As melhores viagens são, por vezes, aquelas em que partimos ontem e regressamos muitos anos antes
21 junho 2024
20 junho 2024
Poemas dos dias que correm
A Avaria
Dar amor, já sei.
Mas não funciona.
Mas não funciona.
Mas não funciona.
já sei.
Mas não funciona.
a outra face,
já sei.
Mas não funciona.
nem o passado), já sei.
Mas não funciona.
Não sei.
E não funciona.
fazer o trabalho sujo
tradução de luís pedroso
língua morta
2020
19 junho 2024
Vai um gin do Peter’s ?
SOS BOM HUMOR PRECISA-SE
Em 2024, ano do 150º aniversário do nascimento de um dos escritores-jornalista mais divertidos e famosos do seu tempo, vale a pena revisitar um par de reflexões antológicas de Gilbert Keith Chesterton (1874-1936). Embora algumas tenham uma aparência banal, contêm uma profundidade e lucidez únicas, que interpelam pelo raciocínio cristalino e por boa dose de humor. Através dos escritos (80 livros e infindáveis artigos de imprensa) e saídas lapidares, o inglês influenciou Gandhi e muitos outros da sua geração. Os seus paradoxos mordazes e certeiros lembram Oscar Wilde em versão mais solar. Exemplos (citados no original):
«Without education, we are in a horrible and deadly danger of taking educated people seriously.
The devotee is entirely free to criticise; the fanatic can safely be a sceptic. Love is not blind; that is the last thing that it is. Love is bound; and the more it is bound the less it is blind.
I am not absentminded. It is the presence of mind that takes me unaware of everything else. [em resposta às suas famosas e frequentes distracções]
Angels can fly because they take themselves lightly.
I’ve searched all the parks in all the cities and found no statues of committees.
The poets have been mysteriously silent on the subject of cheese.
An adventure is only an inconvenience rightly considered. An inconvenience is only an adventure wrongly considered.
The Bible tells us to love our neighbours and also to love our enemies; probably because they are generally the same people.
To have a right to do a thing is not at all the same as to be right in doing it.
Literature is a luxury; fiction is a necessity.
A good novel tells us the truth about its hero; but a bad novel tells us the truth about its author.
Fairy tales do not tell children that dragons exist. Children already know that dragons exist. Fairy tales tell children that dragons can be killed.
Do not be so open-minded that your brains fall out.
Drink because you are happy, but never because you are miserable.
If there were no God, there would be no atheists.
Art, like morality, consists of drawing the line somewhere.
Fallacies do not cease to be fallacies because they become fashions.
The Christian ideal has not been tried and found wanting. It has been found difficult: and left untried.
It is absurd for the Evolutionist to complain that it is unthinkable for an admittedly unthinkable God to make everything out of nothing, and then pretend that it is more thinkable that nothing should turn itself into everything.
The thing I mean can be seen, for instance, in children, when they find some game or joke that they specially enjoy. A child kicks his legs rhythmically through excess, not absence, of life. Because children have abounding vitality, because they are in spirit fierce and free, therefore they want things repeated and unchanged. They always say, “Do it again”; and the grown-up person does it again until he is nearly dead. For grown-up people are not strong enough to exult in monotony. But perhaps God is strong enough to exult in monotony. It is possible that God says every morning, “Do it again” to the sun; and every evening, “Do it again” to the moon. It may not be automatic necessity that makes all daisies alike; it may be that God makes every daisy separately, but has never got tired of making them. It may be that He has the eternal appetite of infancy; for we have sinned and grown old, and our Father is younger than we.»
Para incutir esperança num mundo atribulado por guerras ferozes e ameaças de ataques nucleares à Europa, Francisco convocou os humoristas para um brainstorming no Vaticano, confiando nos seus talentos para descobrirem brechas de luz nos contextos mais sombrios e espalharem ânimo, alegria: «vocês têm o poder de espalhar a serenidade e o sorriso. Vocês estão entre os poucos que têm a capacidade de falar com pessoas muito diferentes, de diferentes gerações e origens culturais. (…) À sua maneira, vocês unem as pessoas, porque o riso é contagioso. É mais fácil rir juntos do que sozinhos: a alegria permite a partilha e é o melhor antídoto contra o egoísmo e o individualismo. Rir também ajuda a quebrar as barreiras sociais, a criar conexões entre as pessoas. Permite-nos expressar emoções e pensamentos, ajudando a construir uma cultura partilhada e a criar espaços de liberdade. Vocês lembram-nos que o homo sapiens também é homo ludens; que a diversão e o riso são fundamentais para a vida humana, para nos expressarmos, aprendermos e darmos significado às situações (do dia-a-dia)… Continuem a animar as pessoas, especialmente as que têm mais dificuldade em encarar a vida com esperança. Ajudem-nas, com o sorriso, a ver a realidade com as suas contradições e a sonhar com um mundo melhor. É mais fácil ser trágico do que cómico. Obrigado por fazerem as pessoas rirem e também por rir de coração… Quando fazem alguém sorrir, Deus também sorri.»
Whoopi Goldberg à esq. e Luciana Littizzetto à esquerda. |
Nesse encontro, coube à comediante italiana Luciana Littizzetto proferir a chamada ‘oração do bom humor’, redigida pelo autor da Utopia, no recuado século XVI:
Oração do bom humor
mas também algo para digerir.
Dai-me a saúde do corpo,
com o bom humor necessário para mantê-la.
Dai-me, Senhor, uma alma santa,
que saiba aproveitar tudo o que é bom e puro,
e não se assuste diante do pecado,
mas encontre o modo de colocar de novo as coisas em ordem.
Dai-me uma alma que não conheça o tédio,
as murmurações, suspiros e lamentos,
e não permitais que sofra excessivamente
por essa realidade tão dominadora que se chama “Eu”.
Dai-me, Senhor, sentido de humor!
Dai-me a graça de entender as piadas,
para que conheça na vida um pouco de alegria
e possa comunicá-la aos outros.
Assim seja.»
Sir Thomas More
Quantos comediantes são exímios a revelar a perspectiva mais desintoxicante da realidade, que escapa à maioria dos olhares. Quantos conseguem mostrar o ângulo de onde melhor se confirma existir um ‘copo meio cheio’. Quantos correspondem ao retrato benigno descrito pelo Papa, como semeadores de esperança. Quantos ajudam a acordar nos outros o sentido mais profundo do amor, do perdão, da fé, da esperança segundo a definição lapidar de Chesterton: «To love means loving the unlovable. To forgive means pardoning the unpardonable. Faith means believing the unbelievable. Hope means hoping when everything seems hopeless.»
(a preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)
18 junho 2024
Do confessionalismo *
17 junho 2024
Poemas dos dias que correm
QUEM ME QUISER AMAR
16 junho 2024
XI Domingo do Tempo Comum
EVANGELHO – Marcos 4, 26-34
Naquele tempo,
disse Jesus à multidão:
«O reino de Deus é como um homem
que lançou a semente à terra.
Dorme e levanta-se, noite e dia,
enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como.
A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga,
por fim o trigo maduro na espiga.
E quando o trigo o permite, logo mete a foice,
porque já chegou o tempo da colheita».
Jesus dizia ainda:
«A que havemos de comparar o reino de Deus?
Em que parábola o havemos de apresentar?
É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra,
é a menor de todas as sementes que há sobre a terra;
mas, depois de semeado, começa a crescer,
e torna-se a maior de todas as plantas da horta,
estendendo de tal forma os seus ramos
que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra».
Jesus pregava-lhes a palavra de Deus
com muitas parábolas como estas,
conforme eram capazes de entender.
E não lhes falava senão em parábolas;
mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.
14 junho 2024
A educação como pormenor estético
Estive durante três dias num Hotel no Dubai. Parte substantiva das pessoas que lá estavam hospedadas eram ingleses provenientes de cidades laboriosas e industriais: pessoas muito tatuadas, com piercings, a tomar o pequeno almoço com chapéu de pala voltado para a nuca ou levar a boca ao prato, porque esse movimento é mais confortável do que levar um talher à boca.
***
Há alguns anos, numa festa semi-pública, fui-me apresentar a um ex-jogador de futebol, bastante mais novo do que eu, que era conhecido da minha filha. Ao ver-me aproximar dele, o jovem levantou-se e apertou imediatamente um botão do casaco.
***
O que têm estas duas referências em comum? Uma certa ideia de educação. Ou, talvez para ser mais preciso, uma certa forma visível de educação - uma certa cultura traduzida em gestos.
A minha geração / rede social ou familiar foi educada numa série de gestos - ou ausência de gestos - que eram considerados manifestações de boa vontade. Alguns exemplos: não se estava de chapéu em casa, não se dançava com uma rapariga a fumar ou a beber, não se falava com uma pessoa de respeito com um casado desabotoado, não se almoçava ou jantava - ainda que fosse numa esplanada - de tronco nu. Também não se comia de boca aberta e era o talher que ia à boca, não a inversa.
Alguns hábitos mantêm-se, nomeadamente os que traduzem uma certa consideração por pessoas de mais respeito, como dar o lugar a alguém idoso. Por outro lado, como se explica a um jovem que não se fala com uma senhora com casaco aberto, ou que não se dança com uma rapariga a beber uma mini pelo gargalo, ou que não se toma o pequeno almoço com um chapéu de pala voltado para a nuca?
Muitos gestos que traduzem uma certa educação são detalhes. Apertar um casaco para falar com alguém de respeito, apagar um cigarro antes de dançar com uma rapariga, ou tirar o chapéu dentro de casa são pormenores estéticos. Se formos confrontados com um jovem rebelde a nossa capacidade de argumentação é fraca. Se me perguntarem: mas porque é feio estar de chapéu de pala voltado para a nuca, o que é que respondo? Como se explica a estética num mundo que privilegia o funcional? Em bom rigor, qual é o mal de estar de chapéu dentro de casa? Nenhum! Qual é o mal de estar de casaco aberto a falar com uma senhora? Nenhum! São pormenores estéticos que num certo tempo traduziam uma educação, ou um respeito por alguém.
Como se explica o detalhe ou a estética a quem não lhes dá importância?
JdB
13 junho 2024
12 junho 2024
Textos dos dias que correm
Uma formidável moça, de enormes peitos que lhe tremiam dentro das ramagens do lenço cruzado, ainda suada e esbraseada do calor da lareira, entrou esmagando o soalho, com uma terrina a fumegar. E o Melchior, que seguia erguendo a infusa do vinho, esperava que suas Incelências lhe perdoassem porque faltara tempo para o caldinho apurar… Jacinto ocupou a sede ancestral – e durante momentos (de esgazeada ansiedade para o caseiro excelente) esfregou energicamente, com a ponta da toalha, o garfo negro e a fusca colher de estanho. Depois, desconfiado, provou o caldo, que era de galinha e recendia. Provou – e levantou para mim, seu camarada de misérias, uns olhos que brilharam, surpreendidos. Tornou a sorver uma colherada mais cheia, mais considerada. E sorriu, com espanto: – “Está bom!”
Estava precioso: tinha fígado e tinha moela; o seu perfume enternecia; três vezes, fervorosamente, ataquei aquele caldo.
– Também lá volto! – exclamava Jacinto com uma convicção imensa. – É que estou com uma fome… Santo Deus! Há anos que não sinto esta fome.
Foi ele que rapou avaramente a sopeira. E já espreitava a porta, esperando a portadora dos pitéus, a rija moça de peitos trementes, que enfim surgiu, mais esbraseada, abalando o sobrado – e pousou sobre a mesa uma travessa a transbordar de arroz com favas. Que desconsolo! Jacinto, em Paris, sempre abominava favas!… Tentou todavia uma garfada tímida – e de novo aqueles seus olhos, que o pessimismo enevoara, luziram, procurando os meus. Outra larga garfada, concentrada, com uma lentidão de frade que se regala. Depois um brado:
– Óptimo!… Ah, destas favas, sim! Ó que fava! Que delícia!
Eça de Queiroz in A Cidade e as Serras
11 junho 2024
10 junho 2024
Crónica de um viajante no Dubai (I)
Museu do Futuro (Dubai) |
Ao longo de quase 50 anos de viagens mais ou menos regulares, conheci de tudo: locais que não me disseram nada embora tenha gostado deles, locais aos quais voltaria com gosto, locais que gostei de conhecer mas aos quais não tenho interesse em voltar. O Dubai insere-se nesta última categoria. Uma vez que aqui fazíamos escala no regresso da África do Sul, decidimos ficar 3 dias. Em abono da verdade, chega - e talvez sobre.
Vir ao Dubai é confrontarmo-nos com uma experiência diferente - um país árabe muito rico, por onde passam turistas de muitos locais. No hotel onde ficámos, ingleses tatuados provenientes de cidades industriais inglesas, alguns russos (?), alguns alemães. Porém, apesar deste cosmopolitismo, é sempre um país árabe, altamente seguro, altamente controlado, muito quente. Por estes dias as temperaturas andam pelos 36 - 42ºC, o que para mim é terrível, uma vez que a minha temperatura de conforto não ultrapassa os 26ºC.
No Dubai não há nada barato - talvez apenas a areia do deserto, caso esteja disponível. Os centros comerciais - sempre apinhados de gente que ali procura entretenimento e ar fresco - são luxuosos, com boas marcas, embora tenha visto mais luxo num de Singapura. Os preços são, na generalidade, altos. O vinho, por estarmos num país muçulmano, é também caro. Ontem bebemos uma garrafa de vinho branco chileno, qualidade média, por 20€. A subida ao arranha-céus mais alto do mundo custa para cima de 100 ou 120€. Dispensámos... O Dubai não produz nada - vive de imobiliário ou de serviços, pelo que importa tudo.
O hotel onde ficámos tem praia privativa, o que é um must para enfrentar estas temperaturas de quase Verão. O senão? A água está a roçar (se não for mais) os 30ºC. Significa isto que uma pessoa não se refresca - apenas se molha.
Numa praia no Dubai |
A arquitectura do Dubai é bonita - não só os edifícios com traça mais local, como os que têm um design internacional. Podem ver-se prédios semelhantes na Malásia (Kuala Lumpur) ou Singapura, só para dar um exemplo de países muito financeiros e não europeus.
Não estou a dizer que o Dubai é um destino incontornável. Porém, uma vez que é um hub aéreo muito frequente para quem viaja na Emirates, talvez faça sentido parar-se por 2 ou 3 dias (seguramente não mais) e perceber o que é isto - algumas (poucas) burkas, alguns (muitos) hijabs, muita gente ocidental, algumas mulheres (russas, talvez) muito produzidas e cheias de botox, chamadas sugar daddy, por prestarem serviço - temporário ou mais permanente - a árabes ricos.
Centro Comercial no Dubai |
Nota curiosa: fomos abordados no voo de Joanesburgo para o Dubai por uma assistente de bordo portuguesa que detectou a nossa identidade pelo passaporte. Muito simpática, conversou um bom bocado connosco a meio do voo e ofereceu-nos chocolates. Percebe-se que gostou de falar português com alguém não colega, e partilhou connosco uma parte mais difícil desta vida de assistente de bordo da Emirates - um certo desenraizamento, uma certa dúvida sobre e quando e para quê regressar a Portugal. Na Emirates ganha-se bem, mas não é um emprego para a vida. Dois dias depois passeávamos num centro comercial e encontrámo-la, juntamente com mais dois portugueses igualmente empregados na Emirate. Um encontro nacional - e improvável.
JdB
09 junho 2024
X Domingo do Tempo Comum
EVANGELHO – Marcos 3,20-35
Naquele tempo,
Jesus chegou a casa com os seus discípulos.
E de novo acorreu tanta gente,
de modo que nem sequer podiam comer.
Ao saberem disto, os parentes de Jesus
puseram-se a caminho para O deter,
pois diziam: «está fora de Si».
Os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam:
«Está possesso de Belzebu,
e ainda:
«É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios».
Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas:
«Como pode Satanás expulsar Satanás?»
Se um reino estiver dividido contra si mesmo,
tal reino não pode aguentar-se.
E se uma casa estiver dividida contra si mesma,
essa casa não pode aguentar-se.
Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide,
não pode subsistir: está perdido.
Ninguém pode entrar em casa de um homem forte
e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar:
só então poderá saquear a casa.
Em verdade vos digo:
Tudo será perdoado aos filhos dos homens:
os pecados e blasfémias que tiverem proferido;
mas quem blasfemar contra o Espírito Santo
nunca terá perdão: será réu de pecado eterno».
Referia-Se aos que diziam:
«Está possesso dum espírito impuro».
Entretanto, chegaram sua Mãe e seus irmãos,
que, ficando fora, mandaram-n’O chamar.
A multidão estava sentada em volta d’Ele,
quando Lhe disseram:
«Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura».
Mas Jesus respondeu-lhes:
«Quem é minha Mãe e meus irmãos?»
E, olhando para aqueles que estavam à sua volta, disse:
«Eis minha Mãe e meus irmãos.
Quem fizer a vontade de Deus
esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».
07 junho 2024
De um congresso em África
Quem me vai acompanhando pelo blogue ou pelas conversas não lerá neste post nada de novo, porque não escreverei nada de novo. O que me impele então à repetição? A necessidade de manter o foco numa área importante da minha vida - a oncologia pediátrica ou, numa expressão mais impactante, o cancro nas crianças.
Estive 3ª e 4ª feiras em Joanesburgo, numa reunião e num encontro de associações de pais / sobreviventes doentes de África. Encontrei-me com pessoas do Zimbabwe, África do Sul, Gana, Zâmbia, Malawi, Ilhas Maurícias, Egipto, etc. Falamos de países onde a taxa de sobrevivência pode ser 30%, a taxa de abandono altíssima, onde os recursos humanos, financeiros e técnicos são escassos. No decurso deste encontro deslocámo-nos a duas Casas da CHOC, a associação sul-africana (uma delas no famoso bairro do Soweto). O modelo das Casas é igual às da Acreditar - receber crianças / jovens doentes e as suas famílias durante o tempo que for preciso. Ali encontrei uma família moçambicana, cuja criança abriu os olhos de espanto quando perguntei: quem fala português aqui?
Gosto da comunidade africana, com quem já me encontrei algumas vezes: são amáveis, simpáticos, bem-dispostos, risonhos, cheios de esperança. Falam alto, abraçam, apertam a mão demoradamente e riem-se das piadas alheias. Esta é a vertente divertida dos encontros. A vertente importante é perceber as necessidades, o que ainda falta por fazer. Enquanto a Europa fala de melhor sobrevivência, em África (e noutras regiões) ainda se fala de sobrevivência. É nestes encontros, no cruzamento com mães e crianças doentes, que eu me lembro do que aqui me trouxe, do que me mantém aqui. No fundo, é aqui que me lembro, de forma muito comovida, o que dá sentido à minha vida.
No congresso de Ottawa disse o que já (me) é um lugar-comum: os anos de membro e presidente do CCI foram os anos humanamente mais enriquecedores da minha vida. Nunca terei nada que me tenha oferecido uma visão tão clara das desigualdades por que passa o mundo. Nunca mais farei amigos que, embora de países e culturas diferentes, falam a mesma língua que eu: uma linguagem feita de uma uma história pessoal desafiante mas uma linguagem feita, também, de esperança.
Apesar de tudo a vida foi generosa, ao dar-me tudo isto.
Adeus até ao meu regresso.
JdB
06 junho 2024
Poemas dos dias que correm
CÉLULAS DO CANCRO
05 junho 2024
Vai um gin do Peter’s ?
A VERDADE BELA, LIBERTADORA
O grupo de miúdos, que organiza a edição anual do Faith’s Night Out (FNO), desde 2013, inspirou-se nas TedTalks para convidar oradores cativantes, de diferentes proveniências, para darem um testemunho de fé na sua vida, num par de minutos. Em 2018, a FNO propôs a vários pintores comporem uma obra alusiva à ousada promessa de Cristo citada nos Evangelhos: A VERDADE VOS FARÁ LIVRES. O resultado ficou gravado numa curta-metragem com as peças artísticas apresentadas pelos próprios autores:
04 junho 2024
03 junho 2024
Crónica de um viajante à África do Sul (IV)
Nascer do Sol no Kruger Park (África do Sul) |
Waterfront (Cidade do Cabo) |
Vista da Montanha da Mesa (Cidade do Cabo) |
02 junho 2024
IX Domingo do Tempo Comum
EVANGELHO – Marcos 2,23–3,6
e os discípulos, enquanto caminhavam,
começaram a apanhar espigas.
Disseram-Lhe então os fariseus:
«Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido».
Respondeu-lhes Jesus:
«Nunca lestes o que fez David,
quando ele e os seus companheiros
tiveram necessidade e sentiram fome?
Entrou na casa de Deus,
no tempo do sumo sacerdote Abiatar,
e comeu dos pães da proposição,
que só os sacerdotes podiam comer,
e os deu também aos companheiros».
E acrescentou:
«O sábado foi feito para o homem
e não o homem para o sábado.
Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado».
Jesus entrou de novo na sinagoga,
onde estava um homem com uma das mãos atrofiada.
Os fariseus observavam Jesus,
para verem se Ele ia curá-lo ao sábado
e poderem assim acusá-l’O.
Jesus disse ao homem que tinha a mão atrofiada:
«Levanta-te e vem aqui para o meio».
Depois perguntou-lhes:
«Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal,
salvar a vida ou tirá-la?».
Mas eles ficaram calados.
Então, olhando-os com indignação
e entristecido com a dureza dos seus corações,
disse ao homem:
«Estende a mão».
Ele estendeu-a e a mão ficou curada.
Os fariseus, porém, logo que saíram dali,
reuniram-se com os herodianos
para deliberarem como haviam de acabar com Ele.
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- JdB
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