Ouvi há dias uma interessante conferência sobre um tema
deveras complexo, de difícil aceitação e por isso tantas e tantas vezes fonte
de inquietação, incompreensão e revolta: “o sofrimento, um mistério que
interpela o homem”.
No dizer da esclarecida conferencista, o sofrimento é a
maior causa de controvérsia e de séria divisão entre crentes e não crentes. Não
é de facto novidade que há nesta questão muitas perguntas de difícil, senão
mesmo impossível, resposta.
Da informação passada, que foi bastante, retive a que me
parece essencial:
- Que Jesus não veio acabar com o sofrimento, nem sequer
explicá-lo. Ao sofrer cruelmente pelo homem, mostrou em causa própria que o
mesmo tem um sentido, que pode abrir portas em nome de um bem maior.
- Que há em tudo uma fresta, uma fenda onde a luz pode
entrar. Se pedirmos e deixarmos, naturalmente.
- Que o sofrimento não é desejável, mas também que o
homem não deve fugir dele a qualquer preço. Se o fizer, está a fugir de si
mesmo, a negar a sua própria condição.
- Que o homem sofre mais e faz sofrer muito mais os
outros quando renega Deus.
Desculpem tema tão pesado em tempo de férias, mas não me
apeteceu falar das estafadas causas para a falta de medalhas (ou para a
abundância de diplomas) nos JO do Rio.
A superior música de Leonard Cohen que acompanha este
texto fez também parte da conferência a que assisti.
Espero que apreciem.
fq
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