28 fevereiro 2013

Frases dos dias que correm


Músicas dos dias que correm


Falando do nada


Olhos no espaço…

No final da tarde de ontem, quando uma bola de fogo denominada Sol, tomava conta do  horizonte, um bando de aves cobriu o céu com uma graça tal que os meus olhos se  esqueceram da terra e ficaram durante largo tempo presos ao feitiço das voltas  apressadamente largas daquelas viajantes do espaço azul. Momento grandioso e belo, em que, perdido de mim, esquecido deste lamuriante mundo louco, só tive olhos para o espaço  infinito.

Eu, que tantos dias passo com os olhos presos ao chão, fiquei grato àquele bando representante de tranquilidade e liberdade, girando em voltas e reviravoltas como donos e  senhores de um espaço onde mora a grandeza do céu que não se deixa conspurcar pela terra.

Quando dei por mim, senti-me serenamente comovido pelo momento belo, pensando como é possível tirar, de actos simples, ensinamentos tão belos e sentidos e lições inesquecíveis!

Pensei que ELE, sendo o autor de todo o ser vivo, criando o homem e a ave, deu a esta, asas  para voar e mais isto: a graça de fazer sentir  o homem a necessidade de olhar para o céu, onde a grandiosa beleza do espaço esmaga a amálgama das casas que atafulham a terra dos homens. Que os vossos voos deliciosamente estonteantes, mantenham os nossos olhos pregados ao céu.

E, acreditem, há nesta terra quem gostaria de voar convosco, para mais  perto dele poder estar!

JC

27 fevereiro 2013

Diário de uma astróloga – [46] – 27 de Fevereiro de 2013


Com tantos planetas em Peixes … aprendam a boiar!

No passado dia 18 o Sol entrou no signo de Peixes. Já lá estavam dois planetas lentos: Neptuno, que passa 14 anos em cada signo, e o pequeno planeta / cometa Quíron, que permanece em Peixes até 2018. Marte juntou-se a estes dois no dia 2 de Fevereiro e, no dia 5, foi a vez de Mercúrio. Depois o Sol, e ontem Vénus, associou-se ao “cardume”. E não ficamos por aqui. Nos próximos dias 10 e 11 de Março a Lua, durante o seu período de Lua Nova, também está no signo de Peixes.

Não haverá fotografias espectaculares no facebook e não vale a pena olhar para o céu porque Neptuno e Quíron não são visíveis a olho nu, e Mercúrio e Vénus estão demasiado perto do Sol. Mas a concentração de 7 corpos celestes, de um total de 11, num signo, é um acontecimento raro, impressionante e bem visível num mapa do céu em duas dimensões.



Quem tem o Sol, Lua ou o Ascendente natais em Peixes vai sentir esta energia de uma forma mais pessoal, mas todos nós somos afectados consoante o mapa individual.


Já estou a ter experiências que identifico com Peixes: enquanto comprava fruta no mercado encontrei uma cliente que ali desabafou sobre o que a entristece; ouvi-a da melhor forma que fui capaz e, apesar de estarmos no meio da rua, abracei-a enquanto ela chorava. No dia em que escrevo este post vou visitar uma amiga cuja mãe está a morrer; vou fazer companhia à minha amiga e despedir-me da mãe dela, uma mulher extraordinária, sobrevivente de Ravensbruck, que tenho o privilégio de conhecer há mais de 40 anos.


P: Sem ser nestes exemplos trágicos como podemos usar a energia de Peixes durante este período para nos melhorarmos e nos alinharmos com o cosmos?


R 1: O signo Peixes é o último signo. Já viveu todas as outras experiências do zodíaco e, por isso, está pronto para largar a realidade terrena e render-se a forças superiores. Assim, é uma energia espiritual, mais perto do divino.
* Prestar atenção à alma - meditar, rezar, fazer um retiro, passeios na Natureza, recolher inspiração para propósitos elevados.

R 2: O signo de Peixes é um signo de água, aumenta a sensibilidade, a compaixão, a empatia.
Ajudar alguém, ouvir os problemas dos outros com o coração.

R 3: O signo de Peixes é o mais ligado ao sonho, ao “glamour”, ao Belo, à imaginação.
Além de ver os Óscares, sonhar, dar largas à imaginação, escrever um poema, ouvir musica (sugiro os peixes Chopin, a “high priestess of soul” Nina Simone ou Kurt Cobain).

R 4: O signo de Peixes representa o amor infinito, sem medida.
Amar perdidamente ou pelo menos seguir o conselho de W.H.Auden (21/2/1907)  “If equal affection cannot be, Let the more loving one be me.” 

R 5: O signo de Peixes aumenta nossa susceptibilidade à ilusão e à desilusão e também a formas de fuga às realidades.
Cuidado para não serem enganados, não confundir castelos no ar com construções de tijolo, e atenção ao consumo de álcool e de drogas.

Nos Estados Unidos usa-se a expressão “Let go and let God”,  que significa deixar de impor a própria vontade, entregar-se, render-se. Isto lembrou-me um episódio do Verão passado, quando os meus netos fizeram entre eles um concurso para ver quem era o campeão de boiar. O neto mais zen, que nunca ganha nenhuma das provas desportivas que os outros estão sempre a disputar, foi quem flutuou mais tempo. Os outros impacientavam-se, mexiam-se, viravam-se. O Oliver, por outro lado, relaxou, fechou os olhos, entregou-se aos movimentos da pequena ondulação e entrou num estado meditativo tanto quanto uma criança de 5 anos é capaz.



Nesta próximas semanas façam como o Oliver… Não se mexam muito… aprendam a boiar.

Luiza Azancot

26 fevereiro 2013

Fotografias dos dias que correm


Moleskine


Desceu a rua, atravessou a estrada e voltou à esquerda. Esperou que o comboio das vinte e oito passasse antes de se aventurar no túnel. Não havendo memória de acidentes naquele túnel, ele sabia que o receio lhe assentava mal, como uma pústula incomodativa na face imberbe de uma criança. Repetiu rotinas: olhou para o mar, depois para a direita e para a esquerda, fixou as horas no telemóvel. Só depois se atirou a uma espécie de marcha lenta, algo semelhante a um passeio rápido. 

Ao quilómetro 1,250 cruzou-se com a russa, corpo de lançadora de peso, que palmilhava falando demoradamente ao telefone; alguns metros depois encontrou a jovem adolescente que corria ligeira e que sempre o impressionara pela magreza dos pés, pernas, coxas e ancas, transformando a futura maternidade num exercício quase impossível: onde caberia um feto com três quilos ali dentro? Continuou o passeio e cruzou-se com a temente a Deus, pouco antes do quilómetro 2,500, uma caminhante de braços muito abertos, com um terço numa mão e uma garrafa de água na outra, acenando a toda a gente, como se o mundo dela girasse entre avé-Marias e catiões; já ao quilómetro 2,850 encontrou a rapariga bonita e com boa figura, rondando os 30 anos, que se cruzava com ele baixando os olhos, vítima inconsciente, quiçá, de uma cultura injusta de submissão feminina; mais à frente era o bancário absorto na sua música, depois o idoso com os pés metidos para dentro num andar vagaroso, a senhora elegante que ao longe poderia ser uma das próprias filhas, o que a tornaria numa tia dos netos que já tinha, e ainda os atletas que corriam suados e esforçados, ou as colegiais que àquela hora matutina já fumavam junto às gaivotas e beijavam os namorados numa boca que ainda sabia a noite.

No dia seguinte tudo se repetia: o túnel, a russa, o bancário talvez não, o idoso dos pés metidos para dentro, a adolescente com a espessura de um pergaminho, as colegiais de beijos dengosos e cabelos matutinos já a cheirar a fumo, a rapariga dos 30 anos que baixava os olhos e cujo oscilar dos braços era ligeiramente assimétrico, a temente a Deus, os atletas e mais o homem que punha as cadeiras da esplanada num alinhamento de zona exclusiva, os pescadores, os jovens surfistas a olhar para o mar e a cavalgar a onda, o homem com o labrador, a estrangeira a dar instruções alemãs ao rafeiro, as duas amigas entretidas na sua conversa, o antigo ministro, e tantos outros. De todos estes personagens fixaria a rapariga dos 30 anos pela graça física e pelo mistério, inventando-lhe histórias, imaginando-lhe livros preferidos, motivos de riso e de choro, irmãos, namorados, intensidade dos beijos, fetiches, desejos, bolos preferidos, formas do corpo, sensualidades escondidas. 

Tudo se intensificaria quando uma dia, numa distracção qualquer, quase chocara com ela e lhe pedira desculpa, tocando-lhe ao de leve num braço. Sorriram, porque afinal já se conheciam dali, de todos os dias, do quilómetro 2,850, talvez, ou um pouco antes, se ele passasse o túnel antes do comboio das vinte e oito. Ao cruzarem-se na volta inversa voltaram a sorrir um para o outro e ela corou, olhando para o chão, engolindo a resposta a um até amanhã que ansiava por um sinal claro.   

Mudemos de tempo verbal. 6ªfeira desce a rua, atravessa a estrada, e volta à esquerda. Espera que passe o comboio e atravessa o túnel. O mar está alteroso, nuvens negras formam-se no céu a uma velocidade vertiginosa. Olha para a esquerda e para a direita, fixa as horas no telemóvel. Começa a andar mas não encontra ninguém, porque o tempo não está propício nem mesmo para os atletas, e as colegiais beijarão os namorados de calças caídas noutro lugar menos bonito, mas igualmente eficiente para o fim em questão. Dois minutos depois caem bolas de golfe do céu, como se o granizo fosse vómito mecânico de um dispositivo desregulado e violento. Regressa rapidamente ao túnel que se transforma agora no seu nautilus, no seu mundo seguro onde tudo está ao alcance de uma mão, ainda que o universo desabe em água e gelo. Dois minutos depois, ao som de uma trovoada gigante, entra a rapariga dos 30 anos, e os olhares de ambos cruzam-se numa fugacidade quase incómoda. Estão ali os dois, em silêncio e numa prisão, porque abandonar o túnel é largar a nave rumo à ausência da gravidade, à inexistência das coisas

Há o medo do granizo, do ruído, do mar alteroso, da escuridão que tudo envolve, da água onde já se chapinha nas extremas do túnel. Há o desejo latente, a protecção, a certeza de que nada mais mexe a não ser o coração de cada um, o sangue que corre desenfreado nas veias, uns braços que se agitam numa ligeira assimetria, uns olhos que fixam o chão num pudor de faces coradas, a curvatura de umas costas que desaguam em duas dunas, umas mãos que querem soltar-se. Há uma respiração mais ofegante e que projecta fumos intensos, uma aproximação gradual dos corpos e das vontades, o granizo, o vento, duas bocas entreabertas, dois rostos que se vêm embora vislumbrem ambos o mar que cresce ao limite do temor físico. Não há nomes, apenas encontros regulares ao quilómetro 2,850 ou antes, depende do comboio das vinte e oito, das greves, da operacionalidade do material circulante, da resistência da catenária.

O telefone toca insistentemente, metalicamente, inoportuno e desajeitado. Do lado de lá uma voz irritada:

- Estou! Zé Maria? É o Martim. Eh pá, estou cá em baixo há meia-hora! Adormeceste, pá?  

Zé Maria, assim se chama ele, olha em volta do quarto, agitado e confuso. Vê os livros de gestão hoteleira, o retrato do avô quando fez 80 anos, a saga do senhor dos anéis, o diploma de melhor jogador juvenil no seu primeiro torneio de golfe, as fotografias com a Carlota em Aspen e Angra dos Reis, a prancha de surf, uma gravata com o nó ainda feito, umas calças de fazenda atiradas para uma cadeira, a fotografia da mãe com o padrasto em Veneza, do pai com um capacete na Arábia Saudita, da irmã não sabe onde. Olha em volta e não encontra a rapariga dos 30 anos, não vê granizo, não ouve o mar, não sente o vento nem a curvatura de umas costas que desaguam em duas dunas.

- Ouve lá, Martim. Se eu adormecer agora ainda consigo recuperar um sonho?

JdB

25 fevereiro 2013

Vai um gin do Peter’s?

Sendo o auto-retrato um tema recorrente na pintura ocidental, sobretudo a partir do Renascimento, raros são os que posam propriamente para a posteridade, como Murillo ou, mais ainda, Velásquez, que treinou amiúde a pose afidalgada com que se eternizou em telas conhecidas, nomeadamente na célebre obra encomendada por Filipe IV de Espanha – «As Meninas» (1656). Para a maioria resultava, simplesmente, no modelo mais próximo e disponível onde podiam estudar, à saciedade, diferentes movimentos, inúmeras expressões, variedades de cenários e de idades, com as alterações próprias da passagem do tempo. Rembrandt, Dürer, Van Dick, Goya ou Kollwitz são disso exemplo.

É um facto que noutros parece perpassar uma nota indelével de egocentrismo. Assim sugerem Dali, ostensivo e triunfal, Picasso, Frida, Velásquez ou Andy Wharhol, sempre igual a si próprio no exibicionismo hiperbólico da imagem, elevando-se a ícone da Pop Art: 


1963-64


1978


1986, Tate Modern


1966, no MoMA de Nova Iorque.

Temáticas comuns como o auto-retrato ou a natureza morta divergem muito de artista para artista, porque não conseguem escapar ao cunho específico do autor. Quase todos são reconhecíveis nas obras que assinam: Dürer no rigor, detalhe e combinação harmoniosa do conjunto; Leonardo com uma suavidade de traço comovente; Rembrandt numa expressividade e jogo de sombras apuradíssimo; Caravaggio teatral e expansivo, bem à italiana; Gauguin esfusiante na experimentação cromática; Van Gogh inovador na forma e nas pinceladas salientes que só no todo se descodificação; Kollwitz hiper analítico; Picasso na profusão de estilos; Margritte cheio de humor; Dali fiel ao surrealismo; Frida quase obsessiva na figuração da herança índia; Miró a cultivar um traço muito simplificado e depurado, de que o símbolo promocional de Espanha é paradigma, ilustrando a frase inspiradora: Spain. Everything under the sun; etc.


Algures, em 2008, entrou na net uma colecção de telas a cobrir estes e outros grandes pintores ocidentais, desde o século XV ao XX, com um alinhamento assombroso, aproximadamente cronológico: Dürer, Raffaello, Leonardo, Rubens, Van Dick, Arcimboldo, Velásquez, Rembrandt, Caravaggio, Murillo, Goya, Pissaro, Manet, Degas, Cézanne, Monet, Renoir, Gauguin, Miró, Margritte, Matisse, Dali, (Frida) Kalho, Picasso, Chagall e Kollwitz: 

NUM MUSEU DO IMPÉRIO DO MEIO

Uma mega tela, considerada dos maiores tesouros da arte chinesa, tornou-se acessível na net, com um simples clique.

De formato gigantesco, nos seus 5,28m de comprimento e 24,8m de altura, foi pintada no século XI, durante a dinastia da «Canção do Norte» e retocado mais tarde, na dinastia Qing. No museu de Xangai, é das principais atracções das multidões que se acotovelam naquela efervescente metrópole chinesa.

Através do link, descobrimos os 1001 pormenores da pintura das margens do Rio durante o Festival Ching-ming e deparamo-nos com uns quadrados de contorno branco, que nos desvendam em zoom o pormenor retratado naquela parcela de quadro, oferecendo-nos ainda uma curta-metragem animada, que combina os méritos da arte antiga com as riquezas da arte contemporânea, apoiada pela sofisticação tecnológica. Tudo isto sem sair de casa:
 
http://www.npm.gov.tw/exh96/orientation/flash_4/index.html

Um luxo podermos começar a semana com uma visita virtual a obras-primas vindas das quatro partidas do mundo, sem as restrições do fecho dos museus às Segundas ou aos horários apertados.


Maria Zarco
(a  preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)

24 fevereiro 2013

2º Domingo da Quaresma

Hoje é Domingo, e eu não esqueço a minha condição de católico.
Para quem, como eu, que tem escrito ultimamente (e muito, quase até à exaustão) sobre a difícil arte de escutar, o texto que reproduzo abaixo cai que nem ginjas.


A “esmola” de escutar
No alto do Tabor (que tem uma vista deslumbrante sobre os campos da Galileia) o que mais me impressiona não é a espectacularidade da experiência que os discípulos fazem. Não são as vestes luminosas de Jesus, nem Moisés e Elias a conversar com Ele, nem o encanto e a delícia de acampar ali e esquecer a vida dura e sofredora de cá de baixo. Impressiona-me o pedido simples e aparentemente insignificante da voz do Pai: “Escutai-O”. Como se nos pudéssemos deixar de escutar as suas palavras de vida eterna, as parábolas que “mordem” na vida, os discursos que nos fazem pensar! Mas a verdade é que o Pai sabe como até deixamos de escutar! 

O exercício de escutar não é tão simples como parece. É verdade que passámos os últimos dos nove meses de gestação já a escutar (segundo dizem os pediatras!) e os primeiros tempos de vida os nossos ouvidos foram grandes parabólicas dirigidas a todos os sons e mensagens. Depois crescemos e fomos seleccionando melhor o que queríamos ouvir, às vezes caindo no erro de só ouvir o que agrada, ou de gostarmos muito de nos ouvir a nós próprios. Ouvir o outro em profundidade, com os ouvidos mas também com os olhos (quantas coisas se dizem sem palavras!), ouvir acolhendo e realizando o milagre de recolher as suas luzes e sombras, sem julgar nem preparar respostas, é bem difícil. Chamamos diálogo ao movimento de palavra e de escuta que une as pessoas, mesmo quando as ideias são diferentes. E tantos amores se gastam, tantos preconceitos matam, tantos fanatismos proliferam, tantas oportunidades de felicidade se desvanecem, por falta de verdadeira escuta.  

É verdade que escutar é uma arte que se desenvolve. Não posso esquecer o privilégio de ter contactado com os religiosos Camilianos (de Espanha) e de ter conhecido a metodologia dos seus “Centros de Escucha”, iniciados em Madrid e agora já em oito cidades espanholas. Mas quanto desse saber pode ser praticado por cada um nos nossos encontros quotidianos! Porque são tantos os que pedem a pequena esmola de um tempo de escuta! Não precisam de respostas, não precisam de explicações, precisam de ser ouvidos. E se tudo o que é exterior, as notícias da crise e os últimos escândalos, as novelas e o “diz que diz-se” são mais importantes que os sentimentos e pensamentos daqueles que dizemos amar, não custa adivinhar como a solidão vai crescendo.

O pedido do Pai para escutarmos Jesus implica o modo, a qualidade e o tempo de também nos escutarmos uns aos outros. De sermos mais igreja que escuta e acolhe, do que prega e dá respostas feitas. De amar a verdade do que pensamos e sentimos. De despirmos falsos moralismos e presunções ocas que impedem o encontro feliz das pessoas e de Deus. O que Deus gostaria de mudar se nos escutássemos melhor?   

 P. Vítor Gonçalves, in Voz da Verdade 24.03.3013      


***

EVANGELHO – Lc 9,28b-36

Evangelho de Nosso senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,
Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago
e subiu ao monte, para orar.
Enquanto orava,
alterou-se o aspecto do seu rosto
e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente.
Dois homens falavam com Ele:
eram Moisés e Elias,
que, tendo aparecido em glória,
falavam da morte de Jesus,
que ia consumar-se em Jerusalém.
Pedro e os companheiros estavam a cair de sono;
mas, despertando, viram a glória de Jesus
e os dois homens que estavam com Ele.
Quando estes se iam afastando,
Pedro disse a Jesus:
«Mestre, como é bom estarmos aqui!
Façamos três tendas:
uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias».
Não sabia o que estava a dizer.
Enquanto assim falava,
veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra;
e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem.
Da nuvem saiu uma voz, que dizia:
«Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O».
Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho.
Os discípulos guardaram silêncio
e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.

23 fevereiro 2013

Pensamentos impensados


Reforma
Desde que S.S. Bento XVI renunciou, têm-se feito as perguntas mais disparatadas sobre o seu futuro; uma das perguntas é se continua Papa ou não. A resposta é simples: fica presidente não executivo.
 
Cores
Cromoterapia é a prática de utilização das cores na cura das doenças. Olhando para a bandeira de Portugal, verifico que a cromoterapia só lhe faria bem. 
A bandeira portuguesa não pode ser mais feia, pois o verde e o encarnado não ligam e, do ponto de vista heráldico, dois esmaltes não devem estar ligados.
Penso que ao longo de nove séculos a bandeira portuguesa muda, números redondos, de 100 em 100 anos, pelo que está na altura de mudar. O pior vão ser os republicanões.
O Sporting também precisa de tratamento; toda a vida foi verde e branco. Há dias vi uma equipa de futebol vestida de preto; pensei que era uma equipa de cangalheiros e afinal era o Sporting. O resultado foi funesto.
 
Inglês macarrónico
You here, you there.
Tu cá, tu lá.
 
Vice-versa
Se pode dizer-se vestir umas calças, será que pode dizer-se calçar um vestido?

SdB (I) 

21 fevereiro 2013

Deixa-me rir...


Caros Audiophiles, during these past 3 years, incredibly, I have never featured The Beatles. Like the theme song to Love Story, I keep thinking 'Where do I begin?'.

Well, February 11th marked the 50th Anniversary of the single-day recording of The Beatles' first album Please Please Me. This seems a good place to begin.

The anniversary has been celebrated by the BBC and Abbey Road Studios with a 'live' re-creation of that historic day through recordings of the whole album by various contemporary musicians and singers. An interesting idea, but in my humble opinion, a confused and forgettable failure: a few strange choices of singers, and some indecision whether to be faithful to the original versions or to try to offer something different. It seemed to me that the whole concept was planned at the last minute, and most musicians were too scared to perform with real fire and conviction. Panic instead of positive energy.

There have been many fantastic versions of Beatles songs by other artists, but sadly not on that 're-historic' day.

So, here, let's celebrate the original Fab Four.

Please Please Me still resonates with me today. It was one of the only pop albums in my parents' small collection, and I played it over and over and over from the age of four to fourteen when I started buying my own albums, singing along and playing my 'air' guitar into my bedroom mirror. I have a photograph of me aged four or five singing Beatles songs into a microphone and being recorded by my music-loving grandfather!

It may not be regarded as one of The Beatles "classic" albums, but to me it remains perhaps my favourite. Like one's first love, or first child, there is always reserved a special place in one's heart.

It is tempting to post the complete 32-minute album. How can I leave out the less-than-2minutes pop perfection of the uptempo yet introspective There's A Place (and it's my mind) ? Or the expressively melodic and naively romantic PS I Love You ? Or the personal Ask Me Why, or the slow-tempo plaintive singing of John Lennon on Anna (Go To Him) and Baby It's You ?!

But The Beatles founded their early Beatlemania success on uptempo 'beat' music,  and their first album, recorded in just twelve hours during a single day, captured the vibrant urgent raw energy of their 'live' stage performances. And it includes three of their most exhilarating pop/rock&roll songs which still sound fresh and timeless today and guarantee a full and wild dancefloor: I Saw Her Standing TherePlease Please Me, and Twist And Shout.

"1-2-3-4". John, Paul, George, Ringo. "She was just seventeen / you know what I mean". There could not be a more electrifying introduction to their first album. At aged four I could not understand or care, but by fourteen I knew what they meant...:



The title song was their first big hit. Interestingly it began life as a mid-tempo solo ballad, like a moody Roy Orbison, but producer George Martin suggested a faster tempo with harmonised voices. So John & Paul quickly re-arranged the song. As soon as the recording was finished, George Martin pressed the intercom button in the control room and said: "Congratulations, gentlemen, you've just made your first Number One":



The climax to the album was also the final song recorded, around 10pm at night. John Lennon by now was struggling. They knew he had only one or two attempts possible before he lost his voice. First, some warm milk and honey to soothe his throat. What happened next is still today celebrated as one of the most raw intense and primal vocals ever recorded. Come on, come on, come on, come on baby now!  




A proxima.
 
PO

20 fevereiro 2013

Moleskine

Almoço. Ontem foi dia de almoçar com um rapaz da minha idade a quem me liga uma amizade com quase 37 anos. Para além da antiguidade, já de si um posto, é uma amizade partilhada. Durante pouco mais de uma hora, sem regularidade marcada, sentamo-nos e conversamos sobre tudo, na maior parte das vezes com sintonia de posições, passe os trajectos de vida diferentes mas assentes nos mesmos princípios. Dos quatro amigos que em 1978, talvez, se juntaram durante mais de um ano para jogar King, a amizade militada permaneceu em três (um dos quais meu companheiro de almoço). Tenho pena que os nossos serões de jogo muito fumado não fossem vistos por alguém mais velho e conhecedor da alma humana, porque, como disse uma vez, o que éramos à mesa tornámo-nos na vida: uns a arriscarem muito pouco, sempre na demanda da segurança, outros a porem no risco e no precipício uma espécie de salvação da sua alma, outros a conseguirem tudo na mesma noite, num equilíbrio de invejar. Hoje, passados 35 anos, somos um retrato fiel da forma como jogávamos naquelas imensas sextas-feiras, até alta madrugada. Diz-me como jogas dir-te-ei quem és?

Feitios. Sou daqueles que acredita que um optimista é um pessimista mal informado. Por convicção e fatalidade - porque ambas podem coexistir na nossa mente - penso (quase) sempre que as coisas poderão correr mal, pelo que é preciso pensar-se muito, trabalhar-se muito, planear-se muito. Em suma: posso ser um grande maçador. Não obstante, há alturas em que me revejo no Shakespeare In Love. Nesse filme, há um personagem (produtor? dono de teatro?) que é confrontado com uma série de problemas quase irresolúveis. Perante a angústia dos interlocutores, acha que há-de haver uma solução. À pergunta mas como? O quê?, responde sempre da mesma forma: I don't know. It's a mistery. Talvez eu seja isso, volta e meia. Muito volta e meia, eventualmente. Talvez eu seja um pessimista com confiança, o que se pode afigurar uma incoerência. Mas a vida tem-me provado isso: no meio de uma adversidade qualquer - ou de uma série de adversidades - há um momento em que tudo parece resolver-se, e os nós que nos bloqueiam as sinapses soltam-se como que por intervenção divina. Ou talvez seja mesmo, sei lá eu...

Penas. O mundo não é, seguramente, justo. Não falo nas desgraças que se abatem sobre povos, famílias ou pessoas, mas de algo mais comezinho: o mundo não é justo, porque a nossa capacidade de pedagogos sapientes esbarra, tantas e tantas vezes, num muro demasiado jovem. Por motivos vários, vou seguindo de perto a vida de pessoas que estão entre os 22 e os 32 anos. (Re)começos de vidas conjugais, princípios de carreira profissional, namoros e universidades. No outro dia alguém me dizia, relativamente a um aspecto potencialmente menos positivo: herdámos esta característica de... Seis meses antes, outro alguém me referia, com uma grande lucidez, de quem herdara o que lhe parecia negativo no seu próprio feitio. A um e ao outro alguém apetece gritar: então corrijam, então corrijam... De facto, já cá andamos há tanto tempo que sabemos o que vai complicar existências que poderiam ser pacíficas, pormenores que serão grãos de areia numa engrenagem que é forçosamente frágil. Mas nem sempre nos ouvem. E a injustiça do mundo é que nós sabemos do que falamos. Não sei se me faço entender...

JdB 

19 fevereiro 2013

Fotografias dos dias que correm

Hoje, 7.30h da manhã, com a particularidade de ter sido tirada voltada para poente

Duas últimas

Prontos, é isto. No fundo, no fundo, gosto de música triste. 
Já devo ter contado este episódio aqui no estabelecimento. Nos meus passeios no paredão do estoril costumava encontrar uma amiga por quem tenho uma ternura muito grande. Era uma altura em que meu objectivo consistia em arejar o espírito, mais do que enrijar as coxas. Andava por ali, de auriculares postos, a olhar para o mar e para as minhas nostalgias que, como dizia o Balzac (ou seria o Dumas?) são a felicidade de estar triste

- Olá João!
- Olá L...
- O que estás a ouvir?
- Fado.
- Estás triste?

Nem sempre estava, confesso. Mas também devo reconhecer que gosto de música triste. Um dia explicaram-me os motivos fisiológicos que justificam este gosto (não só meu, parece-me). E um dia também me explicaram por que motivos musicais os requiems são mais bonitos do que os te deums. Um pouco como se houvesse uma necessidade estética que é mais forte na lembrança dos mortos do que no agradecimento das graças. Esqueci ambas as explicações, pelo que nada de pseudo-científico tenho a abonar em minha defesa, a não ser uma tendência tristonha que se manifesta no gosto por mar alteroso, manhãs de nevoeiro, dias outonais, paisagens silenciosas.
Deixo-vos com três músicas quiçá menos alegres.
Se querem mesmo saber, não, não estou triste.

JdB




18 fevereiro 2013

Fotografias dos dias que correm


Fórmula para o caos

Esta foi uma semana que não me trouxe inspiração para escrever, mas motivou-me para recordar. O vídeo abaixo serve para homenagear um convicto admirador de ópera. Se fizerem play, peço-vos que coloquem o volume mais alto que o razoável para que se ouça bem lá em cima!



Pedro Castelo Branco

17 fevereiro 2013

Domingo ……. Se Fores à Missa!


O tema deste Evangelho é bem actual nos dias hoje – a Tentação ! Neste mundo alucinante em que vivemos, as tentações diárias são inúmeras e surgem dos mais variados sectores. O consumismo desenfreado, diria eu, é a principal tentação da nossa sociedade, seguida de perto pelo comodismo, a indiferença e a desresponsabilização.

Um Cristão, nos dias de hoje, que queira viver a sua vida segundo os princípios verdadeiros de Cristo, tem uma tarefa árdua pela frente somente para vencer as tentações. Não me refiro à tentação do consumismo, pois esse terá talvez uma conotação mais secular, mas sim à tentação da indiferença, do comodismo e de atitudes como “lavo daí as minhas mãos”.

Um Cristão, nos dias de hoje, mais do que nunca, deve manter-se firme, espinha dorsal, vértebra dos seus próprios ideais e princípios morais.  Não é fácil, não é visto com bons olhos, muitas vezes não é, sequer, compreendido pelos outros, pertence a um grupo cada vez mais minoritário;  que nada disto nos desanime. Cristo também chocou muita gente, no seu tempo,  foi considerado blasfemo, excêntrico, se não mesmo, louco. Mas manteve-se firme na sua missão, não cedeu às tentações.

Assim também nós, que escolhemos ser Cristãos na sociedade moderna, devemos manter-nos fiéis ao nosso compromisso e o principal alicerce para isso, a regra básica que deverá pautar a nossa postura e o nosso dia-a-dia é, exactamente, conseguirmos ceder às tentações.

Domingo, Se Fores à Missa ………..  Não Caias em Tentação!

Maf

Evangelho segundo S. Lucas 4,1-13

Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, retirou-se do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto,
onde esteve durante quarenta dias, e era tentado pelo diabo. Não comeu nada durante esses dias e, quando eles terminaram, sentiu fome.
Disse-lhe o diabo: «Se és Filho de Deus, diz a esta pedra que se transforme em pão.» Jesus respondeu-lhe:
«Está escrito: Nem só de pão vive o homem.»
Levando-o a um lugar alto, o diabo mostrou-lhe, num instante, todos os reinos do universo e disse-lhe:
«Dar-te-ei todo este poderio e a sua glória, porque me foi entregue e dou-o a quem me aprouver.
Se te prostrares diante de mim, tudo será teu.»
Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto.»
Em seguida, conduziu-o a Jerusalém, colocou-o sobre o pináculo do templo e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo, pois está escrito:
Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, a fim de que eles te guardem;
e também: Hão-de levar-te nas suas mãos, com receio de que firas o teu pé nalguma pedra.»
Disse-lhe Jesus: «Não tentarás ao Senhor, teu Deus.»
Tendo esgotado toda a espécie de tentação, o diabo retirou-se de junto dele, até um certo tempo.

16 fevereiro 2013

Pensamentos impensados


Regime
O regime português é o semi-presidencialismo; isto quererá dizer que metade manda o Cavaco e a outra metade a 1ª dama? 
A propósito: quem inventou esta alcunha? Há alguma disposição legal que defina esta espécie de cargo?
 
Relatividades
Os habitantes de Badajoz são considerados ocidentais; já os habitantes de Elvas, mesmo ao lado, são orientais. No entanto, Badajoz fica a Oriente de Elvas, e Elvas a Ocidente de Badajoz.
 
Toilettes
Acho simplesmente ridículo criancinhas dos 2 aos 10 anos com bikini. A parte de cima é para esconder o que não têm. Quando começam a ter qualquer coisa, deixam de usar a parte de cima.
 
Trabalhos
Deus é pau para toda a obra.
Adão foi pai de toda a obra.
 
Próteses
Banda gástrica é uma faixa moderadora.

SdB (I)

14 fevereiro 2013

Moleskine

No final de 2006, início de 2007 a minha vida social, por motivos vários, sofreu alterações. Acabei por conhecer pessoas de cuja existência sabia mas com quem raramente me encontrava, embora frequentassem sítios por onde eu também circulava. Com uma tentacularidade agradável, essas pessoas apresentaram-me outras pessoas, porque cada um de nós tem a sua rede de amigos. Alguma desta gente, a quem me ligavam princípios básicos comuns, tinham opções de vida diferentes, ou tinham percorridos caminhos que eu jamais percorreria. Apesar das diferenças, ou por causa delas, fiz, nesse tempo, amizades para a vida, umas mais militadas do que outras. 

De uma forma explícita ou implícita, mais ou menos veemente, algumas destas pessoas deram a entender que eu vinha de um mundo formatado, quadrado, preconceituoso, com um espírito pouco livre e pouco indulgente, onde abundavam as vidas tristes disfarçadas por camadas fracas de verniz alegre. Nunca aderi demasiadamente a esta teoria, embora soubesse que no meu mundo, que era praticamente o único que eu conhecia, também havia disso... Mas, de facto, parecia-me ter encontrado ali, naquela nova realidade, uma tolerância e uma liberdade que me eram aprazíveis - talvez mesmo fundamentais. 

Embora nos últimos três ou quatro anos tivesse conhecido outro grupo diferente de pessoas, de alguma forma regressei ao meu mundo. Isto é, a minha rede social aumentou, na sua maioria, por via de pessoas com percursos de vida semelhantes aos meus - ou com um conjunto de opções muito semelhantes às minhas. Passe o raciocínio pateta, porque nunca saí de nenhum dos meus círculos, fiz um ciclo completo. Quais as conclusões que tiro? Conclusões simples, que fariam a alegria esfuziante do senhor de La Palice: de facto, não passei por nenhum banho salvífico em 2006/2007 que me tenha lavado da sujidade arrogante de um mundo quadrado. Passei, isso sim, por um banho de diferença, e sempre que passamos por uma situação idêntica abre-se em nós a possibilidade de uma maior tolerância.

As pessoas que são diferentes (o que quer que signifique ser diferente) nem sempre são menos preconceituosas. Por vezes limitam-se a não ter preconceitos contra os iguais (porque ninguém terá), mas contra os diferentes, que nesse caso somos nós. A tolerância não é uma prerrogativa de quem seguiu caminhos menos trilhados, se revoltou contra normas instituídas. A tolerância é, repito, uma possibilidade dentro de cada um de nós - dos quadrados, dos rebeldes, dos conservadores, dos que procuram a vida na beira do precipício, dos que seguem as regras da tribo onde se inserem. E essa tolerância encontrei-a democraticamente nos vários círculos de pessoas por onde deambulei.

Um livro que li há muitos anos abre com esta frase: nascemos na posse de muitas qualidades; algumas ignoramos possuir. Tudo depende da viagem que Deus nos oferece. A vida é um mistério. Há gente que passa por muito e não aprende nada, enquanto outros, com vidas fagueiras, são poços de sensibilidade. Há gente que no remanso de uma aldeia serrana, isolada do mundo, inventa outro mundo a partir do nada. Outros, por mais países que conheçam, serão sempre e só um catálogo de informações turísticas, porque se sentam nas praças e só olham, não vêem. 

JdB       

13 fevereiro 2013

Diário de uma astróloga – [45] – 13 de Fevereiro de 2013


Os meus Aquários favoritos

“Se um homem não acompanha o ritmo de seus companheiros, talvez seja porque ouve um compasso diferente. Deixem-no marchar ao som dessa música mesmo que seja estranha ou distante” - Henry David Thoreau

Progressistas, inovadores, inventores, humanitários, independentes, espíritos livres e excêntricos no seu melhor, esquizóides, instáveis, impessoais e observadores emocionalmente destacados no seu pior mas sempre a marchar ao seu ritmo e, muitas vezes, a fazerem coisas extraordinárias.

Alguns exemplos de quem gosto particularmente:

Na música:

Inventores:
  • Galileo Galileu – 15/2/1564
  • Thomas Edison – 11/2/1847 - Falando de ondas eléctricas….
  • Charles Darwin – 12/2/1809
  • Dr. Emmett Brown - (personagem fictício) o cientista louco, inventor da maquina do tempo do filme “Back to the Future”.

No mundo do desporto português:
  • Eusébio – 25/1/1941
  • Carlos Lopes – 18/2/1947 – Vencedor da medalha de ouro nos jogos Olímpicos de Los Angeles de 1984 aos 37 anos com um tempo recorde só batido em Pequim em 2008.
  • Mourinho – 26/1/1963 – Retrato astrológico completa pela minha colega Patrícia Azenha Henriques     http://estudantedeastrologiablog.blogspot.pt/
  • Cristiano Ronaldo – 5/2/1985

Na literatura:
  • Lewis Carroll – 27/1/1832 – Autor da “Alice no Pais das Maravilhas”
  • Jules Verne – 8/2/1828 – O primeiro grande escritor de ficção científica cuja imaginação não tinha limite.
  • Virginia Wolf – 25/1/1882 – “Orlando” é puro espírito aquariano infelizmente como o seu suicídio: vestir um casaco grosso, encher os bolsos de pedras e marchar para dentro de um rio profundo.
  • Somerset Maugham - 25/1/1874 – Um frio e cínico observador da condição humana … “The world is quickly bored by the recital of misfortune, and willing avoids the sight of distress” .
  • Mordechai Richler – 27/1/1931 – escritor canadiano autor de Barney’s Version (o melhor romance que li nos últimos tempos) …. “Mesmo eu tenho os meus princípios. Nunca vendi armas, droga ou alimentos dietéticos”.

No mundo da Arte

  • Jackson Pollock -28 /1/1912                                             

                              Blue Poles (1952) – National Gallery of Australia                                        
  • Solomon Guggenheim – 2/2/1861
Foto: wallygva

No show business:
  • Eddie Izzard – 7/2/ 1962 – Comediante e actor com um sentido de humor surrealista e 6 planetas e Nó Lunar Sul em Aquário, define-se como “executive, action transvestite” e não “drag queen or weirdo like J. Edgar Hoover and Hermann Göring”.  Activo em política e em várias causas sociais, em Julho de 2009 depois de ter treinado umas meras 5 semanas correu 43 maratonas em 51 dias (descansou ao domingo) para angariar fundos para os programas de Sports Relief.


  • John Belushi – 24/1/1949 imortal no filme Blues Brothers e aqui num sketch http://www.youtube.com/watch?v=x1oZmRA2K1E
  • Juliette Greco – 7 /2/1927  a cantar  Je suis comme je suis / Je plais à qui je plais (poema de Jacques Prévert – 4 /2/1900) http://www.youtube.com/watch?v=-dvzcdnFOo4

Nos USA:
  • Abraham Lincoln – 12/2/1809
  • Betty Friedan - 4/2/1921 uma perfeita aquariana morreu no mesmo dia em que nasceu tendo completado um ciclo de Urano. Escreveu “Feminine Mystique” aos 42 anos (a meio do ciclo de Urano) que muito contribuiu para a emancipação da mulher pelo mundo fora.

Fora de categorias:
  • Sebastião Salgado
  • – 8/2/1944 – fotografo brasileiro conhecido pelos seus documentários sociais e ambientais.
  • Lola Monte - 17/2/1821 - nasceu na Irlanda, com o nome de Eliza Gilbert, ficou famosa como dançarina espanhola, foi amante de Luís I da Baviera e usou a sua influência para o forçar a implementar reformas liberais.  

Last but not least:
  • O meu marido – 14/2/1954 – que me mantém informada e entretida com assuntos variados e estranhos em conversas que mesmo depois de mais de 25 anos de casamento surgem às 2 da manhã. Neste momento falamos sobretudo de achados arqueológicos sumérios contendo informações astronómicas.

Mas nem tudo é o país das maravilhas na convivência com Aquários. É um signo de ar, portanto funciona muito bem no mundo mental mas FIXO, o que quer dizer que não vale a pena tentar convencer aquarianos porque NÃO MUDAM DE IDÉIA. Mudar o mundo sim, mas eles próprios é outra conversa!


Luiza Azancot

12 fevereiro 2013

Duas últimas


Custódio Castelo é um músico português natural do Ribatejo, grande intérprete da guitarra portuguesa. Com uma quantidade capilar inversamente proporcional às grandes virtudes e qualidade musicais, apesar de eu estar longe de ser um profundo conhecedor da matéria (ao contrário de outros colaboradores regulares deste blogue)!

Em 2012 foi editado o CD InVentus, o seu 2º álbum, isto depois de até à data ter passado grande parte da carreira a acompanhar outros músicos nacionais, principalmente fadistas. Da sessão de apresentação do disco escolhi a primeira música, que resultou numa interessante e harmoniosa conjugação entre a guitarra portuguesa e a morna cabo-verdiana. Quanto à segunda, é também do mesmo álbum, embora a versão apresentada seja posterior, pertencendo a um concerto ao vivo realizado em França no final do ano passado.

Segundo explicação do próprio artista, InVentus é uma palavra latina que quer dizer “encontrado”. Acho que Custódio Castelo merece sem duvida ser encontrado e espero que este pequeno texto dê uma ajuda para isso. 

fq




11 fevereiro 2013

A resignação do Papa Bento XVI

Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro.

Retirado daqui

Vai um gin do Peter’s?

               
Na senda do gin anterior, a onda de boas notícias sobre o país continua a correr mundo.

Na Nazaré, as vagas gigantescas, que fazem as delícias dos surfistas, foi capa do periódico THE TIMES (a 30.Jan.), assinalando a nova proeza e recorde de Garret McNamara. O título era auto-sugestivo  – «Portuguese ‘monster wave’ makes The Times front page». O monstro era um verdadeiro paredão de água, de 34 metros de altura, qual tsunami, formado na célebre falha de origem tectónica ao largo da praia das mulheres das 7 saias. Esta proeza evoca uma outra, ainda por contar: a história dos heróis anónimos que, ao longo de muitas décadas, enfrentaram aqueles vagalhões em barcos de pesca insignificantes, sem a menor segurança. Essas sim, aventuras bem mais ousadas que as dos actuais campeões do surf. Mas imerecidamente menos mediáticas, à parte dos aspectos folclóricos ligados à intensa actividade piscatória da região com: as famosas camisas de xadrez dos pescadores, que enchiam o olho dos turistas; a lota do peixe, ao poente; a aglomeração das mulheres no areal, a horas certas do dia, temendo uma viuvez expectável, qual roleta russa… A quem calharia desta vez? Voltando a McNamara, o filme a provar o feito foi captado pelo surfista português António Manuel Silva, somando inúmeras visualizações no youtube: 






Lisboa volta ao Top 10 das CIDADES MAIS ROMÂNTICAS DO MUNDO, segundo a revista do American Express: FOOD & WINE. Os critérios de selecção privilegiaram a paisagem urbana, a qualidade arquitectónica e a gastronomia. A argumentação é imbatível, salientando a qualidade de vida da capital: «As for Lisbon, reasons to pay a visit include: “[…] the past, its glorious old buildings house new restaurants, clothing boutiques and museums that have made the city one of Europe’s hippest—and most affordable—cultural destinations”.»
Já em 2012, tinha sido nomeada a CIDADE EUROPEIA DO ANO, pela Academia de Urbanismo de Londres, além de ter sido agora votada pelo TripAdvisor TOP DESTINATION IN EUROPE. Outro filme eloquente mostra 10 REASONS TO VISIT PORTUGAL:



Dos EUA, as escolhas portuguesas começam na Casa Branca. Além do cão d’água português, oferecido a Obama por um dos membros do famoso clã Kennedy, também o fotógrafo oficial é luso-descendente: Pete Souza. Igual para o recém-nomeado assessor e conselheiro de comunicação do Presidente: David Simas, a quem Obama simpaticamente apresentou aos media como amigo. O vocalista da banda na cerimónia da tomada de posse também era português, de 23 anos: João Semedo, mais conhecido por JSometing, dos MICASA (África do Sul). E a fotografia panorâmica do Washington Post, a mostrar, em 360º, o momento histórico do início do segundo mandato presidencial, é da autoria da empresa de Oeiras – Digisfera.

http://www.washingtonpost.com/wp-srv/special/local/inauguration-2013/pano/d/


SONHAR ACORDADO…

Um spot audacioso da companhia de telecomunicações do Bahrain (a Batelco), mostra uma versão supersónica da realidade, como um jogo de computador benigno, naturalmente inconsequente e emancipado das leis da matéria, logo a começar pela força da gravidade. A fantasia jorra em catadupas num padrão próximo da realidade e assumidas no slogan publicitário «bringing ideas to life», que admite todas aquelas acrobacias impossíveis da banda desenhada, onde a garantia de happy end tranquiliza a deriva animada da mente, a discorrer sem estorvos nem desgostos.

Quem diria que estacionar ao lado do trabalho era difícil? Será que tem o carro certo? Até as corridas de F1, em pleno centro comercial, não têm vencidos nem vencedores (nem acidentes), apenas jogadores empenhados no slalom por entre o mobiliário urbano e a movimentação efervescente da hora de ponta. Mas tudo tranquilo, neste filme baseado na fórmula inspiradora –  «infinity». Termina com uma interpelação: «What are you thinking right now?», e resposta à altura: «Keep thinking»…


Mesmo quem não seja dado a surfar tsunamis, tem sempre ao alcance um passatempo simples, gratuito e divertido: keep thinking

Maria Zarco
(a  preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)

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