12 maio 2011

12 de Maio


(fotografia tirada da net)


Foi hoje, mas há dez anos, que assisti pela primeira vez, ao vivo, à procissão das velas em Fátima. O meu tempo era particularmente difícil e, como o escrevi várias vezes, pouco me motivava a ir. A vida, no entanto, está cheia de armadilhas - ou talvez a excursão fosse mais uma das partidas que Deus me pregou. Aos meus ombros - e pela primeira vez, tal como eu - ia uma criança. Desde esse distante doze de maio de dois mil e um que essa criança não perde uma única procissão. Só que agora vive num bem de dimensão superior e, na fé que Deus me deu a Graça de ter, sei que assiste de mão dada com Nossa Senhora. Talvez mesmo ao colo, sei lá eu...

Cada um dos peregrinos que vai a Fátima procura alguma coisa: a curiosidade sociológica, o recolhimento da alma, o agradecimento de uma dádiva ou o pedido de um favor, o aconchego de uma multidão que olha para o mesmo ponto no horizonte. Muitos haverá que, sem o saberem, talvez procurem um milagre para as suas vidas. Todos os dias, a todo o momento, podemos sentir esse milagre. Basta estar atento aos sinais.

Até já, para os que irão a Fátima - em espírito ou em corpo.

JdB


Os milagres existem, Inês? E como os caracterizamos? Um dicionário diria que milagre é um acontecimento contrário às leis estabelecidas da natureza e atribuído a uma causa sobrenatural. Mas diz também que é um acontecimento que espanta (e a origem latina da palavra vem desta expressão) ou maravilha. A vitória do Homem sobre uma doença que parece incurável é um milagre? A capacidade que nós temos de mudar a nossa vida e de a encaramos de outra forma também é? A predisposição que passamos a ter para ajudar os outros ou a consciência que adquirimos de que a nossa felicidade tem de ser em função do próximo é um acontecimento que maravilha? Fui beneficiária de um milagre? As perguntas ficam no ar mas as respostas, essas, estão todas no meu coração. E, ao não sentir dúvidas de quais são, sinto que Deus, à Sua maneira, me pregou outra partida.

3 comentários:

Anónimo disse...

Lindo! Como tudo o que você escreve sobre a Fé e o Crer em Deus! Um grande beijinho. pcp

Anónimo disse...

Atrevo-me a citar St. Agostinho: " não fiquemos tristes por tê-la perdido; alegremo-nos por tê-la tido".
Grande abraço e reza uma Avé Maria por mim em Fátima.
fq

arit netoj disse...

Obrigada querido João por me relembrar esta sua tão clarividente definição de milagre. O segredo está nesta simplicidade...
Beijinhos presentes nestas eternas peregrinações.

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