15 agosto 2008

Dia da Assunção de Nossa Senhora



Hoje é 15 de Agosto, dia da Assunção de Nossa Senhora, e eu não esqueço a minha condição de católico e mariano.
Neste mesmo dia, mas há 14 anos, baptizava-se no Estoril uma criança aparentemente igual a tantas outras. Há evidências fotográficas de ter rido 24 horas depois de ter nascido, talvez por ter ouvido o princípio de uns versos que lhe foram dedicados:

Na Sua bondade sem fim
Quis Deus olhar para mim
Dar-me um pouco do que é seu

Esteve pouco tempo connosco, vítima das leis de um mundo nem sempre perfeito. Mas quem de nós não acredita que há vidas cujo tamanho e impacto nos outros se queda para lá da finitude das horas, minutos, instantes, existências que se não reduzem a cronologias humanas?
Àqueles que a viram nascer, dela se afeiçoaram e a lembram com saudade resta a dimensão da memória e o desafio de viver o melhor possível.

E aos outros, aos que contribuem estatísticamente para o crescimento da esperança de vida, o que os move nesta caminhada terrena, quais são os seus objectivos maiores?
Alguns, filhos de uma educação e de uma época, entenderão que é o cumprimento dos seus deveres e obrigações. Outros, filhos de uma educação semelhante, mas de época diversa, acreditarão que é a busca da felicidade.
Os primeiros arriscar-se-ão, talvez, a viver uma vida árida e auto-desumanizante, assente numa tábua das leis onde se gravou uma infinitude de regras, todas elas começadas pela palavra não.
Os segundos (o que é isso de felicidade?) esquecerão, eventualmente, que a felicidade é um percurso, não é um destino, que o conceito tem uma dimensão abrangente, pois nunca se poderá ser feliz à custa de outrém.**
Aqueles que são crentes talvez possam adoptar uma meta simples - porém desafiadora: ganhar o céu. Ambicionar essa dimensão etérea engloba, no seu sentido mais nobre, o respeito pelas obrigações e a busca da felicidade. Consegui-lo é sentir o pleno nas mãos.
Fiz o mais fácil, que foi escolher o destino. Quanto ao caminho para lá chegar, nem eu sei para mim...

** Desenganem-se os que imaginam um raciocínio enviesado nesta frase. O conceito aplica-se a inúmeras situações: o que é egoísta e vive feliz nos seus hábitos exclusivos; o que é forreta e respira satisfação na sua poupança à custa dos outros; o patrão que é desumano e transborda conforto burguês com o seu ordenado.

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