A expressão já é conhecida. Existe mesmo um organismo chamado “World Database of Happiness”, cujo objectivo é desenvolver estudos que possam medir o grau de felicidade das nações. Naturalmente que os países com melhores condições de vida, nomeadamente países do norte da Europa, ocupam os lugares cimeiros da tabela. Não se podem absolutizar estes estudos porque inúmeras são as situações humanas que geram felicidade ou infelicidade. Mas eles ajudam a perceber que as atitudes individuais, e em especial a capacidade de viver em equilíbrio e de estabelecer objectivos, contribuem para a transformação de cada um e de todo um grupo social. O que torna mais verdadeira ainda a frase atribuída a Santo Agostinho: “uma alma que se eleva, eleva o mundo”.
Ainda nos rescaldos dos conflitos em torno da educação foram conhecidos os “rankings” das escolas. A exigência é uma tónica constante dos melhores resultados. Mas não deixaram de me interpelar dois tipos de afirmações, recolhidas por um jornal, em duas escolas católicas. Numa delas, uma aluna afirma: “Os nossos professores ensinam-nos a ser as melhores em tudo”, e outra diz: “Ficar em primeiro é mais um orgulho do que responsabilidade.” “Ser as melhores em tudo” terá certamente um sentido de exigência e de trabalho, mas traduzirá uma sã competição e uma correcta visão da realidade? Mas a afirmação que me inspirou foi a do director de outra escola: “Eu quero que os meus alunos sejam os primeiros no ranking da felicidade.” Gosto mais desta perspectiva, feita também de exigência, mas que tem em conta a totalidade da vida.
É de admirar a coragem do pedido de Tiago e de João. E, para além da tentação primeira de os julgarmos soberbos e desejosos de poder, gostaria de pensar que pode traduzir o desejo de estarem próximos de Jesus e de, com Ele, exercerem também uma função de serviço. Como se fossem “primeiros-ministros” (que, na realidade, quer dizer “primeiros a servir”)! Mas o que me encanta é o modo como Jesus acolhe este pedido e faz dele ocasião para um compromisso com a sua vida e missão. “Beber o cálice” e “ser baptizado” tem o sabor da Páscoa, o sabor de uma vida entregue para a felicidade de todos. E será essa a lição para todos os discípulos: se queremos um “ranking” do seguimento de Jesus e da sua amizade, “servir e dar a vida” é o termo de avaliação. “Sentar-se” e acomodar-se a práticas vazias, ou correr para “ser os melhores” (talvez sem olhar aos meios e aos outros!) tem pouco a ver com isso. Que felicidade procuramos?
Nota: texto do P. Vítor Gonçalves tirado daqui.
Ainda nos rescaldos dos conflitos em torno da educação foram conhecidos os “rankings” das escolas. A exigência é uma tónica constante dos melhores resultados. Mas não deixaram de me interpelar dois tipos de afirmações, recolhidas por um jornal, em duas escolas católicas. Numa delas, uma aluna afirma: “Os nossos professores ensinam-nos a ser as melhores em tudo”, e outra diz: “Ficar em primeiro é mais um orgulho do que responsabilidade.” “Ser as melhores em tudo” terá certamente um sentido de exigência e de trabalho, mas traduzirá uma sã competição e uma correcta visão da realidade? Mas a afirmação que me inspirou foi a do director de outra escola: “Eu quero que os meus alunos sejam os primeiros no ranking da felicidade.” Gosto mais desta perspectiva, feita também de exigência, mas que tem em conta a totalidade da vida.
É de admirar a coragem do pedido de Tiago e de João. E, para além da tentação primeira de os julgarmos soberbos e desejosos de poder, gostaria de pensar que pode traduzir o desejo de estarem próximos de Jesus e de, com Ele, exercerem também uma função de serviço. Como se fossem “primeiros-ministros” (que, na realidade, quer dizer “primeiros a servir”)! Mas o que me encanta é o modo como Jesus acolhe este pedido e faz dele ocasião para um compromisso com a sua vida e missão. “Beber o cálice” e “ser baptizado” tem o sabor da Páscoa, o sabor de uma vida entregue para a felicidade de todos. E será essa a lição para todos os discípulos: se queremos um “ranking” do seguimento de Jesus e da sua amizade, “servir e dar a vida” é o termo de avaliação. “Sentar-se” e acomodar-se a práticas vazias, ou correr para “ser os melhores” (talvez sem olhar aos meios e aos outros!) tem pouco a ver com isso. Que felicidade procuramos?
Nota: texto do P. Vítor Gonçalves tirado daqui.
3 comentários:
Achei muito interessante este texto, porque ainda há pouco tempo 'entrei' numa saudável discussão sobre a relação entre o Produto Interno Bruto (PIB) e o grau de felicidade dos cidadãos. A conclusão parece ser que o PIB não é uma boa medida para avaliar nem a riqueza de um país nem a felicidade dos cidadãos nele residentes. Há outros valores que importa considerar. Alguns não poderão traduzir-se em números, o que coloca os economistas, pessoas com a responsabilidade desta matéria, numa situação única tendo portanto que chegar a um outro 'PIB' mediante coeficientes aplicados a outras variáveis até agora não consideradas.
Tempos interessantes em que vivemos.
Obrigado pela visita, Maria. Não sei se conhece um livro chamado "Geografia da Felicidade" (Eric Weiner, Lua de Papel) que aborda exactamente esse tema. O que aproxima / diferencia países como a Holanda, Suiça, Butão, Quatar, Índia, EUA, Tailândia, Grã-Bretanha?
Não conheço mas vou tomar nota:) Obg JB.
O q o PIB não inclui é o q as pessoas sentem em relação à sua própria (qualidade de) vida.
Uma alternativa ao PIB - Human Development Index (HDI) - do Paquistanês Mahbub ul Haq baseia-se num 'PIB' q inclui Saúde, Educação, e Desigualdade Social.
Mas este é um tema 'quente' e sobre o qual, tanto quanto sei, não há conclusões definitivas.
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