Este é o último gin da
série de exemplares interessantes do património português mais desconhecido e
meio abandonado, espalhado pelo país nos lugares mais remotos e românticos:
PALÁCIO DE MIDÕES – Tábua
Este edifício brasonado
domina a zona central da freguesia de Midões, no concelho da Tábua. As suas
linhas clássicas e equilibradas incluem estatuetas na bordadura de pedra do remate
superior da casa. A frontaria é especialmente bonita, na sua simplicidade, bem ao
jeito do tipo de construção portuguesa, que um alemão estudioso da nossa
arquitectura apelidava de «chã», pela enorme sobriedade e subtileza.
A data de construção é
desconhecida, sendo mais um dos exemplares em decomposição, com zonas do chão já
a ceder.
CASTELO DA DONA CHICA – Braga
Começou a ser construído
há 100 anos, por ordem de Francisca Peixoto de Sousa. As obras arrastaram-se
por décadas. Depois de terminado, o pequeno castelo conheceu inúmeros
proprietários, até ficar abandonado.
PALACETE
VILLA SOUSA – Lisboa
Situada no Lumiar, tem assinatura do arquitecto Manuel
Joaquim Norte Júnior Mandado. Em 1912 foi distinguido com o Prémio Valmor.
Pertencente a José Carreira de Sousa, actualmente apenas mantém a fachada
principal e algumas paredes laterais.
Forte de Nossa Senhora da Graça – Alcáçova
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Imagens do site: ruinarte.blogspot.pt/
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O Forte de Nossa Senhora da Graça é oficialmente designado por Forte
Conde de Lippe (Alcáçova). Localizado na cidade fronteiriça de Elvas, complementava
a defesa daquela Praça-forte.
Sobreviveu a várias guerras e chegou a ser utilizado como prisão
militar. Em Junho de 2013, foi cedido à Câmara de Elvas para ser restaurado.
BAIRRO SOCIAL – Vila Nova de Gaia
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Imagem publicada no site: www.geopt.org
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Na freguesia de Crestuma, em Vila Nova de Gaia,
existiram, nos séc. XIX e XX, numerosas fábricas de tecidos e de papel. Este bairro
operário corresponde à unidade fabril da Companhia de Fiação de Crestuma, hoje
desactivada. O enquadramento paisagístico é soberbo, situado junto a um
arvoredo frondoso.
QUINTA DO PARREIRA – Santiago de Riba-Ul, Oliveira de Azeméis
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Imagens do site: ruinarte.blogspot.pt/
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A «Casa do Professor», ou a «Quinta do Parreira»,
foi buscar os vários nomes aos antigos proprietários. Com uma fachada revestida
a azulejos e interiores profusamente trabalhados, a casa está organizada em
volta da escadaria central, encimada por uma pequena abóboda e fazendo um
efeito de mezzanine para o andar onde ficam os quartos. Lembra as mansões dos
Estados do Sul dos E.U.A., que geriam plantações gigantescas de algodão, em pleno
século XIX (até à Guerra da Secessão).
Ostensiva na acumulação de efeitos arquitectónicos,
os estuques rendilhados do tecto, as pinturas murais ao longo dos salões e toda
a panóplia de ornamentos peca pelo excesso, amaneirado e teatral. Os estuques em
estilo arte-nova, com figuras mitológicas, são o elemento de maior valor
artístico da casa.
O primeiro proprietário terá
sido um médico da região – um Dr.Aguiar, conhecido por ajudar os mais
carenciados, oferecendo-lhes emprego nas suas propriedades da região do Porto e
na quinta de Riba Ul.
No primeiro quartel do século
XX, foi vendida ao empresário Domingos Parreira, que também conquistou simpatias
por ter arranjado trabalho aos locais, na extracção de volfrâmio. Quando
morreu, a quinta entrou num processo conturbado de partilhas, degradando-se
rapidamente.
PALACETE ROSA PENA – Espinho
A dimensão deste edifício não deixa
ninguém indiferente. Ocupa um quarteirão inteiro da cidade de Espinho,
salientando-se pelo trabalho de cantaria nas janelas e a azulejaria nos frisos
e em múltiplos painéis.
Datado de 1930, terá sido projectado
pelo Eng. José Alves Pereira da Silva, casado com Rosa Pena da Silva. Apesar
destes não serem os verdadeiros donos do palacete, acabou por ficar conhecido
por «Rosa Pena», quando o nome oficial é apenas «Palacete dos Pena».
Maria Zarco
(a preparar o próximo gin tónico,
para daqui a 2 semanas)