27 setembro 2008

ABC da contagem decrescente - chego de hoje a uma semana

Pessoal da chancelaria: para além da Manuela Chaby, já referida, merecem um destaque especial as duas outras colaboradoras da chancelaria: a Bela e a Cristina. Foram sempre de uma extrema amabilidade comigo, resolvendo problemas de voos ou de viagens com um sorriso e uma disponibilidade que me apraz registar. Last, but no the least, uma palavra para o Carlos Antunes, nº 2 da embaixada e que larga o lugar no dia em que sai este post. O Carlos foi um excelente companheiro de noitadas - no karaoke, na boite congolesa, no night-club Monaco e é um manancial de informação sobre Harare by night.

Pessoal da residência: é da mais elementar justiça destacar também o Vice e o Joe, o cozinheiro João - responsável por tantas iguarias -, o motorista Moffat e o jardineiro David. Levo comigo a educação e a simpatia, para além de outras mordomias de que fui beneficiário.

Portugueses - encontrei aqui meia dúzia de portugueses que me fizeram o gosto de convidar para as suas casas, me levaram a fazer bons negócios, me honraram com a sua simpatia. É uma gente despretensiosa que nos recebe como se fossemos convidados antigos, que se nos dirige sem a formalidade do senhor. Fica a referência à Teresa Chaby (que me oferece favas exactamente hoje) e à sua filha, que abriu portas para a resolução do meu computador e com quem cantei um dueto de karaoke; ao Alberto Correia Mendes e à Ana, que nos brindaram com um almoço tipicamente português e assassino de dietas ajuizadas; ao Toni Simões e à Sílvia, donos do Coimbra, um dos mais afamados restaurantes da capital e onde quererei ir antes de partir. Foi também com o Toni que fiz um bom negócio de esculturas shona, que não mostro porque embarcam hoje mesmo no vapor da madrugada.

Potencialidades. Não sou um visionário, não tenho jeito para o negócio. Mas, estou certo disso, o Zimbabué é um país cheio de potencialidades. Uma terra fértil, com água, uma possibilidade de turismo fora de série, um povo afável, uma capital das mais bonitas de África, segurança que não se compara com outros países vizinhos, uma memória da antiga Rodésia que muitos não querem perder. Tudo está suspenso por questões políticas. Talvez a pacificação abra portas ao investimento, ao desenvolvimento, ao bem-estar da população, à actividade económica.

Quando. É uma boa palavra para tantas interrogações. Quando toma posse o novo governo? Quando começam as novas reformas? Quando é que Robert Mugabe desaparece do cenário político? Quando é que as pessoas começam a ver a luz ao fundo do túnel? Quando é que a inflação desce dos 3500% ao mês? Quando é que há bens de primeira necessidade nos supermercados? Muita gente faz estas perguntas entre conversas, copos de cerveja, jantares animados, refeições difíceis e escassas. A resposta é mais ou menos consensual...

Recepções – Fruto da minha estadia na embaixada, tenho sido convidado para algumas recepções ou jantares mais ou menos diplomáticos. O JdC tem sido criteriosamente perfeito naqueles em que acha que a minha presença faz sentido e naqueles em que acha que não. Algumas pessoas têm sido insistentes na minha presença, o que me honra. Hoje teremos uma festa de aniversário surpresa para a qual também fui invitado. O convite, na forma impressa em papel de qualidade, referia o senhor embaixador de Portugal e madame

Regresso - Quando volta cá?, é uma pergunta que me fazem de quando em quando. A razão diz-me que deveria regressar dentro de três anos, a tempo de apanhar o actual embaixador e usufruir da hospitalidade, a tempo, também, de ver as eventuais mudanças que se produziram nesse país. África é um continente perfeitamente deslumbrante. Ainda na semana passada conheci uma rapariga brasileira que está cá de férias há mais de um ano, e que passou os últimos três meses a viajar sozinha por países vizinhos. Conto ter um texto dela em próximos posts. Hei-de regressar, se Deus quiser e as condições se ajeitarem.

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