27 setembro 2011

Duas últimas

Na ressaca de muito recente viagem à Polónia, escolho esta valsa de um dos seus filhos mais notáveis, Fréderic Chopin, grande compositor e pianista romântico da primeira metade do século XIX, procurando assim prolongar no tempo esses dias de ausência marcantes e diferentes, agora que estou de regresso a um dia a dia confuso e algo enervante. 


Deveria ter escolhido uma mazurca ou uma canção polonesa, mas em Chopin aprecio sobremaneira as suas valsas ao estilo vienense, daí esta escolha. 


Quanto à Polónia, senti pouco a famigerada crise, antes encontrei gente alegre e descontraída, muita obra (alguma a ser executada por empresas portuguesas) e um tempo bem razoável. Também percebi que sentem alívio em não pertencer à zona euro, pudera! Crescimento económico previsto para este ano a rondar os 4%. 


Os polacos, diria que em grande parte, acreditam em algo superior, em Deus, se me faço entender. Não tenho dúvidas que a percepção que tive da sua fé, do seu catolicismo vivido e efectivamente praticado, constituiu o facto mais marcante da viagem. Poderei tentar um dia falar mais em detalhe desta questão e das razões que em meu entender levam a que o povo polaco esteja, nesta matéria, em claro contra ciclo relativamente a uma Europa ocidental, este canto incluído, em processo de descristianização acelerada. 


Espero que gostem!


fq

4 comentários:

Anónimo disse...

Muito bonito (como tudo o que Chopin compôs). Relativamente a países onde Deus se sente de uma forma palpável ...visite a Índia. Não é a prática católica tradicional a que estamos habituados, como imagina, mas sim uma vivência em que o mundo é feito de pedaços de sagrado: nas árvores, na natureza, nas montanhas, nos animais, nas procissões e comemorações participadas por milhares e milhares de pessoas. Fiquei particularmente impressionada com uma romaria dedicada a Nossa Senhora de "qualquer coisa", cujo santuário era no cimo dum monte, em Panjim, Goa, e ver que essa mesma romaria era constituída por milhares e milhares de hindus que, pura e simplesmente, foram adorar uma Santa católica. Esse sentido do sagrado é extraordinário, pelo menos para mim. É duma amplitude, duma riqueza, talvez de algum folclore, convenhamos, mas que não deixa de impressionar. Onde é que já se viu algum Católico em atitude de respeito (já nem digo de reverência) perante o Ganesha ou um Buda qualquer? Não existe. Essa abertura acho-a extraordinária. Já nem falo nas Comemorações de São Francisco Xavier, no dia 3 ou 4 de Dezembro... acho que metade da Índia (estou a exagerar, claro) converge para Velha Goa nessa altura. Obrigada. pcp

Anónimo disse...

Giríssimo, Chopin e as impressões q. deixou. Do que apanhei dos polacos, em Cracóvia, vou completamente na sua linha, de um povo cuja fé está entranhada na maneira de ser e em toda a sua história. Obrig. pelo óptimo post de viagem, MZ

JdB disse...

Não sou um enorme fã de Chopin, mas gosto da peça que apresentaste, magnificamente interpretada.
Concordo contigo quanto à religiosidade dos polacos, "comprovada" quando lá estive há uns anos. A qualquer hora, em qualquer igreja, havia sempre muita gente a rezar.

JdC disse...

Apoiado quanto ao Chopin que está longe de ser um compositor ligeiro, como alguns pseudo-eruditos musicais defendem.
Apoiado quanto aos polacos, que me deleitam a trocar as voltas aos novos dogmas europeus.
Nem tanto quanto á cabeleira do pianista.
Abraço

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