23 julho 2013

Duas últimas

O meu primeiro contacto com música cabo-verdeana pode ter sido há muitos anos - e veio por via física. Há, nos recônditos da minha memoria, a ideia de um casamento da empregada de um amigo de infância, já lá vão 40 anos, talvez. Eu seria, seguramente, um miúdo com 14, 15, 16 anos, no máximo, e terei dançado com quem me desafiou para isso - ou quem eu desafiei... Foi o mais próximo que tive de Cabo Verde - uma(s) rapariga(s) do arquipélago que comigo terá(ão) varrido o recinto numa morna ou numa coladera.

Há pouco mais de uma semana fazia zapping, e parei na RTP África. Durante meia hora, talvez, fui ouvindo o que se tocava e cantava em S. Tomé e Príncipe. Toadas boas umas, outras nem tanto. Mas por ali fiquei, a matar saudades dos meus tempos zimbabweanos, das danças no Pointe ou noutros locais. Sábado voltei a parar no mesmo canal, tendo percebido que Bana, um dos maiores (em altura e qualidade) cantores cabo-verdeanos tinha morrido. Assisti então a parte de um espectáculo em sua homenagem, quando ele completou 80 anos, em 2012. O meu post para o Duas Últimas estava feito!

Deixo-vos com Bana, a cantar inigualavelmente duas mornas. Se quiserem dancem, ou imaginem o que seria dançar com gente local, muito arrimada, muito próxima, muito sensual, porque o pecado foi uma coisa inventada por quem não sabe o que é música africana... 

JdB


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