21 agosto 2009

da geografia interior

conduzes pelas estradas do alentejo,
a cidade mágica para trás,
a teu lado o companheiro de sempre,
ângulo generoso e terceiro
dessa figura geométrica que a amizade
pode, em dias largos, ser.

o teu amigo fez quarenta anos,
o que, feitas as contas por alto,
dá a esse nobre triângulo a três
uns trinta anitos - sobressalto.

o tempo passa, sempre o soubeste,
mas era mais, como dizer, em abstracto.
ver os quarenta anos de um amigo
faz de matéria vaga matéria de facto.

que fazes dos teus dias, rapaz?
que segredos deixarás aos vindouros?
o zénite está já a teus pés, foge-te,
as horas escasseiam, faltam, doem-te.
estes teriam sido os anos de ouro,
fosses tu outro. ou mais tu

- mas mais capaz.

gi

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