13 fevereiro 2011

Notas soltas

Notas dispersas à margem do evangelho de hoje:

* Ontem preguicei-me no gozo de fim de semana e descurei o comentário ao evangelho de hoje. Ainda bem, dirão alguns. Ohhhhhh, que pena, acharão outros. Paciência, respondo eu, se bem que ninguém me tenha perguntado nada.

* 6ªfeira conversei com um amigo sobre temas importantes da minha espiritualidade. Falámos de regras, do comprimento do braço da justiça face ao da compaixão, do mal menor (ou seria do bem maior?), de serviço, de coerência, de percepção, de consciência, de caminho, da escuta fundamental da nossa voz interior. Conversas boas, que geram mais discernimento do que soluções.

* Homilía da missa das 13 horas de hoje, em Santo António. Fala-se de lei - mas fala-se de ir além da lei; fala-se de radicalismo, no que a expressão tem de melhor, fala-se de relativismo, no que a expressão tem de pior. Fala-se num dos mandamentos: não matarás. O sacerdote, refere algo em que eu só intuíra, nunca materializara numa acção. Viver de relações cortadas com alguém é matar esse alguém no nosso coração. Zás! Mais radical e menos relativo não se poderia ser. O raciocínio, é claro, aplica-se a outros mandamentos. De repente, uma pequenina zanga que gera uma incompatibilidade reveste-se de um mandamento infringido...

Bom Domingo para quem me lê.

JdB

3 comentários:

Anónimo disse...

JdB, parece-me que é importante perceber a que se aplica essa radicalidade. E o relativismo. Em teoria tudo está bem. Aplicação prática dessas teorias é que é complicado. Ás vezes temos de aplicar radicalidade em certas relações da nossa vida (imagine o amor duro, dum pai em relação a um filho drogado). Outras vezes temos de saber integrar o relativismo na nossa vida.Tinha uma tia avó, muito católica, com 8 filhos (muitos deles separados e já a viver com outras pessoas), que às tantas dizia à minha Mãe: oh filha, se eu não fechar um pouco os olhos à vida dos meus filhos, deixo de os ter ao pé de mim. O Evangelho de hoje tem toneladas de sumo. Mas o branco é branco e o preto é preto e tudo o mais é maligno ... eu até percebo .... mas, meu Deus, a vida tem tudo menos de Preto e Branco! Bom Domingo. pcp

JdB disse...

pcp: percebo o seu raciocínio. Quando o Papa se pronuncia contra a relativismo, penso que se refere ao perigo de valer tudo (passe o exagero da expressão) em nome do argumento de que há sempre coisas piores; às tantas não percebemos o que é o bem e o mal, porque tudo se confunde. Acho que a sua tia-avó terá feito o que seria saudável. Foi radical no sentido de saber o que estava certo e o que não estava. Depois estendeu o braço do amor pelos filhos, que é maior do que o braço da justiça (cega).

Anónimo disse...

É isso! Obrigada. pcp

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