29 fevereiro 2012

Frases dos dias que correm


Não esqueçais a hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos
Heb 13, 2

(Frase recebida via mail, enquadrada num artigo bonito, ainda que com contornos tristes, que pode ser lido aqui)

Diário de uma astróloga – [20] – 29 de Fevereiro 2012


As fases da Lua

Na semana passada, ao voltar para casa à noite, mais uma vez o espectáculo da lua nova a brilhar no céu me impressionou. A beleza do finíssimo C invertido no céu muito escuro toca-me sempre. Ou não tivesse eu nascido sob a Lua Nova.



A presença da Lua é forte na minha vida. Estou consciente da sua influência nas marés, por ter andado muito de barco à vela. Experimentem voltar para Lisboa sem vento e com a maré contra. Quando vivi em Cape Cod, plantei, tratei e colhi no meu jardim ervas medicinais e aromáticas, legumes e flores, respeitando rigorosamente o ciclo da lua. Até publiquei um Borda d’Agua adaptado ao clima local. Aqui têm a capa do último.



Já perguntaram porque a maior parte dos calendários normais tem as fases da lua indicadas? Como astróloga, gostaria de pensar que seja para alinharmos a nossa actividade com os ritmos do satélite da Terra, uma vez que poucas pessoas se dedicam à agricultura. 

Só temos a ganhar se nos alinharmos com os ritmos do Universo. Nada de arrogância… se a lua controla o movimento dos oceanos, o que não fará connosco, que somos 60% água? Para isso é preciso compreender o que cada fase significa, e para explicar vou usar uma metáfora de uma colega americana, Dana Gerhardt, que compara o ciclo completo da lua (29.5 dias) à escalada e descida de uma montanha. 
             

Lua nova
O céu está escuro mas temos a expectativa da luz que virá. Há uma sensação de princípio, de que tudo é possível. O objectivo final ainda é confuso. Na metáfora da montanha é aquele pensamento “talvez seja uma boa ideia escalá-la”. Na lua nova começo sempre qualquer coisa. Às vezes é simplesmente limpar a minha caixa de correio electrónico.
  
·      Até chegar ao quarto crescente (2 a 3 dias) é tempo de fazer pequenas revisões ao projecto incialmente pensado. O nosso montanhista ata melhor os sapatos, endireita as meias, ajeita a mochila.

Quarto crescente
Já passou uma semana desde a lua nova. Um semi-círculo está bem definido no céu. O montanhista tem que decidir; ouve vozes contraditórias: uma que diz “vai, consegues, já estás a meio caminho” e outra que diz “volta para trás, nunca hás-de conseguir”. São dois dias próprios para tomar decisões e passar à acção.

·      Entre o quarto crescente e a lua cheia o nosso montanhista vê o resultado dos seus esforços, o seu objectivo já está mais perto mas, por outro lado, está cansado. Só tem olhos para o cume.

Lua Cheia
Muito brilhante, ilumina o céu. O que se começou atingiu o auge… Ou foi um sucesso ou um falhanço. O montanhista chegou ao cimo. A vitória dura pouco, mais ou menos dois dias, mas enche-nos de alegria no caso de sucesso.   

·      Entre a lua cheia e o quarto minguante estamos a descer, temos uma perspectiva da paisagem que não tínhamos na subida enquanto fixávamos o objectivo. O que foi conseguido poderá ser partilhado e perguntamo-nos interiormente se valeu a pena.

Quarto Minguante
A luz vai diminuindo e um novo semi círculo brilha no céu. O nosso montanhista está a meio da descida, já com muita experiencia; é tempo de reflexão e de decisões interiores… pensa “para a próxima farei isto ou aquilo diferente”.

·      A luz da lua está quase a desaparecer. O montanhista chegou ao sopé da montanha. Feliz, finalmente vai poder descansar, a sua energia física é pouca mas a energia psíquica é grande. Muito descanso neste dois dias, é tempo de renovar energias.

A fase da lua sob a qual nascemos influencia também a nossa personalidade. Estas características ficam mais ou menos aparentes conforme os outros elementos planetários. As pessoas nascidas sob a:

  • Lua Nova – estão muito bem equipadas para inícios;
  • Quarto Crescente - são bastante decididas, acho até que procuram desafios para terem oportunidade de agir com clareza.
  • Lua Cheia – parece que têm brilho, entram numa sala e dá-se por elas. Vêm equipadas com o optimismo de ter conseguido chegar o cume.
  • Quarto Minguante - podem ser revolucionárias porque têm a perspectiva e a dureza da experiência, além de serem boas comunicadoras.
  • Antes da Lua Nova - são excelentes a acabar coisas e têm visão do futuro – às vezes até parecem profetas! São as que mais precisam de tempo para recarregar baterias.
  • Espero que este post vos faça olhar para o céu ou para o calendário… e interessarem-se em saber sob que lua nasceram.

Luiza Azancot


28 fevereiro 2012

Duas últimas

Ingénuos e persistentes leitores,

Nunca, nem sequer nos meus tempos de juventude mais desbragada (enfim, o que isso queira dizer num homem pouco dado a excessos) rocei politicamente pela esquerda. 

(suspendo momentaneamente a escrita para procurar, nos recônditos da minha memória, se rocei pela esquerda de uma forma mais carnal, mas também não me parece, que até nisso sou conservador). 

A minha carreira política, retomando um fio condutor mais sério, passou sempre pelo centro direita. Fui militante do CDS, fiz parte do grupo de energúmenos que, numa época mais quente, se deitou a Évora a colar cartazes e a pintar paredes. Sim, queridos leitores, a adolescência selvagem levou-me a conspurcar o praça do Giraldo com frases criativas que apelavam ao voto no partido do centro. Numa mão a trincha com a tinta que sujava as magníficas arcadas. Na outra mão uma matraca, porque os comunistas, tal como os beduínos, velavam ao longe. 

Fiz militância em Cascais, no CDS local, onde usámos de maior criatividade e de menos selvajaria, porque as paredes eram menos históricas. À célebre frase a terra a quem a trabalha, respondíamos com provocação inócua: e os comboios a quem anda neles... Momentos de rara inspiração, digo-vos. Estive ainda no comício da Juventude Centrista em Novembro de 74, no teatro S. Luís, e na sede do largo do Caldas quando, num qualquer 1 de Maio, se temia que fosse assaltada.

Fui a comícios do PPM (um, na Voz do Operário, se me lembro), defendi bancadas no liceu de S. João do Estoril, fiz parte de mesas eleitorais, achei ingenuamente que a minha altura acima da média me dava prerrogativas de segurança, um homem que tem tanta experiência de pancadaria como de comida cantonesa. Nunca levei mais do que um empurrão, nunca dei mais do que um empurrão. Em muitos episódios estive com o meu amigo e colega bloguista JdC, com quem tenho memórias memoráveis (sim, a redundância é propositada...) em Borba nos idos anos de 74 e 75. No que a ele diz respeito não sei, mas o meu corpo e a minha alma não mostram feridas desse combate político. Memórias, apenas - e vagamente desinteressantes...  

A par disto fui amigo de comunistas, de outros que se identificavam politicamente como sendo republicanos (melhor seria que não fossem, descendentes que eram de dois presidentes da república) mas sem acinte contra o meu nome, e de outros ainda que viviam com um arma contundente no carro, sussurrando uma conspiração inspirada pelas iniciais ELP e MDLP, traficando panfletos na penumbra das esquinas. 

Hoje partilho convosco Zeca Afonso, surpreendentes leitores de convicções políticas que desconheço, mas intuo. Alguns de vós esfregarão de contentamento as mãos finas, aforrando argumentos para zurzir as minhas opções musicais. Outros seguirão para o blogue seguinte, alegando as baixas de tensão que sempre nos provocam as coisas maçadoras. Restarão dois, quiçá três (oh! ingenuidade...) que apreciarão este momento - ou o suportarão estoicamente.

Sejam felizes - e respeitem o editor e dono do estabelecimento.

JdB





27 fevereiro 2012

Vai um gin do Peter’s?

Na era da comunicação, quase em contínuo, o sucesso de um filme 95% mudo é, só por si, um feito. Ainda por cima a explorar um tema bem espalhafatoso, no epicentro do showbizz, da fama das vedetas, dos aplausos inebriantes do público, da histeria incontida da multidão de fãs. Tudo isto trabalhou, com enorme originalidade, o realizador de «O ARTISTA»(1).


Michel Hazanavicius (parisiense, de ascendência lituana) narra de forma expressiva o deslumbramento viciante – equivalente a droga bem potente – das luzes da ribalta. E, em seguida, dos reveses incontíveis da vida que, num ápice, atira para a valeta o mais aclamado dos ídolos! Um segundo chega para alcançar os píncaros, e menos de meio segundo para se descer aos infernos do esquecimento total.
Não tenhamos ilusões que para grande parte dos seres humanos, dificilmente se pode equiparar o anonimato sereno (e inicial) da maioria dos mortais, ao regresso abrupto a esse anonimato comum, após uns tempos de proeminência, em que se fica enfeitiçado pelo êxito. Esse regresso é, geralmente, encarado como uma despromoção acabrunhante. Destrutiva. Injusta. Inaceitável. A reacção à crise, que hoje assola no Ocidente, prova ao de leve esta recusa liminar de um estádio anterior, considerado inferior



Alimentava-se do passado, numa fixação vã na época de glória.
Este é o contexto exigente onde se situa a narrativa de Hazanavicius, que se propõe ir mais longe, a partir destas premissas tão difíceis. Como lidar com o fracasso? Como trocar um palacete por um casebre? Como retomar o pé na sociedade, quando se é atirado para o desemprego e para a marginalidade, deixando de se ter qualquer préstimo no mercado de trabalho? Tudo questões semelhantes às que hoje afligem muitos europeus.
É brilhante a solução encontrada para superar a condenação a que parecia votado o galã dos filmes mudos. Como são brilhantes vários outros expedientes narrativos, em especial as breves cenas onde entram sons do dia-a-dia, a evidenciar a diferença brutal de paradigma introduzido pelo cinema sonoro. Um obstáculo tremendo para o artista que fizera furor antes do som e da exuberância da cor. 
É brilhante o desempenho dos dois protagonistas, numa versatilidade mímica, que nos proporciona um ritmo narrativo surpreendentemente rico. E digerível. Ali, o gesto é tudo e o silêncio cintila como ouro puro, claramente superior à palavra! Um silêncio realçado pela musicalidade bem adaptada ao enredo. Recorde-se que o fundo orquestral era prática corrente nas salas de cinema dos filmes mudos, sempre acompanhados por música ao vivo.
Os semblantes, os meneios e até os passos acelerados das personagens têm o humor dos filmes de Chaplin, onde todo o corpo comunica, sem ruído. Mas nem por isso menos expressivo. Apenas se ouvia (e ouve) a envolvência linda da música. A produção a preto e branco, as poses românticas, os cenários de há 100 anos, os nomes antigos e os fatos de museu, transportam-nos de imediato para um passado distante, que se vem a revelar mais familiar do que supúnhamos. No fundo, os anseios da humanidade mudaram pouquíssimo desde os alvores da criação. Inclusive os intertítulos em nada quebram o ritmo do filme, contribuindo na perfeição para o suspense. O «Bang», quase no final, é antológico, ampliando e aperfeiçoando o clímax daquela corrida contra o tempo e contra o desespero. 




A arquitectura da película comporta vários filmes dentro do filme, convidando-nos a descobrir o cinema por dentro, na cadeira do realizador. Logo no início, a sinalética mostrada aos actores, que assistem ao correr de uma película muda por detrás da tela gigante para onde o público olha fixamente (do lado da plateia), serve-nos na perfeição – «Silence behind the scene». É nesse silêncio perscrutador dos bastidores do palco, que somos convidados a observar o mundo de ilusões e sonhos da Hollywoodland. Naturalmente, como metáfora da vida. 
A ténue fronteira de actor para realizador (que foi transposta pelo protagonista) é semelhante à que separa o público dos artistas, apenas demarcada pela tal tela translúcida no avesso, mas opaca do lado dos espectadores, demarcando, por ilusão óptica, as diversas condições (no fundo, perspectivas) de uns e de outros. Afinal: tão longe, tão perto.
As razões que movem umas personagens e outras são cirurgicamente tratadas, sem   simplismos. Na mesma pessoa há lealdade e infidelidade, generosidade e crueldade. Bloqueante mesmo só o orgulho teimoso, que retira toda a flexibilidade, impedindo qualquer avanço… crescimento. Noutro intercala-se a gratidão com a vaidade egocêntrica, que asfixia os mais próximos. Noutro ainda, às fases de autoritarismo e de ganância, seguem-se pequenos intervalos de compaixão alheia. Assim desfilam as componentes desencontradas que se digladiam em cada um, ao sabor das opções de vida tomadas momento a momento. A partir delas, os caminhos pessoais disparam em direcções distintas, segundo os objectivos visados. 
Claro que o amor é a força mais criativa e salvadora daquela história. A única alavanca capaz de abrir uma brecha de luz num beco apertado e destrutivo. Um amor que se desdobra em zelo concreto pelo outro, e nem tanto o gozo da paixão limitada a um horizonte mais fugaz (embora tudo comece pela típica galanteria, inconsequente e algo infantil). Uma atenção nada simples, antes esforçada e por vezes sofrida, que se inclina perante a condição de quem sofre, para o reerguer e lhe devolver o futuro. Por coincidência, inscreve-se na linha da mensagem de Bento XVI para esta Quaresma: «Prestemos atenção uns aos outros (…) atenção ao bem do outro e a todo o seu bem... Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão.» 
Significativamente, o gesto simbólico que une o artista consagrado à jovem candidata, é o pequeno sinal que ele lhe desenha acima da boca (a lembrar o de Cindy Crawford), explicando-lhe que era o traço necessário para ela se distinguir das outras e ascender ao estrelado. Ela nunca mais o largou – primeiro ao sinal, mais tarde, ao artista veterano – parecendo comprovar a bondade da tese da diferenciação. Num certo sentido, também isso está na génese do amor verdadeiro, que reconhece o outro como único. Maximamente diferenciado. Insubstituível. Nesse aspecto, o sinal de identidade, tão útil para singrar no mundo frio dos negócios, também tem cabimento entre os amantes. Apenas com uma ligeira diferença, pois que o amor profundo dispensa sinais exteriores. Os olhos da alma vêem muito para além da materialidade .
O cão – perfeita extensão do artista – lembra o inseparável Milu, que ajudava Tintim a desenvencilhar-se das constantes alhadas. É memorável no filme a chamada do polícia, com a preciosa ajuda de uma velhinha, muito cívica e atenta aos outros, que se deu ao trabalho de decifrar um pedido de socorro no ladrar ansioso do pobre animal. Não fora a autoridade da velhinha e o tal agente ter-se-ia ficado pelo enxotar de um cão barulhento, que insistia em incomodá-lo…  


Por estranho que pareça, não foi fácil ir ao encontro do outro. Responder às suas necessidades mais prementes. Apoiá-lo no desgosto. Mais ainda na humilhação, onde o orgulho o enclausurara numa redoma perigosamente alheada da realidade. Para agravar tudo, desbaratava qualquer tentativa de assistência, como se esta rebaixasse. Felizmente, que ainda foi e é mais difícil resistir a quem acredita em nós, para lá de nós próprios, e nos supera em cuidados, permitindo-nos retomar ou desbravar um caminho positivo. Aquele caminho onde fazemos falta e de onde todos saem a ganhar. Nada complicado. Mas bastante exigente. Muito trabalhoso. Que outra coisa é a vida, sobretudo nas versões bem sucedidas? Alguém duvida, por exemplo, da azáfama incrível que envolve a produção de uma peça de alta-costura, algumas delas verdadeiras obras-de-arte? Se é assim com realidades menores, que são os enfeites para as pessoas, fará com as maiores, que são as próprias pessoas?
  


Maria Zarco
(a  preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas) 
_____________
(1) FICHA TÉCNICA

Título original:
THE ARTIST
Título traduzido em Portugal:
O ARTISTA
Realização:
Michel Hazanavicius
Argumento:
Michel Hazanavicius
Produzido por:
Thomas Langmann
Fotografia:
Preto e Branco
Banda Sonora:
Ludovic Bourse.  
Produzida na Bélgica e interpretada pela Orquestra belga Brussels Phillarmonic, sob a batuta do maestro Ernst Van Tiel.  Inclui também uma canção original, de 1936 – «Pennies from Heaven».
Duração:
100 min.
Ano:      
2011
País:
FRANÇA
        Elenco:

Jean Dujardin (George Valentin, o galã do mudo)
Bérénice Bejo  (Peppy Miller, a aspirante a diva),
Uggie  (o cão)
James Cromwell (o fantástico chauffer)
John Goodman   (Al Zimmer)
etc.          
Site oficial:

http://weinsteinco.com/sites/the-artist/

Premiado em Berlim e nomeado para 10 óscares.


26 fevereiro 2012

Domingo ….. Se Fores à Missa!


Há dias em que nos levantamos e sabemos que não vai ser um bom dia. Não sabemos bem  explicar porquê, mas o dia começa a correr mal logo de manhãzinha. Outros há em que tudo corre às mil maravilhas. Hoje foi um desses dias. Um dia, como tantos outros neste mês de Fevereiro... com sol, mar calmo, céu azul, frio q.b. Mas foi um dia diferente porque foi vivido a dois.  Já repararam como tudo se torna tão diferente quando estamos com um amigo ou com uma amiga… alguém que realmente gosta de nós e de quem gostamos também? Torna-se tão fácil conversar sobre qualquer tema quando o interlocutor não está a julgar-nos. Conseguimos transmitir as nossas ideias e os nossos pensamentos de uma forma clara e profunda, sem grande preocupação na escolha das palavras, porque o outro nos entende à primeira abordagem. Mais, o outro consegue inclusivamente completar a nossa ideia, dar-lhe forma e consistência, explaná-la de outro prisma, de outro ponto de vista, enriquecendo-a. Hoje foi um desses dias. Às vezes só o simples facto de abrirmos o coração e falarmos com um amigo de um assunto que nos é delicado ou nos deixa triste é suficiente para que o mesmo  deixe de pesar. Mas quando esse amigo tem a palavra certa no momento certo, fazendo com que se opere uma mudança dentro de nós, então isso é obra de Deus! Hoje foi um desses dias.

À hora que os leitores estiverem a ler este post estarei, muito provavelmente, a fazer a minha primeira tentativa no ski de neve. Nunca é tarde para tentar, dizem! Vais adorar, afirmam! De facto, todas as pessoas que conheço e que fazem ski, fazem-no há muitos anos e não abdicam da sua semana na neve. Seja pelo desporto em si, seja pelo convívio social e pelas compras, seja pela beleza da natureza ou pela pureza do branco alpino, o certo é que se ouve falar deste desporto sempre com entusiasmo e furor verdadeiros. Pois, desta feita, vou eu também estrear-me nesses meandros das Pistas, dos Forfaits, dos Après-Ski e tantas outras expressões que terei de aprender. Desejem-me sorte. Burro velho não aprende línguas, diz o povo. Espero bem que eu aprenda a esquiar minimamente, for the sake of my body and soul.

Bom Domingo e Até ao Meu Regresso.

Maf
   
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto. 
Jesus esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás. 
Vivia com os animais selvagens e os Anjos serviam-n’O. 
Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a pregar o Evangelho, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».

Palavra da salvação.

25 fevereiro 2012

Pensamentos impensados


Suores
Este Carnaval, Alberto João não desfilou; Mas, destilou.
 
Traduções MY WAY
Hair yes, hair no - pelo sim, pelo não
Hair less - pelo menos.
 
Acordo ortográfico êsse aborto
Vi escrito num jornal a palavra ADOÇÃO inserida num artigo: pensando que se tratava de um novo adoçante, li o artigo. tanto mais que, como adoçante, só conheço o açúcar, o mel e as "pastilhas". Tratava-se de um fruto do novo acordo, que antes se escreveria ADOPÇÃO. Com a nova grafia, lerei "adução", a exemplo de noção, poção, loção, etc. O que me fazia pronunciar "adóção" era o P.
 
Jacques Brel, outra vez
Uma empresa escocesa vai agarrar na canção Ne Me Quittes Pas para promover um tecido; passará a ser Ne Me KILT Pas.
 
Comezainas
Conheci muito bem um grupo de amigos que não pensava noutra coisa que não fossem almoçaradas e jantaradas. Um dia, estava o grupo reunido quando um dos componentes informou que um dos do grupo estava muito doente. Passados os primeiros momentos de tristeza e estupefacção, diz um deles:
E se nós lhe fizéssemos um almoço de despedida?

SdB (I)

24 fevereiro 2012

Moleskine


Confesso que nunca tinha visto um equipamento semelhante, adequado para quem tem vagar mas gosta do seu chazinho a tempo e horas. Na parte frontal tem um relógio e um sistema de programação. Na parte de trás, dois recipientes de design luxuoso. Num coloca-se a água. No outro o chá (recomendo Earl Grey, perfumado com bergamota, da Twinings, que sempre tem 300 anos...). Define-se a hora e, quando ela (a hora) chegar, a água levanta fervura e derrama-se sobre as folhinhas (nada de saquetas!) vizinhas.
- a que horas quer o seu chazinho, senhor engenheiro?
- deixe estar, Maria, que eu programo a máquina... 
- o senhor engenheiro está a automatizar as tarefas domésticas?
- ó Maria, eu conseguia lá prescindir de si!
- e eu de si, senhor engenheiro...

***



Mandaram-me este link, e em boa hora o fizeram. É um dos filmes da minha vida, num tempo em que o cinema francês ainda dava cartas, com comédias e policiais, entre outros géneros sobre os quais a ignorância me impede de falar. O leque de actores é notável, dos quais destaco Jacques Brel e Lino Ventura. Dois minutos e dezassete segundos de genuíno gozo, a abrir o apetite para rever o filme L'aventure c'est l'aventure
PS: Já fiz isto na praia do Guincho mas bateram-me com uma raqueta...

***


O restaurante chama-se Casa de Pasto da Palmeira e fica na Rua do Passeio Alegre, ao Porto. Estive lá acompanhado, há alguns meses. Degustámos petiscos, porque é isso que o estabelecimento serve. Comemos queques de alheira com grelos (muito bom), confit de pato (enfim, já comi melhor) e outra coisa de que não me lembro, mas de boa qualidade. Rematei com um doce, porque não gosto de boca de lacaio. Não me lembro qual, porque tenho a memória enfraquecida. O café é servido nestas coisas moles que mais parecem uma orelha grande de um porco rosado. As mãos cuidadas e finas que agarram os artefactos são minhas e, por enquanto, não são servidas como petisco, o que revela a prudência dos donos. Às vezes fazem petiscos, mas isso fica para outras núpcias.

***


Curral das Freiras, Janeiro de 2012 (ou Dezembro de 2011, já não sei bem) 

JdB


23 fevereiro 2012

Deixa-me rir...

Caros Audiophiles, one never needs a reason to play an exquisite song by the incomparable Paul Simon.
But anyway, this week happens to include Mardi Gras, and so...


Take Me To The Mardi Gras




C'mon take me to the Mardi Gras
Where the people sing and play
Where the dancing is elite
And there's music in the street
Both night and day

Hurry take me to the Mardi Gras
In the city of my dreams
You can legalize your lows
You can wear your summer clothes
In the New Orleans

And I will lay my burden down
Rest my head upon that shore
And when I wear that starry crown
I won't be wanting anymore

Take your burdens to the Mardi Gras
Let the music wash your soul
You can mingle in the street
You can jingle to the beat of Jelly Roll
Tumba, tumba, tumba, Mardi Gras
Tumba, tumba, tumba, day


A proxima.

PO

22 fevereiro 2012

Ponto de Vírgula

Ora, senhores, já que somos cristãos, já que sabemos que havemos de morrer e que somos imortais, saibamos usar da morte e da imortalidade. Tratemos desta vida como mortais, e da outra como imortais. Pode haver loucura mais rematada, pode haver cegueira mais cega que empregar-me todo na vida que há de acabar, e não tratar da vida que há de durar para sempre? Cansar-me, afligir-me, matar-me pelo que forçosamente hei de deixar, e do que hei de lograr ou perder para sempre, não fazer nenhum caso! Tantas diligências para esta vida, nenhuma diligência para a outra vida? Tanto medo, tanto receio da morte temporal, e da eterna nenhum temor? Mortos, mortos, desenganai estes vivos. Dizei-nos que pensamentos e que sentimentos foram os vossos quando entrastes e saístes pelas portas da morte? A morte tem duas portas: Qui exaltas me de portis mortis. Uma porta de vidro, por onde se sai da vida, outra porta de diamante, por onde se entra à eternidade. Entre estas duas portas se acha subitamente um homem no instante da morte, sem poder tornar atrás, nem parar, nem fugir, nem dilatar, senão entrar para onde não sabe, e para sempre. Oh! que transe tão apertado! Oh! que passo tão estreito! Oh! que momento tão terrível!

in Sermão de Quarta-Feira de Cinzas, Padre António Vieira

Carl Spitzweg - Quarta feira de cinzas

Receita Medieval em Quarta-Feira de Cinzas

Leite de Amêndoas

12 a 20 amêndoas sem pele, já hidratadas.
1 copo (200ml) de água de fonte ou mineral.

Preparação:
Bata as amêndoas com a água, no liqüidificado



Ovas de Peixe


300g de ovas de tainhaSal a gosto
8 colheres (sopa) de banha de porco ou azeite
Folhas de alface
1 limão cortados em gomos

Preparação:
Tempere as ovas com sal. NNuma frigideira, coloque a banha de porco e deixe aquecer bem.Coloque as ovas e frite-as, virando com cuidado, para não partir, até ficarem firmes e douradas.Retire e coloque num prato.Decore com folhas de alface e pedaços de limão.


Obs.: Em 1649, altura em que foi escrito este Sermão, em tempos de jejum, o leite de amêndoas e as ovas de peixe juntavam-se dentro de cascas de ovo e eram assim servidos. O leite de amêndoas substituia o leite normal e as ovas de peixe substituiam a carne. 

Nota: receita tirada da internet. Sermão na integra aqui 

MFM

Acerca de mim

Arquivo do blogue