Vivia e gastava os neurónios no Porto quando tomei
contacto com os “Sétima Legião”, apresentados por um colega de trabalho que
estava completamente hipnotizado por esse grupo lisboeta já desaparecido.
Trabalhávamos ambos numa fábrica situada em Canidelo (para quem não esteja
familiarizado com estes bárbaros nomes nortenhos, trata-se de uma localidade do
concelho de Gaia), que veio mais tarde a fechar como resultado da bendita
globalização, e estávamos em meados dos anos 80 do século passado.
A banda foi formada no início dessa década por três
amigos, permitindo-me destacar um deles, Rodrigo Leão, mais tarde co-fundador
dos Madredeus e que desenvolveu, numa fase posterior e que ainda perdura, uma
notável carreira a solo (actuará proximamente penso que no CCB). O nome
foram-no buscar a uma legião romana enviada à Lusitânia no século I, que
suspeito ter sido a responsável pela constatação então feita de que os
lusitanos não se governavam nem se deixavam governar, a qual temos procurado honrar
até aos dias de hoje, com curtos períodos de excepção para confirmar a regra.
Escolhi dois temas do álbum “De um Tempo Ausente”, de
1989, o 1º um dos maiores êxitos do grupo, talvez um pouco banalizado mas com
uma letra e uma gaita de foles que sempre me prendem, o 2º um instrumental
menos conhecido de que gosto particularmente. Ambos sobre o amor e a saudade,
ou não fossem eles portugueses.
Espero que gostem!
fq
3 comentários:
Sobre os Sétima Legião: gosto da maior parte das músicas e muito das letras (o letrista é actual chefe de gabinete do Passos Coelho); não gosto tanto do vocalista, nem do estilo demasiado eighties dos arranjos musicais.
Quando surgiram foram boicotados pelos ignorantes do costume que achavam que a Sétima Legião tinha alguma coisa a ver com a Legião Portuguesa.
Boa escolha, que, por uma vez, não é do Porto.
Bela Malha fq
Gosto imenso deste grupo e dos Heróis do mar. Gente com nível que se juntou para fazer música. Puxando a brasa ás minhas origens, o teclas Ricardo Camacho (mais um madeirense músico) é hoje um notável médico e investigador.
Bom post, como sempre, aliás.
Conhecia a primeira, gostei muito da segunda, talvez mais o meu género apesar de ser só instrumental.
Vou presumir que este post tão cheio de referências a amor e saudade não tenha a ver com a fábrica do Canidelo, talvez uma das primeiras vítimas da feroz globalização...
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