14 novembro 2011

Fórmula para o caos


Silvio Berlusconi (parte 1). Chegou o tão esperado, e desejado por muitos, fim político de Il Cavalieri. Proponho esta semana deambular pela história.

O ainda chefe de governo italiano é oriundo de uma família de classe média-baixa de Milão. O primeiro dinheiro que ganhou foi a trabalhar como alfaiate, dado os escassos recursos de que dispunham os seus pais. No entanto, desde novo que denotou uma brilhante esperteza para os negócios. Aos 23 anos, enquanto cursava Direito numa universidade italiana, começou a erguer a sua fortuna no negócio do imobiliário e da construção. Em 1974, depois de todos os dividendos que logrou como construtor, adquiriu o seu primeiro canal de televisão. Dai até ao fim dos anos 80 o seu império não mais parou de crescer. Em 1988 controlava, como accionista maioritário, as três principais estações de televisão privadas e o clube de futebol AC Milan.

Em 1992 o escândalo político rebentou em Itália. Depois de uma profunda e exaustiva operação judicial que ficou conhecida como " Mãos Limpas ", foram denunciados os vários casos de corrupção que envolviam os principais partidos políticos italianos, com destaque para a Democracia Cristã (centro-direita) e o Partido Comunista (esquerda). Começou-se a desenhar uma novo quadro partidário em Itália. A sociedade transalpina exigiu o total refundamento dos valores políticos vigentes no país. Aproveitando o vazio criado pela operação Mãos Limpas, Silvio Berlusconi decidiu fundar um novo partido chamado Forza Itália. Era uma força partidária de direita e matriz liberal. No fundo, vinha ocupar o espaço deixado pela Democracia Cristã. O magnata dos media, em 1993, montou uma gigantesca operação mediática de promoção do seu novo partido, tendo em vista a vitória nas eleições legislativas de 1994.

Pedro Castelo Branco

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei muito da abordagem. De facto às vezes fala-se muito sobre certas pessoas mas sabe-se pouco ou nada em relação a elas. Parabéns pela iniciativa.
RM

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