Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo,
eu sei
Ainda assim,
escrevo
(Mia Couto)
6 comentários:
Tu para mim não partes, sabes disso. Nem sequer vou ligar para te dizer adeus. Não há adeus. Continuas meu vizinho, como todos os outros, só que não te toco à parte porque sei que começaste um novo livro e não gostas de ser interrompido. Sempre que te detiveres numa linha, num parágrafo, ou precisares de um sinónimo e não te ocorrer aquele, exactamente, que pretendes, agarra no telefone e pede-mo. Farei o mesmo enquanto escrever o meu. Até breve, companheiro. O Estoril pode esperar.
Até sempre, Anónimo.
Para mim também não há adeus. Há só um "au revoir", leve e esperançoso em melhores dias. E esses dias vão chegar pela mão desta aventura, tenho a certeza. Só não lhe perdoo se não for sabendo dela, a par e passo.
Um beijo, para levar consigo na mala das saudades.
Boa viagem, amigo!
Então até logo, Ana V.
Ainda assim escrevo....Se olhar bem para o céu Africano, vai encontrar uma Paz do tamanho desse mesmo céu, incomensurável...Acredite! E não saberá nunca dizer-lhe Adeus.
Eng. Bragança, desejo-lhe uma óptima jornada Africana. Faça o favor de ser feliz! P.S- se puder dê um salto a Moçambique e quem sabe uma palavrinha ao autor deste magnifico poema.
Obrigado, Carla. Tenciono ir a Moçambique. Será que está lá o Mia Couto? Who knows. Faça o favor de ser feliz também.
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