma escola secundária, até ficar ao abandono.
PAVILHÃO CARLOS LOPES – Lisboa
Foi inaugurado, em 1932, para a Exposição
Industrial Portuguesa, na pequena colina situada na periferia do Parque Eduardo
VII. A partir de 1946, o pavilhão foi adaptado para acolher eventos
desportivos. Em 1984, tomou a designação do maratonista português Carlos Lopes.
Em 2003, foi encerrado aguardando-se a decisão camarária para uma próxima
utilização.
QUINTA DO DUQUE – Vila
Franca de Xira
Situado em Alpriat, vai buscar o nome aos Duques
de Lafões, antigos proprietários daquela propriedade rural. O edifício
principal, no tom rosa palácio característico
dos solares do sul da Europa, que mais se assemelha à tonalidade salmão, foi das
primeiras construções portuguesas de estilo neoclássico.
PALÁCIO DE FARROBO - Vila Franca de Xira
Imagem do site: www.skyscrapercity.com
|
Datado do século XIX, o Palácio pertenceu ao 1º
conde de Farrobo, de onde toma o nome. Além da parte habitacional, inclui ainda
um pequeno teatro, onde actuaram companhias de ópera italianas. Um melómano
convicto, o conde organizava concertos, teatros e óperas, que acolhia nas suas
casas de Lisboa (Palácio das Laranjeiras) e de Vila Franca, onde se orgulhava
de ter pequenos auditórios preparados para a realização destes espectáculos.
Maria Zarco
(a preparar o próximo gin tónico,
para daqui a 2 semanas)
Sem comentários:
Enviar um comentário