17 fevereiro 2010

Cinco minutos de Madrid

Saí da cama mais cedo do que o sol. Fiz o check-in antes do sol. E antes do sol ter começado a trabalhar, já eu estava num avião a vários quilómetros de altura. O que significa que o meu dia, em termos de luz, começou em Madrid.

Foi só escala para outro destino, mas, como tinha umas horas entre voos, apanhei um metro para o centro da cidade. Todas as informações sobre como lá chegar foram dadas por uma senhora muito prestável, que respondeu à primeira pergunta com um ar exasperado, e à segunda com suspiros e olhos revirados. Uma excelente aquisição para um ponto de informações.

Apanhámos o metro até à estação Sol, que dos cinco minutos de pesquisa feitos na noite anterior pareceu um bom ponto de passagem para alguns pontos obrigatórios. Começámos nas Puertas del Sol, com um movimento que se estava à espera para um Domingo, fim-de-semana de Carnaval e dia dos namorados. A fotografia abaixo explica as mãos dadas e os beijinhos a que se assistiram durante o dia.




Da praça seguimos para o Mercado del Rastro, o maior mercado europeu em espaço aberto, assim dizem os sites da especialidade. São mais de 3500 bancas que vendem de tudo. Começando por roupas, passando por pregos apanhados de uma gaveta em casa e acabando em gaiolas com tamanho suficiente para acomodarem um leão.

Numa dessas bancas estavam à venda facas de todos os tamanhos e feitios. A senhora, muito mais prestável que a das informações do aeroporto, insistia que levássemos uma espada samurai, com uma lâmina capaz de cortar aço como se vê nos filmes, e de tamanho considerável. ‘Não se preocupem’, dizia ela num espanhol e / ou português estranho, ‘podem levar isto no avião sem quaisquer problemas’. Com todos os protocolos apertados de tira casaco, tira botas porque podem apitar, tira cinto porque é proibido, et al,, não tenho dúvidas de que uma espada de quase um metro levantaria algum problema.

A visita ao mercado acabou com um almoço tipicamente espanhol. Pelo menos espero, porque, se não, fui enganado.



Mais uns passeios numas ruas que não sabia onde iam dar, acabámos na Gran Vía, na loja do Real Madrid, com uma fotomontagem com o Cristiano Ronaldo. A impressão da fotografia custava onze euros. Com um preçário deste calibre não admira que o fundo de transferências anual do Real seja perto do PIB português.

Depois de tudo isto acabaram os cinco minutos de Madrid, e chegou a altura de voltar para o aeroporto. No próximo destino não vão ser só cinco minutos, e a experiência fica para outras linhas.



SdB (III)

2 comentários:

Ana LA disse...

Com "com suspiros e olhos revirados" de gozo por ter lido este texto, adorei a imagem dos pregos e da gaiola do leão. Have fun.

Anónimo disse...

Fotografias giras, SdB III. pcp

Acerca de mim

Arquivo do blogue