14 março 2012

Diário de uma astróloga – [21] – 14 de Março 2012


O meu último post foi sobre as fases da Lua. Só mais tarde tive conhecimento deste vídeo lindíssimo da NASA. Aqui fica com um pouco de atraso. 




Neptuno e Peixes

No próximo dia 20 estarei em Portugal e tenho falado mais vezes com amigos e amigas para combinar encontros, reuniões, consultas. Uma delas disse a propósito da crise “Sente-se um sentimento geral de desalento”… Desalento … palavra 100% neptuniana.

Neptuno, o planeta que rege o signo de Peixes, tem uma órbita de 165 anos, passando cerca de 14 anos em cada signo. Neptuno entrou definitivamente no signo de Peixes no dia 3 de Fevereiro passado, e aí ficará até fim de 2025. Quando um planeta lento transita pelo seu signo regente, o mundo recebe uma dose dupla dessa energia. 

Portugal está muito ligado à energia Neptuniana. A nossa história, os nossos mitos, a nossa música e as características do nosso povo confirmam esta afirmação, apesar da carta do nascimento de Portugal ser especulativa.

Todas as energias astrológicas podem ser expressas de uma forma positiva ou negativa. Armar-se em vítima, a depressão, a fuga à realidade, render-se, escapar para o mundo virtual ou refugiar-se na droga são algumas das manifestações negativas de Neptuno / Peixes.

A noção de dissolução de limites, de que as coisas se podem espalhar sem controlo, põem a imaginação, o inconsciente colectivo com os seus mitos assim como as doenças transmissíveis e www (world wide web) dentro do âmbito Neptuniano. Aqui encontramos também a procura do divino, transcender a nossa condição de mortais, o amor infinito, a música, a arte. Os oceanos, os santuários, os bares com as suas bebidas e hospitais são alguns dos locais ligados a esta energia. Os sonhadores, os poetas, os místicos, os salvadores, mas também os fraudulentos e os fracos, são personagens deste arquétipo.

Uma vez que durante os próximos 14 anos Portugal vai apanhar com uma dose dupla de si próprio, vou dar algumas sugestões de como usar esta energia de forma positiva.

O que se passou nas épocas anteriores em que Neptuno esteve em Peixe dá pistas. A lista não é exaustiva, escolhi só algumas áreas:

Na saúde:
1192- 1207      O álcool é usado pela primeira vez para fins medicinais.
1356-1370       A gripe é identificada como doença.
1520-1534       Paracelso inventa o láudano, uma tintura de ópio usada até ao séc. XX.
1684-1697       Anton van Leeuwenhoek observa a bactéria.
1847-1862       Louis Pasteur descobre que os germes são a causa das doenças e, ao mesmo tempo, Florence Nightingale introduz noções de higiene nos hospitais da guerra da Crimeia. Também nesta época é extraída, pela primeira, vez a cocaína pura.

Na literatura, musica, mitologia e superstição:
1192 – 1207   
·      Aparece “Elder Edda” colectânea de mitologia escandinava que deu origem aos deuses nórdicos e que inspirou o Senhor dos Anéis.  
·      Em França, Robert de Boron escreve  “Roman de Merlin”, o mago ainda anda na cultura actual. 
·      Wolfram von Eschenbach escreve “Parzifal”,  poema épico sobre a procura  do Holy Grail.
1356-1370 
·      Petrarca escreve “Il Canzoniere”, influenciando a poesia amorosa durante séculos.
·      É inventado o instrumento que deu origem ao piano.
 1520-1534
·      Fernão de Magalhães inicia sua circum-navegação: a Terra não tem principio nem fim… é global.
·      Outro fenómeno global: a publicação da bíblia poliglota pela Universidade de Alcalá.
·      Um cometa, que mais tarde é baptizado Halley levanta uma onda de superstição.
1684-1697
·      Newton e Halley estudam o cometa conhecido pelo nome deste último.
·      La Fontaine publica as suas fábulas.
·      Nasce J.S. Bach.
1847-1862
·      Fundação Bach Gesellchaff publica as obras completas de J.S. Bach.
·      Wagner completa “Der Ring des Nibelungen” inspirado pelas lendas nórdicas escritas no ciclo Neptuno Peixes de 1192-1207.
·      Verdi está em plena produção.
·      Chopin, o grande romântico morre, sucedido por Liszt.
·      Melville publica Moby Dick, a baleia que se tornou um mito.
.
Em Portugal 
·      Almeida Garrett, expoente do Romantismo, escreve Folhas Caídas, obra-prima no género.
·      O fado, a nossa canção absolutamente Neptuniana, surge em Lisboa por volta desta época.

Em face de tudo isto aqui fica o meu conselho para os Portugueses aproveitarem ao máximo a estadia de Neptuno em Peixes: Não entrem na histeria colectiva do “2012”, não fujam da realidade para o mundo virtual, mas não percam os sonhos: encontrar a cura para o cancro, fazer descobertas submarinas, difundir o fado, que é a nossa herança, pelo mundo, escrever, fazer musica, ter imaginação, inspirar gerações futuras. Usar a internet para promover o nosso vinho, o nosso azeite. Aqui ou no estrangeiro, conforme sugestão tão criticada de Passos Coelho, tanto faz, porque a Terra desde Fernão de Magalhães que não tem fronteiras. 

Luiza Azancot

1 comentário:

Ana LA disse...

Precisamos de discursos optimista e que nos indiquem caminhos saudáveis.
Belíssima análise.
Mas caramba, nesta altura dava mais jeito um planeta de energia, de crescimento, de iniciativa e inovação.

Acerca de mim

Arquivo do blogue