14 outubro 2024

De uma conferência no Hawaii

À hora a que me estiverem a ler, já estarei em Honolulu, para a 29ª Conferência do CCI (Childhood Cancer International),  organização global à qual dei o meu voluntariado dos últimos anos. A conferência, como sempre, corre em paralelo com o encontro, também anual, de oncologistas pediátricos e outros profissionais de saúde de todo o mundo. Lá, como todos os anos, encontrarei amizades que fui fazendo ao longo do tempo, farei novas amizades, cruzar-me-ei com muita gente que fui conhecendo e pela qual tenho estima e respeito. Embora um pouco mais distante afectivamente, não deixa de ser um tempo intenso, carregado de memórias, mas, sobretudo, de alerta para o tanto que há por fazer pelas zonas mais desfavorecidas do mundo. 

Penso já o ter dito neste estabelecimento - seguramente que o disse de forma pública: desde 2009, talvez, que assisto a estas reuniões; desde 2016 que sou membro do Board (presidente entre 2020 e 2023). Nunca, em momento algum da minha vida, vivi anos de um enriquecimento humano tão grande: não são só as amizades que se fazem, que vão do Chile à Nova Zelândia, da África do Sul à Áustria, da Nigéria a Hong Kong, e que nos permitem ter um abrigo, ou uma cara conhecida, em dezenas de países do mundo. Mas há uma dimensão mais importante: enquanto presidente da Acreditar aprendi muito sobre a oncologia pediátrica em Portugal. Porém, ao ser membro do Board do CCI, tive a oportunidade de abrir uma janela e ver o mundo inteiro, cheio de contradições, injustiças, desigualdades, sofrimento, dedicação e desejo de mudança. E isso faz de qualquer um de nós pessoas mais atentas, mais informadas, mais conscientes do que se passa na comunidade global da oncologia pediátrica.  

Hawaiʻi Convention Center (onde se desenrola a conferência), muito perto de Waikiki

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Na minha lista de 50 destinos a visitar nos próximos meses ou anos nunca constou o Hawaii. Talvez nunca tenha constado porque nunca foi uma palavra com que me tivesse cruzado muito (e que, por isso, não fica na memória) ou talvez por preconceito pateta, por me sentir excessivamente nos EUA. Talvez também fosse pela distância e preço: +/- 1.300€ (só avião) numa viagem que dura cerca de 24 horas, com duas escalas, em Frankfurt e em Vancouver (as mesmas paragens e a mesma duração no regresso).

Já que lá estou, tentarei aproveitar ao máximo. O facto de já não ser presidente da organização dá-me mais liberdade. Talvez até vá à praia de Waikiki, a 10 minutos do Coconut Waikiki Hotel, onde estarei instalado.

Faremos o nosso melhor...

Adeus, até ao meu regresso.

JdB

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