17 junho 2016

Crónicas de um pré-doutorando tardio

Plano para o trabalho final da cadeira de Educação Estética. Não consegui estruturar melhor a conclusão, apesar da paciência pedagógica da Profª Elisabete Sousa. Agora falta tudo, que é fazer o trabalho...

JdB

***


Título:           Um estudo comparativo sobre o sublime e o patético em Eça de Queiroz a partir de A AiaO Suave Milagre e S. Cristóvão.

1)        Introdução 
                   i.       Nos textos “Do Sublime” e “Sobre o Patético”, (in Textos sobre o Belo, o Sublime e o Trágico) aos quais farei referência na elaboração deste trabalho, Schiller escreveu profusamente sobre o era sublime e o que era apenas grande. Escreveu ainda sobre o patético, e sobre o sublime como requisito para que o sofrimento seja estético. Schiller refere a certa altura: "o patético só é estético na medida em que é sublime.” E mais adiante: "(…) pois tudo o que é sublime provém apenas da razão”. A ainda” “(...) todo o motivo de tranquilização tem de ser procurado apenas na razão.” Ora, não só a ideia de milagre já contém uma dimensão não racional (acontecimento inexplicável ou a fé num Deus que nos ouve) como a ideia de imortalidade “em nada pode contribuir para tornar a representação da morte num objecto sublime. E no entanto há milagre; e no entanto há morte.   
                  ii.       Nas três obras de Eça em estudo, o sofrimento (pathos) é patente nas três personagens principais: a aia mata-se por amor ao filho, S. Cristóvão quase desfalece a levar o menino a casa, a criança na Galileia sofre entrevada numa cama, desesperada por ver Jesus enquanto, ao fundo do palco, a Mãe sofre por não conseguir encontrar o Rabi. Por outro lado, o milagre perpassa os três textos, de forma mais evidente n’ O Suave Milagre. O milagre, não numa dimensão de acontecimento inexplicável ou apenas como simples recompensa ou prémio para uma fé inquebrantável ou uma santidade evidente, mas como manifestação da comunicação entre a divindade e o Crente, comunicação esta que se revela na ideia de um Deus que escuta quem sofre, seja um velho cansado ou uma criança enferma.
                 iii.       Definir o objectivo do trabalho.

2)        Desenvolvimento 
            2.1.     Os textos de Schiller 
Apresentação dos textos “Do Sublime” e "Sobre o Patético” de Friedrich Schiller (in Textos sobre o Belo, o Sublime e o Trágico).
            2.2.     Os textos do Eça  
Apresentação dos três textos do Eça realçando, no âmbito do trabalho, as principais diferenças e pontos em comum.
            2.3.     Análise
Abordagem do patético e do sublime, do milagre e do sofrimento, em cada texto, individualmente, explorando: 
                        2.3.1  pontos em comum: 
                                     i.           Sofrimento nos três textos; 
                                    ii.           Milagre nos três textos: como recompensa "Deus ouviu-me" [O Suave Milagre e Cristóvão] ou como redenção, “Deus vai ouvir-me” [A Aia]         
                        2.3.2  pontos divergentes:
                                     i.           O sofrimento como acção da vontade [A Aia; S. Cristóvão?]
                                    ii.           O sofrimento como efeito [O Suave Milagre?]    
                        2.3.3  pontos importantes:
                                     i.           A ausência de resistência ao sofrimento [todos os textos]
                                    ii.           “(…) os afectos lânguidos, as comoções meramente ternas (…)” (Schiller, pg. 167) [todos os textos?]  
                                   iii.           “(…) e todo o motivo de tranquilidade tem de ser procurado apenas na razão (Schiller, pg. 151) [todos os textos?]               
                                 iv.           Podem os personagens dos três textos ser “classificados" como sublimes?
                                  v.           O patético dos três textos é sublime?
                       
3.        Conclusão
Os três personagens principais dos textos do Eça – a aia, S. Cristóvão e o menino entrevado – são, segundo a categoria de Schiller, grandes ou sublimes?
O sofrimento nos três textos, o milagre - nessa ideia de Deus que nos ouve - em dois. Há o sublime que provém da razão? Há sublimidade patética? Os textos do Eça geram apenas afectos lânguidos, comoções meramente ternas?


Sem comentários:

Acerca de mim

Arquivo do blogue