17 março 2009

Poemas dos dias que correm

Prece

Talvez que eu morra na praia
cercado em pérfido banho
por toda a espuma da praia
como um pastor que desmaia
no meio do seu rebanho.

Talvez que eu morra na rua
e dê por mim de repente
em noite fria e sem luar
irmão das pedras da rua
pisadas por toda a gente.

Talvez que eu morra entre grades
no meio de uma prisão
que o mundo além das grades
venha esquecer as saudades
que roem meu coração.

Talvez que eu morra no leito
onde a morte é natural
as mãos em cruz sobre o peito
das mãos de Deus tudo aceito
mas que eu morra em Portugal

(Pedro Homem de Mello)

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