19 outubro 2015

Vai um gin do Peter’s?

Quantas vezes os sítios giros são verdadeiros ímanes a atrair tudo o que há de giro pelo mundo, desde eventos interessantes a edifícios vanguardistas e com graça, que preferem um contexto favorável, onde todos saem mais valorizados. Uma lógica bem pragmática, a apostar nas alternativas com maior probabilidade de sucesso.  De certo modo, a tendência confirma-se e the winner takes it all. 

Assim está a acontecer em Lisboa, que continua a surfar uma óptima onda. Juntando o útil ao agradável, a zona ribeirinha prepara-se para receber um museu novo, da iniciativa da Fundação EDP, com uma arquitectura sofisticada, da britânica Amanda Levete. Vale a pena ver o seu portfolio(1)  para se perceber como a arquitecta leva à letra a ideia de tentar que cada intervenção arquitectónica se converta num elemento da paisagem natural. 




Como se fosse pouco, à frente do MAAT-Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia ficará o actual curador do MoMA de Nova Iorque – o arquitecto português Pedro Gadanho, que largará Manhattan para vir animar a agenda cultural do país. 

Dando preferência aos artistas portugueses, a Fundação conseguirá expor a sua portentosa colecção, com mais de 1200 obras de arte contemporânea. Procurará também acolher as exposições de enorme qualidade que funcionam no circuito internacional das cidades com maior apetência para as artes. Desta vez, com Lisboa a entrar no circuito. 

Pretende-se devolver aos cidadãos cerca de 37 mil metros quadrados, erradicando os muros que ainda subsistem nas bordas do Tejo. Ali albergará um edifício para exposições e restaurante panorâmico, além de uma área pública com escadaria até ao rio, ideal para gozar a beira-mar passeando por entre e por cima do Museu, ele próprio a funcionar como uma instalação interactiva. 





O clima fabuloso, o cosmopolitismo crescente de Lisboa, o tipo de vida suave, a sua escala invulgarmente humana, o ritmo menos stressante quando comparado com outras capitais europeias, transformaram-na na escolha natural para criar um polo onde arte e entretenimento coincidem. Cumprindo a sua vocação de mecenas, a Fundação assume assim este investimento de 21 milhões de euros, em favor da cultura, onde a própria construção é muito artística.


A inauguração está apontada para Junho de 2016, já daqui a uns meses, que vão voar até ao grande dia. Se corresponder à maquette, é provável que seja daqueles casos felizes em que deixamos de conseguir imaginar Lisboa antes do MAAT existir.  

Maria Zarco
(a  preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)
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 (1)  http://www.amandalevetearchitects.com/. Com imensa personalidade, Amanda Levete tem deixado marcas nas cinco partidas do mundo.



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