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Título: Um estudo
comparativo sobre o sublime e o patético em Eça de Queiroz a partir de A
Aia, O Suave Milagre e S. Cristóvão.
1) Introdução
i.
Nos
textos “Do Sublime” e “Sobre o Patético”, (in Textos sobre o Belo, o
Sublime e o Trágico) aos quais farei referência na elaboração deste
trabalho, Schiller escreveu profusamente sobre o era sublime e o que era apenas grande. Escreveu ainda sobre o
patético, e sobre o sublime como requisito para que o sofrimento seja estético. Schiller
refere a certa altura: "o patético só é estético na medida em que é
sublime.” E mais adiante: "(…) pois tudo o que é sublime provém apenas da
razão”. A ainda” “(...) todo o motivo de tranquilização tem de ser procurado
apenas na razão.” Ora, não só a ideia de milagre já contém uma dimensão não
racional (acontecimento inexplicável ou a fé num Deus que nos ouve) como a
ideia de imortalidade “em nada pode contribuir para tornar a representação da
morte num objecto sublime. E no entanto há milagre; e no entanto há morte.
ii.
Nas
três obras de Eça em estudo, o sofrimento (pathos)
é patente nas três personagens principais: a aia mata-se por amor ao filho, S.
Cristóvão quase desfalece a levar o menino a casa, a criança na Galileia sofre
entrevada numa cama, desesperada por ver Jesus enquanto, ao fundo do palco, a
Mãe sofre por não conseguir encontrar o Rabi. Por outro lado, o milagre
perpassa os três textos, de forma mais evidente n’ O Suave Milagre. O
milagre, não numa dimensão de acontecimento inexplicável ou apenas como simples
recompensa ou prémio para uma fé inquebrantável ou uma santidade evidente, mas
como manifestação da comunicação entre a divindade e o Crente, comunicação esta
que se revela na ideia de um Deus que escuta quem sofre, seja um velho cansado
ou uma criança enferma.
iii.
Definir
o objectivo do trabalho.
2) Desenvolvimento
2.1. Os
textos de Schiller
Apresentação dos textos “Do
Sublime” e "Sobre o Patético” de Friedrich Schiller (in Textos
sobre o Belo, o Sublime e o Trágico).
2.2. Os textos do Eça
Apresentação dos três
textos do Eça realçando, no âmbito do trabalho, as principais diferenças e
pontos em comum.
2.3. Análise
Abordagem do patético e do
sublime, do milagre e do sofrimento, em cada texto, individualmente,
explorando:
2.3.1 pontos em comum:
i.
Sofrimento
nos três textos;
ii.
Milagre
nos três textos: como recompensa "Deus ouviu-me" [O Suave Milagre
e Cristóvão] ou como redenção, “Deus vai ouvir-me” [A Aia]
2.3.2 pontos divergentes:
i.
O
sofrimento como acção da vontade [A Aia; S. Cristóvão?]
ii.
O
sofrimento como efeito [O Suave Milagre?]
2.3.3 pontos importantes:
i.
A ausência
de resistência ao sofrimento [todos os textos]
ii.
“(…) os
afectos lânguidos, as comoções meramente ternas (…)” (Schiller, pg. 167) [todos
os textos?]
iii.
“(…)
e todo o motivo de tranquilidade tem de ser procurado apenas na razão
(Schiller, pg. 151) [todos os textos?]
iv.
Podem os
personagens dos três textos ser “classificados" como sublimes?
v.
O
patético dos três textos é sublime?
3. Conclusão
Os três personagens principais dos
textos do Eça – a aia, S. Cristóvão e o menino entrevado – são, segundo a categoria de Schiller, grandes ou
sublimes?
O sofrimento nos
três textos, o milagre - nessa ideia de Deus que nos ouve - em dois. Há o sublime
que provém da razão? Há sublimidade patética? Os textos do Eça geram apenas
afectos lânguidos, comoções meramente ternas?
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