Estive sábado passado no Coliseu de Lisboa a assistir ao
concerto de Sérgio Godinho, e acho que não perdi o meu tempo.
O compositor interprete portuense – que a si próprio se
considera hoje em dia quase um lisboeta, atendendo aos muitos anos que já leva
de vida na capital – apresentou-se em óptima forma, para mais não sendo propriamente
um jovem, com presença, voz e uma mescla de músicas novas e antigas muito bem
encadeadas. Teve uma interpretação de “O Primeiro Dia” que me arrepiou todo!
Sempre admirei nele a forma como consegue “encaixar” nas
suas músicas letras incríveis e imprevisíveis, aí faz-me lembrar Dylan. E
algumas dessas letras, passem alguns excessos revolucionários, são magníficas.
Claro que o protesto e a crítica mordaz continuam lá, porque fazem parte do
personagem. Mas pareceu-me mais “ecuménico”, menos agressivo, e vi isso com
agrado.
Depois deste concerto, passei a apreciar mais Sérgio
Godinho, a sua originalidade e a sua maneira única de “contar histórias”. Isto
para mal dos pecados de alguns amigos meus, talvez ainda influenciados por más
lembranças políticas não ultrapassadas, ou então demasiado formatados. Mas, de
facto, a ele não se fica indiferente, ou se gosta ou se detesta.
Para ilustrar o que disse, “Balada da Rita”, uma das
músicas de S. Godinho de que mais gosto.
Espero que também apreciem!
fq
3 comentários:
Bom dia fq.
Eu não consigo gostar de Sergio Godinho porque, ao contrário de si, acho que o excesso de palavras mata a musicalidade das suas baladas.
No entanto, confesso que fez história na música e marcou uma época.
Boa sugestão, afinal sempre é nosso.
Dizem que o Voltaire (seria?) terá dito a alguém: "não concordo com uma palavra do que dizeis, mas defenderei até à morte o direito de dizê-lo". Metaforicamente falando, eu estou assim contigo e com o Sérgio Godinho. E mais: sempre que postas um músico, nesse dia a escolha é de elevadíssima qualidade, mesmo que o editor e dono do estabelecimento seja menos apreciador.
fq, sempre disse que o seu maior defeito é gostar do Sergio Godinho e, tal como Voltaire, continuarei afirmá-lo :-) :-)
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