08 novembro 2011

Duas últimas


Vivia e gastava os neurónios no Porto quando tomei contacto com os “Sétima Legião”, apresentados por um colega de trabalho que estava completamente hipnotizado por esse grupo lisboeta já desaparecido. Trabalhávamos ambos numa fábrica situada em Canidelo (para quem não esteja familiarizado com estes bárbaros nomes nortenhos, trata-se de uma localidade do concelho de Gaia), que veio mais tarde a fechar como resultado da bendita globalização, e estávamos em meados dos anos 80 do século passado.

A banda foi formada no início dessa década por três amigos, permitindo-me destacar um deles, Rodrigo Leão, mais tarde co-fundador dos Madredeus e que desenvolveu, numa fase posterior e que ainda perdura, uma notável carreira a solo (actuará proximamente penso que no CCB). O nome foram-no buscar a uma legião romana enviada à Lusitânia no século I, que suspeito ter sido a responsável pela constatação então feita de que os lusitanos não se governavam nem se deixavam governar, a qual temos procurado honrar até aos dias de hoje, com curtos períodos de excepção para confirmar a regra.

Escolhi dois temas do álbum “De um Tempo Ausente”, de 1989, o 1º um dos maiores êxitos do grupo, talvez um pouco banalizado mas com uma letra e uma gaita de foles que sempre me prendem, o 2º um instrumental menos conhecido de que gosto particularmente. Ambos sobre o amor e a saudade, ou não fossem eles portugueses.

Espero que gostem!

fq



3 comentários:

JdC disse...

Sobre os Sétima Legião: gosto da maior parte das músicas e muito das letras (o letrista é actual chefe de gabinete do Passos Coelho); não gosto tanto do vocalista, nem do estilo demasiado eighties dos arranjos musicais.
Quando surgiram foram boicotados pelos ignorantes do costume que achavam que a Sétima Legião tinha alguma coisa a ver com a Legião Portuguesa.
Boa escolha, que, por uma vez, não é do Porto.

Ana LA disse...

Bela Malha fq
Gosto imenso deste grupo e dos Heróis do mar. Gente com nível que se juntou para fazer música. Puxando a brasa ás minhas origens, o teclas Ricardo Camacho (mais um madeirense músico) é hoje um notável médico e investigador.

JdB disse...

Bom post, como sempre, aliás.
Conhecia a primeira, gostei muito da segunda, talvez mais o meu género apesar de ser só instrumental.
Vou presumir que este post tão cheio de referências a amor e saudade não tenha a ver com a fábrica do Canidelo, talvez uma das primeiras vítimas da feroz globalização...

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