13 junho 2010

11º Domingo do Tempo Comum

Hoje é Domingo, e eu não esqueço a minha condição de Católico.

É vulgar ouvir, por parte dos que não vão regularmente à missa, comentários menos elogiosos sobre quem se senta semanalmente nos bancos de uma igreja: que rezam, que rezam, mas que estão sempre a criticar os outros; que levaram uma vida desregrada e agora é só missas; que são incoerentes porque não fazem nada pelos outros apesar do que ouvem todos os domingos.

Dos que vão à missa oiço comentários igualmente críticos sobre os que não vão: porque não têm vida espiritual, porque não são praticantes, porque não acreditam, porque não cumprem.

Leio o evangelho de hoje e reforço a convicção com que respondi, um dia, a uma interpelação menos agradável: a nossa prática religiosa (com tudo o que daí decorre) é um auxílio à nossa santidade, não um certificado da nossa santidade. Nos bancos da religiosidade militante ou no anonimato de uma não prática preguiçosa ou convicta há gente boa, gente menos boa, gente que estende a mão ao próximo ou que se refugia num egocentrismo comodista.

Quero sentar-me numa igreja ou noutro sítio qualquer e acreditar que a forma como olho para os outros reflecte a forma como os outros olham para mim: a tolerância com a tolerância, o sentido crítico com o sentido crítico, a maledicência com a maledicência.

Que a nossa Fé nos salve. E que possamos ir todos em paz.

***

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,
um fariseu convidou Jesus para comer com ele.
Jesus entrou em casa do fariseu e tomou lugar à mesa.
Então, uma mulher – uma pecadora que vivia na cidade –
ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu,
trouxe um vaso de alabastro com perfume;
pôs-se atrás de Jesus e, chorando muito,
banhava-Lhe os pés com as lágrimas
e enxugava-lhos com os cabelos,
beijava-os e ungia-os com o perfume.
Ao ver isto, o fariseu que tinha convidado Jesus pensou consigo:
«Se este homem fosse profeta,
saberia que a mulher que O toca é uma pecadora».
Jesus tomou a palavra e disse-lhe:
«Simão, tenho uma coisa a dizer-te».
Ele respondeu: «Fala, Mestre».
Jesus continuou:
«Certo credor tinha dois devedores:
um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta.
Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos.
Qual deles ficará mais seu amigo?»
Respondeu Simão:
«Aquele – suponho eu – a quem mais perdoou».
Disse-lhe Jesus: «Julgaste bem».
E voltando-Se para a mulher, disse a Simão:
«Vês esta mulher?
Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés;
mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas
e enxugou-os com os cabelos.
Não Me deste o ósculo;
mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés.
Não Me derramaste óleo na cabeça;
mas ela ungiu-Me os pés com perfume.
Por isso te digo:
São-lhe perdoados os seus muitos pecados,
porque muito amou;
mas aquele a quem pouco se perdoa,
pouco ama».
Depois disse à mulher:
«Os teus pecados estão perdoados».
Então os convivas começaram a dizer entre si:
«Quem é este homem, que até perdoa os pecados?»
Mas Jesus disse à mulher:
«A tua fé te salvou. Vai em paz».
Depois disso, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias,
a pregar e a anunciar a boa nova do reino de Deus.
Acompanhavam-n’O os Doze,
bem como algumas mulheres que tinham sido curadas
de espíritos malignos e de enfermidades.
Eram Maria, chamada Madalena,
de quem tinham saído sete demónios,
Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes,
Susana e muitas outras,
que serviam Jesus com os seus bens.

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